segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Vo(l)taremos no dia 29...

A população precisou cumprir o seu dever (e seu direito) cívico de votar em meio à pior pandemia deste século. E, em muitas cidades, vai fazer a mesma coisa daqui a menos de duas semanas. 

Em São Paulo, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), vai disputar o segundo turno, ao ficar com 32,9%. Não será com Celso Russomanno (Republicanos), mais uma vez mal-sucedido em uma eleição, após os fracassos de 2012 e 2016, quando ele liderava as pesquisas e acabou ficando de fora do segundo turno. Desta vez ele tinha o apoio do presidente Jair Bolsonaro, mas só o apoio de nomes poderosos nunca foi garantia de sucesso. Russomanno teve 10,5% dos votos válidos.

Também não será com o ex-governador Márcio França (PSB), vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014 e ocupante da cadeira no Palácio dos Bandeirantes quando o titular foi se aventurar na candidatura à presidente e se deu muito mal. França disputou a reeleição com João Dória (PSDB) e perdeu. Neste ano, ficou em terceiro, na frente de Russomanno, com 13,6%. 

Arthur do Val (Patriotas) surpreendeu e abocanhou 9,8% dos votos válidos, graças à sua postura agressiva e popularidade nas redes sociais. Ficou à frente do petista Jilmar Tatto, este com 8,7%. Tatto é mais um exemplo do fiasco petista nestas eleições. 

Quem acabou indo para o segundo turno é um político ainda mais aguerrido na chamada "esquerda", o psolista Guilherme Boulos. Ex-candidato à presidência, ele faturou 20,2% dos votos. Apesar desse número ser bem expressivo, e até surpreendente numa cidade avessa a radicalismos, é bem menos do que a porcentagem altíssima de abstenções: 29,3%. 

Bruno Covas e Guilherme Boulos ainda vão disputar a prefeitura paulistana (montagem/Estadão)
 

O fenômeno Boulos despertou a atenção de muita gente, principalmente os radicais no outro espectro da ideologia política, que desconfiam de fraudes generalizadas.

O TSE sofreu um ataque hacker e, segundo o presidente da entidade, ministro do STF Luís Roberto Barroso, não foi isso a causa da paralisação na divulgação dos votos. Segundo ele, foi uma sobrecarga no computador principal, responsável pela soma dos votos. Nem todos engoliram a história, e não falta quem acuse o sistema político de ter feito uma trama para prejudicar os candidatos (principalmente os bolsonaristas) e favorecer a "velha política". 

Enquanto não apurarem os problemas, restará à população de muitas cidades se preparar para voltar às urnas no dia 29 deste mês. E não apenas São Paulo, entre as grandes cidades. No Rio, o atual prefeito Marcelo Crivella (PRB) vai disputar com o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM). João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), do mesmo clã cujo membro mais poderoso foi o ex-governador, já falecido, Miguel Arraes, vão disputar a prefeitura do Recife. Em Fortaleza, continuam no páreo Sarto Nogueira (PDT) e Capitão Wagner (PROS). Na capital gaúcha, Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) enfrentará a ex-candidata à vice-presidente na chapa de Boulos, Manuela d'Avila (PCdoB). Já em outras grandes cidades, entre outros nomes, Alexandre Kalil (PSD/Belo Horizonte), Bruno Reis (DEM/Salvador) e Rafael Greca (DEM/Curitiba) foram reeleitos. 

Já entre os vereadores, foram muitos os nomes já consagrados, como Eduardo Suplicy (PT), Mílton Leite (DEM), Fernando Holiday (Patriotas) e Roberto Trípoli (PV). Poucas celebridades, porém, conquistaram vagas, como o radialista Eli Correia (DEM), Felipe Becari (PSD) e Thammy Gretchen (PL).

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