O governo sul coreano deu um susto no mundo civilizado ao decretar lei marcial, um recurso típico de países oprimidos por regimes discricionários. Sob o pretexto de prevenir uma influência comunista vinda da Coréia do Norte, Yon Suk-yeol acusou a oposição de ser influenciada pelos asseclas de Kim Jong-un e, em nome da democracia, que sempre prevê liberdade, suprimiu, por algumas horas, a própria liberdade.
Mesmo com a ameaça dos militares, colocados na porta do Parlamento, 190 deputados tiveram coragem de fazer o seu trabalho e votaram a respeito da lei. Caso a maioria (de 300 parlamentares) decida contra o estado de exceção, o presidente é obrigado a revogá-lo imediatamente. E os 190 deputados fizeram exatamente isso. Ao contrário do que acontece em lugares como Cuba, Venezuela, Mali, Serra Leoa ou Myanmar (este último país só é separado da Coréia pela China), o chefe do Executivo acatou o Legislativo.
Pela tentativa fracassada de calar a oposição, Yon Suk-yeol corre o risco de ser derrotado por ela: já se fala em pressão pela sua renúncia, ou um processo de impeachment.
O episódio virou motivo de escândalo entre as potências ocidentais, pois a Coréia do Sul é uma potência oriental ao lado da China e do Japão, mas ainda tem arroubos de país subdesenvolvido, principalmente na política, onde há muita corrupção e instabilidade, desde o restabelecimento da democracia em tempos bastante recentes. Somente em 1987, depois do Brasil, os sul-coreanos saíram de uma ditadura militar.
Yon Suk-yeol está no poder desde 2022, prometendo coibir a corrupção (Reprodução/X/@TretaNewsBR) |
N. do A.: Por falar em ditadura, a polícia de São Paulo é acusada de cometer várias violações dos direitos humanos, inclusive jogar um motociclista do alto de uma ponte em Cidade Ademar, coisa típica de lacaios de uma tirania ou de um regime mafioso; os policiais envolvidos no caso foram afastados, mas o rigor da lei ainda exige mais. A vítima desta atitude horrenda sobreviveu sem ferimentos graves, mas poderia ter morrido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário