segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Bruno Covas terá nova chance

Bruno Covas (ao centro) foi reeleito com promessa de moderação política; ele foi apoiado pelo seu mentor político, João Dória, que quer a Presidência em 2022 (Fábio Tito/G1)

Vice-prefeito na chapa de João Dória, vitoriosa em 2016, Bruno Covas, neto do falecido líder político Mário Covas, ficou com a vaga quando o titular praticamente abandonou a prefeitura para disputar e vencer a eleição para governador. Durante os pouco mais de dois anos de governo efetivo, ele apareceu nos noticiários mais por causa da saúde, abalada por um câncer, que por outros motivos. Nada de grandes realizações, mas também sem grandes escândalos, até a chegada da pandemia, quando ele, Dória, o presidente Jair Bolsonaro e os outros governantes mostraram-se incapazes de contê-la. Quem contribuiu para a implantação de um super-feriado, em maio, verdadeiro fiasco por não conter o coronavírus, além de ser motivo de piada até hoje?

Agora, reeleito, Covas terá nova chance de deixar um legado para a cidade. Ele precisará ter saúde para cumprir seus compromissos de campanha, como zerar o déficit para as creches, reforçar a segurança pública, criar áreas com atividades 24 horas (isso existe em Londres) e implantar um sistema de transporte público nas represas da Zona Sul, usando barcos (algo inacreditável até ficar pronto). 

O vice, vereador Ricardo Nunes (MDB), gera preocupação por seu perfil um tanto misterioso e pelas acusações de corrupção, improbidade administrativa, tráfico de influência e agressão contra a mulher. Por enquanto, Nunes não é réu em nenhum processo, mas será ele quem governará na ausência de Covas.

Ainda há outros problemas, como o subsídio a ser pago para as empresas de transporte manterem o sistema de ônibus, verdadeira dor de cabeça para o paulistano tanto pelo custo quanto pela qualidade abaixo da crítica, embora já tenha sido ainda pior. Sem falar no trânsito, na criminalidade e na famigerada "Cracolândia". 

Bruno Covas irá encarar estes e outros problemas, após disputar o cargo por Guilherme Boulos, que teve desempenho relativamente robusto, principalmente na periferia, onde há maior déficit habitacional. Boulos é o líder do MTST e precisou moderar seu discurso e até seu tom de voz para conseguir votos na cidade. Saiu mais forte da campanha, com fôlego para 2022, quando certamente irá disputar novamente a Presidência. 

Em outras cidades importantes, o prefeito carioca Marcelo Crivella perdeu a eleição para Eduardo Paes, numa das eleições mais difamadas pela inteligentsia do Rio de Janeiro. Manuela d'Avila, ex-candidata a vice na chapa de Fernando Haddad para a presidência da República em 2018, perdeu a disputa para Sebastião Melo. O filho de Eduardo Campos, finado ex-candidato à Presidência em 2014, Jorge Campos, venceu no Recife. No interior, destaque para a prefeita eleita de Bauru, Suellen Rosim, jovem negra e conservadora. 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Pautas para o fim do ano?

Este blog precisa explorar diversos assuntos, para fazer jus ao título, e não se ater apenas aos mais explorados pelas mídias. 

O que poderia ser explorado, para não fazer eco a tanto pessimismo e medo do futuro, em meio à atual pandemia?

Poderia explorar mais temas que inspirem sentimentos positivos ou sejam intelectualmente construtivos, como: 

- Livros

- Arte

- Música

- Filosofia

- Natureza

- Ciências

- Boas notícias

- Bons exemplos

- A série "Wonderful World" (sim, ela existe por aqui)

Por ora, é melhor, neste mês de dezembro, não abordar o "Mondo Cane" ou outras aberrações. E não reproduzir tanto os escândalos políticos e outros potenciais venenos para o bom humor das pessoas, pois a mídia já os explora ad nauseum. Este fim de ano haverá de ter uma abordagem diferente, para mostrar que o mundo é mais complexo do que um simples "vale de lágrimas". 

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A Black Friday vem ai

Daqui a alguns minutos será a Black Friday, que não terá preços tão atraentes por culpa da alta do dólar, somada à falta de oferta para atender a demanda. 

