sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O paradoxo dos televisores

Muita gente fica intrigada com os aparelhos de televisão estarem maiores e melhores, enquanto a programação da tevê, tanto na TV aberta quanto na TV por assinatura (alguém ainda paga por isso?) está pior a cada dia. 

Antigamente, as pessoas apreciavam as partidas de futebol e as novelas nas velhas tevês de tubo, ou CRT, sendo as maiores, de 29 polegadas, pesadíssimas e, no entanto, com imagens quadradas em formato 4:3, não maiores do que uma TV de 32 polegadas atual de LED LCD, considerada agora "pequena" e com "poucos" recursos, destinada agora a servir como aparelho de quarto ou monitor de computador. Devido ao formato 16:9, a TV LED basicona, encontrada por menos de R$ 1.000, tem uma altura cerca de 1 cm menor do que aquele trambolho antigo, lançado por uma fortuna no início da década de 1990, mas a largura compensa e muito. Isso porque o número de polegadas corresponde à extensão da diagonal da imagem. 

Quem quer uma tela maior, vai comprar as telas maiores, com tecnologias mais modernas, embora sejam na verdade aperfeiçoamentos do sistema LCD. Temos as QLED, aperfeiçoamento do LED convencional, usando os chamados "pontos quânticos", áreas da ordem de nanômetros (um metro tem um bilhão de nanômetros) que emitem luz com comprimento proporcional ao seu tamanho, ou seja, a luz azul, com comprimento de onda menor, é emitida por pontos menores que os emissores de luz vermelha, por exemplo. Por outro lado, existem os OLED, onde cada LED é independente, ficando completamente apagado para representar pontos muito escuros, enquanto as outras tecnologias usam telas retroiluminadas, garantindo maior contraste (os "pretos profundos"). Ainda existem os microLED, que usam LEDs ainda mais diminutos, para garantir contraste semelhante ao das telas OLED, mas sem os problemas de durabilidade destes. Os microLED ainda são raros.

Sendo QLED, OLED ou microLED, os televisores, alguns com mais de 85 polegadas, agora não são usados para reproduzir a programação de emissoras comuns, como a Globo ou o SBT, ou mesmo aquelas da TV a cabo outrora populares, e sim para aproveitar melhor as imagens dos filmes e seriados presentes nos serviços de streaming. Porém, esses serviços prometem ficar mais caros em 2025, com a má situação da nossa economia e o encarecimento no valor do nosso combalido Real. 

A resolução das antigas tevês por onde passavam as novelas com ibope de 80, 90 pontos, era de 480x360. Totalmente inviável para os aparelhos modernos, com resoluções 4k (3840x2160 no padrão 16:9, ainda o mais comum) ou até 8k (7680x4320 na mesma proporção). As novelas atuais da Globo que sofrem para passar dos 20 pontos são em formato full HD (1920x1080). Ou seja, ainda há gente que assiste as porcarias da TV aberta atual nas telonas de casa. Porcarias, sim, pois não se preocupam mais em renovar os velhos formatos, considerando que, mesmo nos tempos dos programas antigos a televisão era acusada de imbecilizar o povo. 


Os brasileiros assistiram o megasucesso Vale Tudo, de 1988, com velhas tevês "de tubo". Assistirão ao remake com as modernas OLEDs? (Globoplay)



N. do A. 1: Alguém se lembra das TVs de plasma, concorrentes dos LCDs no começo deste século?

N. do A. 2: Ontem e hoje repeti a pauta "Cidades" abordando cidades paulistas. Cogito fazer um novo blog somente com a história e os acontecimentos de cada município formador do estado de São Paulo. 


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