Confesso que não foi uma medida muito brilhante comentar o programa do Roda Viva com os candidatos à prefeitura de São Paulo, em meio a outros assuntos mais comentados, como a repercussão do ataque covarde de seguranças contra o João Alberto (a vítima da agressão brutal no Carrefour) ou o faniquito de uma advogada ofendendo funcionários e clientes, negros e homossexuais, de uma padaria na Pompéia, zona oeste de São Paulo. Ou ainda a inépcia e ausência de senso de planejamento por parte de nossos governantes, ou seja, do Presidente e dos governadores, em deixarem de usar milhões de testes para a COVID-19 próximos da data de validade.
Vamos lá: o programa não foi dos melhores. O Roda Viva fez uma espécie de debate onde cada um dos candidatos foi entrevistado, mas de forma separada, sem o confronto direto, como fez, por exemplo, a CNN na segunda-feira anterior. No final, tudo ficou bem raso, sem propostas notáveis, e o eleitor ainda vai precisar se preparar para algumas, ou várias, surpresas desagradáveis após a eleição, seja lá qual for o vencedor.
O programa Roda Viva, da TV Cultura, teve a participação dos dois candidatos à prefeitura de São Paulo (TV Cultura/Divulgação) |
Houve alguns estocadas da apresentadora, Vera Magalhães, em alguns pontos sensíveis, como o vice de Covas, vereador Ricardo Nunes (MDB), contra o qual há algumas acusações de improbidade administrativa e agressão à mulher; e também disse que o programa de governo de Boulos era "utópico".,
No primeiro ponto, o prefeito candidato à reeleição acusa a imprensa de fazer perseguição e até citou supostos benefícios feitos pelo candidato a vice em Parelheiros, sua principal área de atuação. Por outro lado, No segundo, Guilherme Boulos pareceu usar a vice, ex-prefeita Luiza Erundina, como "muleta", para compensar a sua inexperiência administrativa. Ele também tentou dar alguma sustentação de suas poucas propostas na realidade, mas sempre há a questão de como ele irá implantar cada item, dependente do Orçamento da cidade. Ele também disse respeitar os contratos da Prefeitura com as empresas para afastar a imagem de radical.
Houve a preocupação com a COVID-19, tanto na emissora estatal do governo paulista quanto na filial da americana, mas isso não impediu a CNN de ter feito um debate em geral mais interessante, com os dois candidatos se enfrentando e apresentando mais dados a respeito de questões como população de rua, vagas em creches e empregos perdidos, embora eles, como boa parte dos políticos, tivessem a tendência de distorcer os números, por distração, imprecisão ou má-fé.
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