Houve quebra na produção, principalmente no início da pandemia de COVID-19, e a economia dos países industrializados pode voltar a sofrer novo abalo, por causa da chamada "segunda onda", representada pelo recrudescimento dos casos e das mortes. 

Como resultado, não se pode esperar muito dessa Black Friday, que deve fazer jus ao apelido no Brasil: Black Fraude. 


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Annus horribilis! Dies irae, dies illa!

Este dia horrível irá ser lembrado para sempre!

O mito Maradona se foi! (Agência Estado)


O mundo perdeu Maradona, o maior ídolo do futebol argentino e o maior jogador de futebol da história, depois de Pelé! 

41 pessoas morreram em Taguaí, no interior paulista, num dos piores acidentes rodoviários deste século!

Além disso, a inflação ameaça o povo e já se fala em congelar os aumentos das aposentadorias com valores maiores que o salário mínimo (E o auxílio emergencial? Duvido que a esmola oficial perdure em 2021...). A COVID-19 ainda continua matando e infectando gente, e o mau comportamento das pessoas continua enquanto não há uma vacina viável. 

Dies irae, dies illa! (Tradução: dia de ira, que dia!, constante nas missas dos mortos antigas). 


N. do A.: Enquanto morria o ídolo Maradona, a mídia jornalística daqui estava digerindo a morte de Fernando Vanucci, o mais injustiçado dos comentaristas esportivos, morto aos 69 anos...


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Covas e Boulos no Roda Viva (continuação)

Confesso que não foi uma medida muito brilhante comentar o programa do Roda Viva com os candidatos à prefeitura de São Paulo, em meio a outros assuntos mais comentados, como a repercussão do ataque covarde de seguranças contra o João Alberto (a vítima da agressão brutal no Carrefour) ou o faniquito de uma advogada ofendendo funcionários e clientes, negros e homossexuais, de uma padaria na Pompéia, zona oeste de São Paulo. Ou ainda a inépcia e ausência de senso de planejamento por parte de nossos governantes, ou seja, do Presidente e dos governadores, em deixarem de usar milhões de testes para a COVID-19 próximos da data de validade.

Vamos lá: o programa não foi dos melhores. O Roda Viva fez uma espécie de debate onde cada um dos candidatos foi entrevistado, mas de forma separada, sem o confronto direto, como fez, por exemplo, a CNN na segunda-feira anterior. No final, tudo ficou bem raso, sem propostas notáveis, e o eleitor ainda vai precisar se preparar para algumas, ou várias, surpresas desagradáveis após a eleição, seja lá qual for o vencedor. 

O programa Roda Viva, da TV Cultura, teve a participação dos dois candidatos à prefeitura de São Paulo (TV Cultura/Divulgação)

Houve alguns estocadas da apresentadora, Vera Magalhães, em alguns pontos sensíveis, como o vice de Covas, vereador Ricardo Nunes (MDB), contra o qual há algumas acusações de improbidade administrativa e agressão à mulher; e também disse que o programa de governo de Boulos era "utópico"., 

No primeiro ponto, o prefeito candidato à reeleição acusa a imprensa de fazer perseguição e até citou supostos benefícios feitos pelo candidato a vice em Parelheiros, sua principal área de atuação. Por outro lado, No segundo, Guilherme Boulos pareceu usar a vice, ex-prefeita Luiza Erundina, como "muleta", para compensar a sua inexperiência administrativa. Ele também tentou dar alguma sustentação de suas poucas propostas na realidade, mas sempre há a questão de como ele irá implantar cada item, dependente do Orçamento da cidade. Ele também disse respeitar os contratos da Prefeitura com as empresas para afastar a imagem de radical.

Houve a preocupação com a COVID-19, tanto na emissora estatal do governo paulista quanto na filial da americana, mas isso não impediu a CNN de ter feito um debate em geral mais interessante, com os dois candidatos se enfrentando e apresentando mais dados a respeito de questões como população de rua, vagas em creches e empregos perdidos, embora eles, como boa parte dos políticos, tivessem a tendência de distorcer os números, por distração, imprecisão ou má-fé. 


segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Covas e Boulos no Roda Viva

Hoje, o programa Roda Viva entrevistou os dois candidatos à prefeitura de São Paulo, Bruno Covas e Guilherme Boulos.

