Agora não há mais jeito: o repertório de piadas envolvendo clubes de futebol está mais escasso.
Finalmente, depois de tanto sofrer com as gozações, o Fluminense é campeão da Libertadores, vencendo o Boca Juniors com sofrimento e enfrentando, ainda, a arbitragem do senhor Wilmar Roldán, colombiano acusado há anos de prejudicar, principalmente, times brasileiros em competições sul-americanas, a despeito de ser árbitro Fifa e ter apitado as Copas de 2014 e 2018. Ele deixou de punir vários lances desleais, principalmente por parte dos jogadores do Boca.
O time portenho apostava na experiência de seu time e no astro uruguaio, Edinson Cavani. Porém, este tem a má fama de não atuar bem em jogos decisivos. Ele chegou a ameaçar o gol de Fábio aos 17 minutos, mas tocou errado, tentando dar um passe, e foi criticado. Mais tarde, foi o Tricolor das Laranjeiras a marcar primeiro, com o também argentino Germán Cano. Depois, Fernando Diniz, o técnico do time carioca (e também da Seleção) fez o que o time argentino esperava: recuou o time, causando a reação xeneize e o empate com Advíncola.
Veio a prorrogação e o Flu precisou conter o nervosismo e esquecer os traumas de campanhas passadas, principalmente o vice em 2008, perdendo as finais nos pênaltis para a LDU. John Kennedy saiu do banco, substituindo o "pitbull" Felipe Melo, atendeu ao recado dado pelo técnico: fez um gol, mas já tinha um cartão amarelo e se esqueceu completamente da regra da Fifa. Foi para a arquibancada e se jogou na torcida, sendo expulso. Fabrá acabou com a vantagem numérica dos argentinos ao agredir o zagueiro Nino. O segundo tempo da prorrogação foi de nervosismo e pressão do Boca, mas o fim veio, e o time de Xerém conseguiu a oportunidade de colcoar a mão na taça mais desejada das Américas.
Felipe Melo (com a taça) já teve o gosto de repetir o gesto quando jogava no Palmeiras, em 2020 e 2021 (Silvio Avila/AFP/Getty Images) |
O "título" de "Virgem das Américas" e outras piadas envolvendo fracassos do Fluminense em competições sul-americanas já não fazem mais sentido. Alguns ainda podem fazer estranhas comparações com o título inédito do São Paulo na Copa do Brasil e outras "bizarrices", aludindo até ao fim do mundo. Entretanto, no ano de 2012, o das "profecias maias", o Corinthians também conquistou o então inédito título da Libertadores em cima do Boca Juniors e depois ganhou o Mundial de Clubes, contra o Chelsea. E o mundo não acabou.
N. do A. 1: O repertório de piadas pode estar menor, mas ainda houve espaço para uma nova: a LDU é campeã da Sul-Americana após vencer o esforçado Fortaleza, e vai disputar a Recopa de 2024 com sua antiga vítima da final da Libertadores em 2008, fazendo Thiago Silva (o zagueiro do Tricolor naquele ano) e muitos outros chorarem.
N. do A. 2: Houve outras conquistas inéditas no esporte brasileiro. No Pan de Santiago, a equipe feminina de esgrima, liderada pela campeã mundial Nathalie Moellhausen, conseguiu vencer as favoritas canadenses na final e subiu ao alto do pódio, algo nunca visto na história da competição.
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