segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Quem ganha com a eleição de Milei?

Javier Milei derrotou o peronismo na Argentina (Reprodução / X ex-Twitter)



Por vontade das urnas argentinas, Javier Milei é eleito o presidente do país, derrotando o peronismo dominante desde o mandato do carismático Juan Domingo Perón, o caudilho. 

É a derrota de um regime cujos representantes foram galhardamente derrotados pela crise econômica, pois não se preocuparam em atacar com seriedade uma das causas da deterioração do poder de compra dos argentinos: o déficit fiscal crônico, alimentado por subsídios e pelos gastos com a gigantesca e ineficiente máquina estatal. 

Sérgio Massa, ex-ministro da Economia, foi o candidato do governo e recebeu a resposta da maioria, após uma gestão mal sucedida. 

O deputado Milei, usando conceitos do liberalismo, do conservadorismo e até do anarcocapitalismo, promete conter o sofrimento dos argentinos com medidas como o fechamento do Banco Central e a privatização em massa das empresas estatais, além de cortar os subsídios. Além disso, ele irá dolarizar totalmente a economia argentina, medida amarga já tentada no governo de Carlos Menem, um peronista convertido ao chamado "neoliberalismo", mas abandonada após a crise asiática de 1997, a fuga de capitais e a desvalorização do real em 1999, afetando as exportações para o Brasil. 

Como tudo isso depende da capacidade de articulação de Milei com o Congresso e a implementação de medidas para atrair investimentos e fazer a economia se mover novamente mas sem a muleta estatal, é difícil dizer quem ganha com a eleição do deputado pertencente ao partido A Liberdade Avança. É mais fácil dizer quem perde: o populismo, o "bolivarianismo" e o presidente do Brasil, Lula. 

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