Não é usual mostrar dois entrevistados neste programa, ainda mais dois candidatos a um cargo político. Normalmente, só um é chamado e o outro deve esperar o programa seguinte. É a primeira vez que isso acontece no formato "pandemia", onde os jornalistas e o entrevistado minimizam o contato devido ao risco de contaminação. No formato convencional, com a bancada cercando o entrevistado como uma roda, isso era raro, mas houve casos excepcionais onde os entrevistados ficaram juntos, como no caso dos filósofos Luiz Felipe Pondé e Leandro Karnal (por duas vezes, em 2016 e 2019, e neste último ano sentaram-se junto com Mário Sérgio Cortella), e, em 2015, com Hélio Bicudo (já falecido) e Janaína Paschoal.

O programa já foi melhor em épocas passadas, quando tinha mais repercussão, apesar de seus índices de audiência sempre serem baixos, mas pelo formato pouco convencional do programa de hoje, vale comentar. 

Próxima postagem, irei opinar sobre os dois candidatos e alguns pormenores da entrevista. Não assisti ao Roda Viva agora, mas eles disponibilizam na Internet. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Violência intolerável

Um cidadão foi barbaramente espancado e morto por um segurança do Carrefour em Porto Alegre. 

A vítima era negra, e perdeu a vida ontem, na véspera do Dia da Consciência Negra, a data instituída para lembrar a morte de Zumbi dos Palmares, outra personalidade negra morta de forma sangrenta (o fato de Zumbi ter sido um rei despótico no Quilombo nos Palmares no século XVII não vem ao caso agora). 

Não há justificativa para essa violência. Nada justifica uma morte brutal como essa. 

Compreensivelmente, os movimentos pelos direitos dos negros foram protestar em Porto Alegre e também em São Paulo, onde um grupo de vândalos entre eles aproveitou para destruir uma loja do Carrefour, na rua Pamplona. 

A gigante francesa do varejo está sendo alvo mais uma vez por causa do comportamento execrável de alguns seguranças terceirizados. Quem se lembra do cão espancado por um deles, às portas de uma loja do Carrefour, em Osasco? 

Não é possível tolerar certos comportamentos no nosso século. A vida humana é algo que precisa ter mais valor neste país, assolado pela criminalidade e pela estupidez por séculos. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Pedágios por toda parte em São Paulo

Já havia escrito sobre pedágios neste blog, quando tinha menos conhecimento a respeito da malha viária do estado, a melhor e uma das maiores do país. 

Infelizmente, não existe uma solução alternativa a esse tipo de cobrança, que ocorre principalmente em rodovias sob concessão ou privatizadas. Com o dinheiro arrecadado, foi possível recuperar muitas estradas, inclusive a Régis Bittencourt, também abordada em postagem recente, outrora conhecida como "rodovia da morte".

Muitos estão reclamando do preço dos pedágios, reajustado todos os anos. E não só eles aumentam em valor, de acordo com os contratos. Aumentam também em quantidade, pois mais rodovias passam a operar sob concessão. É o caso da SP-304, no trecho conhecido como rodovia Geraldo de Barros, entre Piracicaba e Santa Maria da Serra, uma cidadezinha a cerca de 60 km de distância. Neste trecho, haverá duas praças de cobrança, entre Águas de São Pedro e São Pedro, duas cidades turísticas da região, e entre São Pedro e a já citada Santa Maria. O trecho está sob concessão da Eixo SP.

A mesma concessionária vai instalar praças de pedágio em uma rodovia bem mais longa, a Comandante João Ribeiro de Barros, que liga Araraquara, no centro do Estado, a Panorama, na divisa com Mato Grosso do Sul. No longo trecho conhecido como SP-294, a partir de Bauru, não havia nenhum posto de cobrança, e a pista é simples e nem sempre com boas condições de rodagem. Agora, está em processo de duplicação, e terá sete locais onde o motorista precisará pagar seu suado dinheirinho para continuar a viagem. Os postos mais caros são justamente onde a rodovia está em melhores condições, entre Bauru e Pompéia, pequena cidade do Oeste Paulista, com preços de até R$ 8,87 em 2021, quando começa a cobrança, mas com desconto progressivo para quem trafega com mais frequência.  

