Evento esperado para os amantes da tecnologia, o lançamento de uma nova linha de aparelhos da Apple é, ao mesmo tempo, um freak show em termos de preço.
O menor da linha, o iPhone 12 mini, com tela de apenas 5,4 polegadas com resolução 2.340 x 1.080 pixels, 64 Gb de espaço e frequência de 60 Hz, padrão de celulares chamados de intermediários, custa US$ 699, ou em conversão pelo valor atual, R$ 3.900. O maior, o iPhone 12 Pro Max, com 6,7 polegadas, 128 Gb de espaço, resolução de 2.688 x 1.242 pixels e frequência também de 60 Hz, enquanto os concorrentes usam 120 Hz, equipado com três câmeras (principal, ultra grande angular e telefoto para zoom óptico) mais um sensor "LiDAR" para aprimoramento das fotos no modo retrato, custa a bagatela de US$ 1.099. Somente as versões mais caras têm telefoto e o tal LiDAR.
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Estes são valores destinados ao público norte-americano, e mesmo para eles os valores são assustadores. Incluindo impostos, poderemos esperar valores muitíssimo maiores. Valores próximos aos de uma moto de 250 cilindradas (em torno de R$ 16.000) não surpreenderão.
Há um pequeno detalhe para alegrar os felizes compradores: nenhum deles, nem mesmo o mais caro, virá com carregador. Quem quiser um original, vai precisar pagar R$ 219, pelo modelo de 20 W. Agora os donos dos iPhones terão mais um motivo para preocupação, além dos ladrões. A empresa da maçã alega preocupações com o meio ambiente, usando menos plástico e contribuindo para diminuir a quantidade de lixo eletrônico. Contos da carochinha parecem mais plausíveis.
Em troca, eles possuem o chipset A14 Bionic, pronto para o 5G. Ainda não há essa tecnologia disponível no Brasil, apenas uma gambiarra chamada de 5G DSS, restrita a poucos bairros de São Paulo. Segundo as operadoras, este "5G" de araque é compatível com os iPhones. Outra novidade é a tela OLED.
Por incrível que possa parecer, ainda assim muita gente aqui no Brasil estará disposta a esbanjar investir seu dinheiro com essas maquininhas. Para piorar, os modelos anteriores, da linha iPhone 11, ficaram mais caros. Podem não ter o 5G, mas pelo menos eles vêm com carregador na caixa.
N. do A.: O preço dos iPhone pode ser um crime, mas bem pior é a soltura de um traficante, o André do Rap, um dos líderes do PCC, que cumpria prisão preventiva há mais de um ano, algo irregular segundo a legislação. O ministro Marco Aurélio Mello, em decisão monocrática, mandou soltá-lo, o que foi interpretado como uma tentativa de correção de um erro jurídico com outro erro ainda maior. O bandido fugiu do país, e as relações entre Marco Aurélio e o presidente do STF, Luís Fux, se deterioraram, aumentando a fogueira de vaidades no Supremo - e a sensação de impunidade no país.
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