Henry Kissinger, respeitado por uns e odiado por outros por ser o mestre da política internacional no mundo, como secretário de Estado norte-americano durante a Guerra Fria, nos governos de Richard Nixon e Gerald Ford, faleceu hoje com 100 anos.
Foi acusado de praticar uma política maquiavélica, sustentando as ditaduras militares durante a década de 1970, e também foi criticado pelos mais conservadores por fazer os Estados Unidos se aproximarem da China e melhorarem as relações com a arquiinimiga União Soviética, além de fazerem as tropas se retirarem do Vietnã, após os acordos de paz para encerrarem a longa guerra, motivo pelo qual recebeu o prêmio Nobel da Paz. Para muitos, seus esforços acabaram por apressar o fim da Guerra Fria.
Henry Kissinger (1923-2023) |
Nos últimos anos, esteve ativo, influenciando as decisões de diversos governos a respeito do combate ao terrorismo após o 11/9 e mesmo questões como a pandemia e a guerra entre Israel e Hamas. Como descendente de judeus nascido na cidade bávara de Furth, e fugitivo do nazismo, ele esteve ligado aos esforços de consolidação do Estado hebreu e a apaziguação dos conflitos com os países árabes. Porém, ele também é alvo de teorias de conspiração, por apoiar reformas monetárias em todo o mundo e também a globalização, e falar abertamente em uma "nova ordem".
É mais uma perda neste ano. Juntou-se a outros tantos, como o ex-poderoso da Itália Sílvio Berlusconi, com quem ele poderia ser comparado devido à habilidade política, mas sem a mesma inclinação para o populismo. Não faltará comparações com outros políticos falecidos em 2023, como o ex-ditador paquistanês Pervez Musharraf e até o líder do grupo Wagner Yevgeny Prigotzin, mas sua importância histórica é muito maior do que a desses nomes.
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