Outras concessionárias também já instalaram postos recentes, para "alegria" dos motoristas e, principalmente, dos caminhoneiros, responsáveis pelo transporte da maior parte das cargas terrestres no país. 

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Elon Musk no pódio dos bilionários

Muito se fala sobre a atual dinâmica da economia, alterada significativamente pela pandemia de COVID-19. 

Elon Musk, o contravertido dono da Tesla, a afamada fabricante de carros elétricos, foguetes, satélites e outros engenhos de alta tecnologia, em pouco tempo disparou no ranking dos homens mais ricos do mundo, devido à valorização das ações de sua empresa.  Somente nesta semana, ele ganhou US$ 15 bilhões e ultrapassou Mark Zuckerberg, o jovem chefão do Facebook, após ter o pedido de ingresso da Tesla aceito pelo poderoso índice de ativos S&P 500, que reúne alguns gigantes do mercado mundial. Tornou-se o terceiro homem mais rico do mundo. 

Perde apenas para Jeff Bezos, o magnata da Amazon, e Bill Gates, da Microsoft, este último por anos o líder entre os multimilionários. 

 

O bilionário sul-africano tem fortuna estimada em US$ 110 bilhões (Getty Images)

Curiosamente, os três mais ricos também são alvos de críticas pelos extremistas políticos, tantos os defensores do comunismo quanto os da chamada "alt right", e também os teóricos de conspirações. Os primeiros dizem que eles enriquecem às custas dos mais pobres, os segundos acusam-nos de financiar ONGs e entidades "progressistas" contra os "valores tradicionais", e os últimos falam de supostos grupos atuantes para dominar a humanidade, como a "Nova Ordem Mundial" ou os extraterrestres reptilianos. Aliás, George Soros, o investidor mais difamado do mundo, tem participação em bônus da Tesla.

Bezos, Bill Gates e Musk, entre outros líderes que impulsionam o avanço tecnológico e fazem novas ideias para os negócios funcionarem, são odiados e temidos por quem teme o futuro, tem olhos para o passado e culpa os outros pelo presente. 

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Nova reunião (virtual) dos Brics

Devido à persistência da pandemia, os líderes dos BRICS fizeram, neste ano, uma reunião virtual. 

Reunião dos líderes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) feita por videoconferência (TV Brasil)
 

A grande imprensa deu destaque apenas a alguns aspectos da reunião, como a ameaça de Jair Bolsonaro revelar os nomes do países que compram madeira ilegal e continuam pressionando o Brasil para conter os desmatamentos. Este é um gesto revelador sobre as relações entre os países, onde não existem anjos, santos e seres virtuosos, mas seres humanos com suas contradições e interesses. Também escancara a falta de interesse do governo em resolver efetivamente os problemas ambientais, vistos como uma pauta de "esquerda". Mas a reunião foi muito além disso. 

O presidente se comprometeu a manter o cronograma das reformas estruturais ainda pendentes no Congresso, para melhorar o ambiente dos negócios. Essas reformas, a tributária e a trabalhista, serão retomadas após as eleições, e fatalmente se estenderão ao longo de 2021. 

Bolsonaro disse compreender a preocupação dos empresários do bloco sobre a cadeia de suprimentos, para abastecer principalmente as pequenas e médias empresas, as mais prejudicadas pelo flagelo da COVID-19. 

Ele também aproveitou para defender reformas na OMS e também da OMC. São entidades vistas como burocratizadas demais e sem agilidade nas decisões. A OMS é alvo frequente do governo brasileiro, vista frequentemente como uma entidade vassala da China, e é acusada de ter o monopólio do conhecimento sobre a pandemia.

Bolsonaro ainda aproveitou para exigir mais cadeiras permanentes para o Conselho de Segurança da ONU. Apenas a China e a Rússia, entre os BRICS, ocupam estes assentos. 

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin defendeu a produção em massa de sua polêmica candidata à vacina, a Sputnik, inclusive entre os outros membros do bloco. Narendra Modi foi mais discreto e lembrou a candidatura da Índia à presidência da entidade, além de falar sobre a segurança internacional contra o terrorismo (a Índia é alvo constante de ataques do fundamentalismo islâmico) e também defendeu mudanças no Conselho de Segurança. Cyril Ramaphosa, da África do Sul, expôs a preocupação de seu país com as dificuldades econômicas e sociais da África, agravadas neste ano. Por fim, o dirigente chinês Xi Jinping pronunciou-se a favor do Acordo de Paris, que impõe a diminuição na produção de gás carbônico e estimula o uso de energias renováveis. A China também tem suas contradições em relação ao meio ambiente, assim como o Brasil e os outros países, mas isso fica para outra postagem.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Vo(l)taremos no dia 29...

