segunda-feira, 20 de novembro de 2023

O paradoxo do Dia da Consciência Negra

Salvador, a cidade mais africana do Brasil, não pode tornar o Dia da Consciência Negra (a data da morte de Zumbi dos Palmares) um feriado municipal como São Paulo. 

O dia de hoje nem é ponto facultativo na capital baiana. 

A ex-capital do Brasil durante o tempo da Colônia já tem quatro feriados municipais, limite definido por lei: a Paixão de Cristo, Corpus Christi, o dia de São João (24 de junho) e o dia da Imaculada Conceição da Praia (8 de dezembro). Esta última é para homenagear a padroeira da cidade, festejada como Iemanjá pelos adeptos do candomblé. Também não poderia ser um feriado estadual, pois já existe o dia da independência da Bahia (2 de julho de 1823), quando as tropas do Estado expulsaram os portugueses. 

Existem projetos para tentar contornar isso, e um deles é tornar a Consciência Negra um feriado nacional, com autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede), mas há resistências, porque Zumbi, o rei dos Palmares, não é uma figura unânime como herói contra a escravidão e a opressão. 

A Caminhada da Liberdade acontece no dia 20 de novembro em Salvador, mesmo sem ser feriado (Camila Souza/GOVBA)


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