segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Biden conseguiu!

No sábado passado, as urnas confirmaram a vitória do democrata Joe Biden nas eleições mais tensas e polarizadas dos últimos tempos. 

Ex-vice presidente nos dois mandatos de Barack Obama, ele substituiu Bernie Sanders, considerado muito radical para o gosto do americano médio. Para júbilo dos militantes pela causa negra, como o Black Lives Matter, escolheu Kamala Harris como vice-presidente, a primeira mulher a ocupar o cargo. 
 
Mas Biden não governará somente para alguns "progressistas", e sim para o povo norte-americano. E já se pronunciou sobre assuntos espinhosos, como a guerra comercial com a China. Em seus discursos, ele foi duro contra as ambições chinesas - e precisava ser, devido às ameaças do governo de Pequim sobre Taiwan, Hong Kong e o Mar da China Meridional, e a ótica dos americanos sobre a pandemia de COVID-19: a maioria vê culpa da ditadura chinesa, acusada de esconder informações sobre a origem do flagelo. 
 
Joe Biden venceu as eleições, mas muito ainda pode acontecer até o reconhecimento oficial (Paul Sancya)
 
Há quem atribua a vitória à gestão problemática de Trump, visto como negligente, dando-lhe o famigerado rótulo de "negacionista", enquanto Biden, como político experiente, tratou de vender uma imagem de combatente contra o coronavírus. Caso não houvesse o ataque do "inimigo invisível", o resultado poderia ser outro, pois antes da crise atual a economia americana estava em uma trajetória robusta, embora abalada pela disputa com os chineses.
 
Porém, a confirmação do resultado só virá em 14 de dezembro, prazo para apurar possíveis irregularidades na Pensilvânia, onde houve muitos votos pelo correio e dois homens armados foram presos por tentativa de infiltrar cédulas falsas. É tempo suficiente para o presidente Donald Trump lançar acusações de fraude. Depois disso, caso nada de errado for comprovado, ele fatalmente deve baixar o tom. Mas alguns apoiadores radicais, como os defensores da teoria da conspiração Qanon, prometem não ficar quietos. Segundo os Qanon, vistos como fundamentalistas cristãos e radicais políticos, muitos democratas estão envolvidos em pedofilia, tráfico de crianças e outras práticas abomináveis. 
 
Muito se cobra dos dirigentes de outros países para reconhecerem já a eleição do democrata. E não só o Brasil, mas a Rússia e a China também não se manifestaram. 

E, ao contrário de 2016, os temores sobre a discrepância entre os votos populares e os do Colégio Eleitoral não se concretizaram: Biden ganhou 290 votos desse Colégio, formado pelos representantes dos Estados escolhidos pela população, contra apenas 214 de Trump. Mas ainda não há um número oficial de votos populares.

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