A população precisou cumprir o seu dever (e seu direito) cívico de votar em meio à pior pandemia deste século. E, em muitas cidades, vai fazer a mesma coisa daqui a menos de duas semanas. 

Em São Paulo, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), vai disputar o segundo turno, ao ficar com 32,9%. Não será com Celso Russomanno (Republicanos), mais uma vez mal-sucedido em uma eleição, após os fracassos de 2012 e 2016, quando ele liderava as pesquisas e acabou ficando de fora do segundo turno. Desta vez ele tinha o apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas só o apoio de nomes poderosos nunca foi garantia de sucesso. Russomanno teve 10,5% dos votos válidos.

Também não será com o ex-governador Márcio França (PSB), vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014 e ocupante da cadeira no Palácio dos Bandeirantes quando o titular foi se aventurar na candidatura à presidente e se deu muito mal. França disputou a reeleição com João Dória (PSDB) e perdeu. Neste ano, ficou em terceiro, na frente de Russomanno, com 13,6%. 

Arthur do Val (Patriotas) surpreendeu e abocanhou 9,8% dos votos válidos, graças à sua postura agressiva e popularidade nas redes sociais. Ficou à frente do petista Jilmar Tatto, este com 8,7%. Tatto é mais um exemplo do fiasco petista nestas eleições. 

Quem acabou indo para o segundo turno é um político ainda mais aguerrido na chamada "esquerda", o psolista Guilherme Boulos. Ex-candidato à presidência, ele faturou 20,2% dos votos. Apesar desse número ser bem expressivo, e até surpreendente numa cidade avessa a radicalismos, é bem menos do que a porcentagem altíssima de abstenções: 29,3%. 

Bruno Covas e Guilherme Boulos ainda vão disputar a prefeitura paulistana (montagem/Estadão)
 

O fenômeno Boulos despertou a atenção de muita gente, principalmente os radicais no outro espectro da ideologia política, que desconfiam de fraudes generalizadas.

O TSE sofreu um ataque hacker e, segundo o presidente da entidade, ministro do STF Luís Roberto Barroso, não foi isso a causa da paralisação na divulgação dos votos. Segundo ele, foi uma sobrecarga no computador principal, responsável pela soma dos votos. Nem todos engoliram a história, e não falta quem acuse o sistema político de ter feito uma trama para prejudicar os candidatos (principalmente os bolsonaristas) e favorecer a "velha política". 

Enquanto não apurarem os problemas, restará à população de muitas cidades se preparar para voltar às urnas no dia 29 deste mês. E não apenas São Paulo, entre as grandes cidades. No Rio, o atual prefeito Marcelo Crivella (PRB) vai disputar com o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), do mesmo clã cujo membro mais poderoso foi o ex-governador, já falecido, Miguel Arraes, vão disputar a prefeitura do Recife. Em Fortaleza, continuam no páreo Sarto Nogueira (PDT) e Capitão Wagner (PROS). Na capital gaúcha, Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) enfrentará a ex-candidata à vice-presidente na chapa de Boulos, Manuela d'Avila (PCdoB). Já em outras grandes cidades, entre outros nomes, Alexandre Kalil (PSD/Belo Horizonte), Bruno Reis (DEM/Salvador) e Rafael Greca (DEM/Curitiba) foram reeleitos. 

Já entre os vereadores, foram muitos os nomes já consagrados, como Eduardo Suplicy (PT), Mílton Leite (DEM), Fernando Holiday (Patriotas) e Roberto Trípoli (PV). Poucas celebridades, porém, conquistaram vagas, como o radialista Eli Correia (DEM), Felipe Becari (PSD) e Thammy Gretchen (PL).

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Azar do telespectador!

A Seleção Brasileira jogou de forma burocrática contra a Venezuela, pelas Eliminatórias da Copa 2022. Quem assistiu ficou irritado com a falta de objetividade, como se o pessoal verde-e-amarelo estivesse sem vontade de jogar no Morumbi. 

