quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Peixes invasores, um problema

Introduzir espécies em um ambientes não nativos pode gerar graves prejuízos ao meio ambiente. Um dos casos mais conhecidos é o javali europeu em terras da América do Sul, onde se tornou uma praga, ameaçando colheitas e até animais de criação, sem falar no perigo de enfrentar esse animal capaz de matar uma matilha de cães ou até pessoas se for acuado. 

Com os peixes, também há casos assim. Um exemplo disso é o bagre africano, Clarias gariepinus, um predador voraz agora encontrado em boa parte dos rios do Estado de São Paulo, inclusive o rio Tietê em seu trecho próximo à foz, onde ele é relativamente limpo. Foram capturados espécimes de 12 kg, graças à sua voracidade, destruindo a ictiofauna nativa. Outro peixe do mesmo grupo, cujo potencial negativo para as espécies nativas não pode ser desprezado, é o Pangasiodon, conhecido como Panga, cuja carne é muito apreciada. Mas ele também não é nativo, vindo do rio Mekong, no sudeste asiático. 

Os bagres africanos podem superar os 12 kg de peso, às custas dos peixes nativos (Isaac Souza)



Outro caso é o tucunaré, do gênero Cichlia, encontrado na Amazônia, mas introduzido em outras regiões com resultados consideravelmente danosos às outras espécies. Este peixe é aparentado com as aparentemente inofensivas tilápias, mas elas também não são daqui, e sim da África. Só são tolerados devido à carne saborosa e serem apreciados na pesca esportiva. 

Não se pode esquecer o perigo dos peixes-leão, gênero Pterois. Ao contrário dos demais, são espécies oceânicas, e não possuem valor comercial. Eles invadiram o mar territorial brasileiro a partir do Norte, e agora estão próximos à costa de oito Estados, do Amapá a Sergipe. Esses peixes da ordem Scorpeaniformes ameaçam toda a fauna, assim como os recifes de corais, e são recobertos de espinhos venenosos. Originalmente, eles vêm dos mares do sudeste e leste asiático. 

O belo, porém nocivo, peixe-leão, é um flagelo para a fauna marinha brasileira (Angel Valentim)


N. do A.: Hoje faleceu meu pai, eletricista de automóveis, corintiano e pescador nas horas vagas. Finalmente, descansou, após muito sofrimento depois de uma cirurgia na coluna. Descanse em paz!

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