Eles até ganharam, o que era esperado, mas 1 a 0, placar mínimo, não deve ter agradado ninguém.

Dessa forma, ninguém pode se iludir com este time, e 2022 pode representar mais um ano de Copa sem título para esta equipe da CBF. O tempo da magia canarinho já se foi. 

Azar de quem não fez outra coisa e foi assistir a partida. Pelo menos vão jogar melhor contra o Uruguai, na terça? Cavani e Suárez garantiram a vitória dos charruas fora de casa, contra a sempre temível Colômbia, por 3 a 0.

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Wilson Witzel mais perto da cassação

Wilson Witzel, governador afastado do Rio de Janeiro acusado de corrupção e organização criminosa, perdeu no STF a chance de voltar ao Palácio das Laranjeiras. 

A maioria dos ministros togados votou por autorizar a continuidade da comissão de impeachment. Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Carmen Lúcia, Edson Fachin, Marco Aurélio e o novo integrante indicado pelo presidente Jair Bolsonaro - Kassio Marques - deram o sinal verde para continuar o processo. Apenas Dias Toffoli votou para dissolver a comissão. 

O governador afastado do Rio Wilson Witzel (PSC) está mais próximo de virar ex (Agência O Globo)
 

Alguns poucos governadores suspeitos de terem se beneficiado com a pandemia, como o governador de Santa Catarina Carlos Moisés, foram afastados dos cargos. Outros terão vida bem menos difícil, como João Dória, cujo processo de impeachment por superfaturamento de equipamentos contra a COVID-19 nem foi formalizado - e provavelmente nem será.

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

A versão chinesa da Black Friday

Hoje foi o Guanggun Jie, ou "dia dos solteiros", devido à combinação rara de quatro 'uns' em sequência no calendário ocidental, que foi parcialmente adotado também pelos chineses. 


Na China, o Guanggun Jie já virou tradição. Aqui no Brasil, e em outros países, a data ainda está longe de ser tão popular quanto a Black Friday, invenção americana (Divulgação)

A data começou a ser lembrada na Universidade de Nanquim em 1993, como forma de estimular os solteiros a se casarem e formarem famílias, e só em 2011 passou a ser usada no comércio. Foi o "dia dos solteiros do século", escrito como 11/11/11. Uma combinação curiosa de seis "uns". 

Não demorou para o comércio chinês utilizar a data como concorrente da Black Friday dos americanos. 

Por ser algo recente, os brasileiros conhecem bem menos esta data, a não ser aqueles acostumados a importarem os produtos pelo Alibaba, AliExpress, Bangood e outros. Dentre as grandes lojas, ironicamente, as Lojas Americanas - cujo nome remete aos principais rivais dos chineses - contribuíram para a popularização do "Dia dos Solteiros", ao oferecer frete grátis e quinquilharias Made in China com bons descontos. O problema é não estar 100% livre das taxas de importação. 

Mesmo com a pandemia que se iniciou naquelas plagas, o faturamento na data foi alto: US$ 56 bilhões foram movimentados. 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Voltemos às eleições em São Paulo

Por aqui, o assunto é menos comentado do que a morte de uma ciclista e ativista social, por atropelamento, numa avenida de São Paulo, mas tem relação com os próximos quatro anos de existência da nossa cidade. 

A campanha eleitoral em São Paulo está chegando ao fim, e ainda há dúvidas sobre o que será feito da cidade até 2024, seja qual for o eleito. Se o nível de desinteresse, até apatia, é com os candidatos à prefeitura, imaginem com os postulantes às vagas para a Câmara Municipal. 

Destaques maiores ficaram para a Justiça proibir a divulgação das pesquisas feitas pelo Datafolha, a pedido de Celso Russomanno, e o jornal Folha de S. Paulo não tardou em apodar essa decisão de "censura", e um debate promovido pelo maior rival da Folha, o Estadão, em conjunto com a Faap, com os candidatos a ocuparem o prédio junto ao viaduto do Chá. 

Infelizmente, não houve a repercussão esperada. Celso Russomanno (Republicanos) falou em implantar o "vale-creche" para tentar fazer a sua popularidade voltar aos níveis de antes, quando liderava as pesquisas. Márcio França (PSB) e Jilmar Tatto (PT) focaram nos transportes, e Guilherme Boulos (PSOL), na moradia, lembrando de seu passado como líder do movimento sem-teto. Bruno Covas (PSDB), o atual prefeito, aproveitou para questionar os outros candidatos, e o mesmo fez o combativo Arthur do Val (Patriotas), o "Mamãe Falei", com mais agressividade.

(Faap/Youtube)


N. do A.: Muito exploradas foram as falas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes. Bolsonaro, mostrando ser aquele mesmo deputado que defendia a porrada para filhos não virarem gays e o fuzilamento da "petralhada" e de outros políticos (inclusive Fernando Henrique Cardoso, quando ele era presidente), falou para o Brasil "deixar de ser um país de maricas" diante da pandemia. Entre outras fanfarronices, ele também falou sobre "pólvora" ao criticar supostos planos do presidente americano eleito, Joe Biden, sobre a Amazônia, e cantou vitória sobre o governador paulista João Dória porque a Anvisa mandou suspender os testes com a polêmica CoronaVac no Butantan, porque um dos voluntários morreu (por suicídio, e não pela "vacina chinesa"). Paulo Guedes, por sua vez, alertou sobre o perigo da hiperinflação, caso o Brasil não administrar a dívida pública de forma responsável e não levar adiante algumas privatizações.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Biden conseguiu!

No sábado passado, as urnas confirmaram a vitória do democrata Joe Biden nas eleições mais tensas e polarizadas dos últimos tempos. 

Ex-vice presidente nos dois mandatos de Barack Obama, ele substituiu Bernie Sanders, considerado muito radical para o gosto do americano médio. Para júbilo dos militantes pela causa negra, como o Black Lives Matter, escolheu Kamala Harris como vice-presidente, a primeira mulher a ocupar o cargo. 
 
Mas Biden não governará somente para alguns "progressistas", e sim para o povo norte-americano. E já se pronunciou sobre assuntos espinhosos, como a guerra comercial com a China. Em seus discursos, ele foi duro contra as ambições chinesas - e precisava ser, devido às ameaças do governo de Pequim sobre Taiwan, Hong Kong e o Mar da China Meridional, e a ótica dos americanos sobre a pandemia de COVID-19: a maioria vê culpa da ditadura chinesa, acusada de esconder informações sobre a origem do flagelo. 
 
Joe Biden venceu as eleições, mas muito ainda pode acontecer até o reconhecimento oficial (Paul Sancya)
 
Há quem atribua a vitória à gestão problemática de Trump, visto como negligente, dando-lhe o famigerado rótulo de "negacionista", enquanto Biden, como político experiente, tratou de vender uma imagem de combatente contra o coronavírus. Caso não houvesse o ataque do "inimigo invisível", o resultado poderia ser outro, pois antes da crise atual a economia americana estava em uma trajetória robusta, embora abalada pela disputa com os chineses.
 
Porém, a confirmação do resultado só virá em 14 de dezembro, prazo para apurar possíveis irregularidades na Pensilvânia, onde houve muitos votos pelo correio e dois homens armados foram presos por tentativa de infiltrar cédulas falsas. É tempo suficiente para o presidente Donald Trump lançar acusações de fraude. Depois disso, caso nada de errado for comprovado, ele fatalmente deve baixar o tom. Mas alguns apoiadores radicais, como os defensores da teoria da conspiração Qanon, prometem não ficar quietos. Segundo os Qanon, vistos como fundamentalistas cristãos e radicais políticos, muitos democratas estão envolvidos em pedofilia, tráfico de crianças e outras práticas abomináveis. 
 
Muito se cobra dos dirigentes de outros países para reconhecerem já a eleição do democrata. E não só o Brasil, mas a Rússia e a China também não se manifestaram. 

E, ao contrário de 2016, os temores sobre a discrepância entre os votos populares e os do Colégio Eleitoral não se concretizaram: Biden ganhou 290 votos desse Colégio, formado pelos representantes dos Estados escolhidos pela população, contra apenas 214 de Trump. Mas ainda não há um número oficial de votos populares.

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Enquete: o que acontecerá se Joe Biden ganhar?

a) Os Estados Unidos vão ter forças para se livrar da COVID-19! Ebaaa!

b) A China vai finalmente passar a ser a maior potência, e o dólar será substituído pelo yuan nas transações internacionais. Argh!

c) Donald Trump vai passar o mandato do adversário gritando que a eleição foi uma fraude! Gosh!

d) Um pedófilo satanista na presidência dos Estados Unidos! É o apocalipse! Vade retro!

e) Bolsonaro vai chorar! Buaaaaaa!!!

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Rodrigo Constantino perde empregos

Por causa de uma tentativa de ironizar o caso Mari Ferrer, dizendo que iria castigar a filha se ela estivesse na mesma situação da youtuber, o jornalista Rodrigo Constantino perdeu seus cargos na Jovem Pan, e posteriormente na Record, no jornal "Correio do Povo" e na Rádio Guaíba. 

Ele continua, por enquanto, a escrever artigos na revista Oeste e no jornal "A Gazeta do Povo". 

Outras personalidades apressaram-se em condenar o jornalista, e alguns chegaram a acusá-lo, indevidamente, de defender o acusado de estuprar a jovem. 

A cantora Anitta foi uma das celebridades que condenaram o jornalista Rodrigo Constantino (Divulgação/fotomontagem)

Isso convida a refletir sobre os limites éticos à liberdade de expressão, garantida e preservada pela nossa Carta Magna, e o cuidado necessário dos jornalistas ao escrever ou falar, ainda mais em tempos de patrulhamento ideológico intenso nas redes sociais. Constantino é auto-intitulado "liberal" e "conservador", destoando da formação majoritariamente "progressista" de seus colegas. 

 

N. do A.: O termo "estupro culposo", citado no noticiário, não consta oficialmente nos autos do processo e teria começado a ser empregado pelo site The Intercept Brasil, órgão de imprensa apontado como de "extrema esquerda" por Rodrigo Constantino e outros. 

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

E as outras eleições?

Todas as atenções da mídia e das redes sociais se voltam para as eleições norte-americanas, ainda indefinidas porque ainda estão contando votos em Estados importantes como Arizona e Nevada. Nenhum dos dois candidatos alcançou os 270 votos do Colégio Eleitoral, número necessário para dar a um deles o direito de cantar vitória. 

Por outro lado, a quantas andam as campanhas municipais? Corremos, mais do que nunca, o risco de colocar qualquer um para nos representar tanto nas Câmaras quanto nas Prefeituras.  

O nível de animação com estas disputas locais é estarrecedor de tão baixo. Embora a atenção esteja quase toda para a eleição americana, houve espaço para falar sobre o julgamento do tal "estupro culposo" feito por um empresário de Santa Catarina contra a youtuber Mari Ferrer (verdadeira palhaçada com demonstrações de schadenfreude direcionadas à moça), assim como a comoção com a morte de Tom Veiga, o intérprete do papagaio Louro José do programa Mais Você, da Globo. 

Mas, e os candidatos à prefeito e vereador? Quais as suas propostas para as cidades? 

Poderemos saber dos rumos tomados pela humanidade com o presidente eleito, mas talvez nunca sobre os tomados pela maioria das cidades brasileiras. 


terça-feira, 3 de novembro de 2020

Orgulho e vergonha de outubro

Como é praxe, o blog vai dizer quem ganhou o selo do Orgulho Nacional e da Vergonha Nacional. Desta vez, será sucinto. 

O Orgulho Nacional de outubro ficou para Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, maior jogador de futebol de todos os tempos. Ele completou 80 anos no mês passado.

 

Eterno orgulho nacional!

Já a Vergonha ficou mesmo para o senador que escondeu o dinheiro na cueca!

Senador Chico Rodrigues (DEM-RR) orgulhoso de seu selo por ter aplicado dinheiro nos fundos...


Agora chegou a hora!

Começam a ser apurados os votos da eleição mais importante do ano. 

Por enquanto, durante o lançamento desta postagem, há uma vantagem do democrata Joe Biden no Colégio Eleitoral, com 85 votos, contra 61 do atual presidente norte-americano, o republicano Donald Trump. 

Seja qual for o resultado, haverá muito inconformismo do lado derrotado, e muita expectativa sobre o futuro governo dentro e fora dos Estados Unidos. De qualquer forma, não houve tumulto e a apuração segue normalmente.