Uma marca pouco divulgada por aqui, mas muito conhecida pelos seus compressores de ar usados para diversos fins, desde encher o pneu de uma bicicleta e fazer a pintura de uma parede até a lavagem de máquinas industriais, é a Schulz S/A, de Joinville, em Santa Catarina.
Esta empresa foi fundada há relativamente pouco tempo, em 1963, quando o descendente de alemães Heinz Schulz e 26 colaboradores, entre eles um jovem chamado Ovandi Rosenstock (atual presidente da fábrica), fundaram uma pequena empresa metalúrgica, para a fabricação de ferramentas manuais e máquinas operatrizes. Com o tempo, passaram às ferramentas pneumáticas para uso de jatos de ar sob alta pressão, entre elas os compressores. Em 1972, produziram modelos de grande sucesso, com motores de pistão entre 0,5 e 1 cv, para uso em atividades domésticas. O senhor Heinz não pôde desfrutar do sucesso por muito tempo, pois faleceu em 1975 com apenas 52 anos de idade.
Pouco tempo depois da morte do fundador, a Schulz se tornou a maior fabricante de compressores, mas ainda enfrentava concorrentes respeitáveis, como a Tecnomecânica, dona da marca Wayne/Wetzel. Esta fábrica foi adquirida pela Schulz em 1994. Nesta época, a empresa abandonou o logotipo triangular, uma característica de muitas fábricas catarinenses. Nele, havia uma caldeira e uma engrenagem.
Primeiro compressor da Schulz (Divulgação/Schulz) |
Cinco anos depois, chegou a hora de explorar novos mercados e uma filial da empresa foi instalada em Atlanta, no estado americano da Geórgia (a mesma cidade conhecida por abrigar a fábrica matriz da Coca-Cola). Mais tarde, a fábrica catarinense se expandiu para outros locais, como a França, a Suécia, o Canadá e a China, a despeito das dificuldades econômicas enfrentadas por todos os empreendimentos no Brasil, desde a hiperinflação dos anos 1980 até os sucessivos planos econômicos. Também havia a concorrência de fabricantes estrangeiras, como a sueca Atlas-Copco e a americana Ingersoll-Rand, além da chinesa Fusheng, entre outras.
No Brasil, continuou a diversificar seu portfólio, com compressores movidos a motores a combustão, principalmente diesel, de alta potência. A tradicional fábrica de ferramentas Somar, existente desde 1929, foi comprada pela Schulz em 2009.
O carro chefe da Schulz é o compressor de ar a pistão, como este da linha Bravo (Divulgação/Schulz) |
Apesar de produzir desde chaves de fenda até máquinas de solda e motobombas, a empresa quase nunca apareceu em midias destinadas ao grande público. Não há um folheto ou propaganda de televisão conhecidos. Toda a parte de divulgação está destinada a outras empresas, clientes desta discreta mas vigorosa gigante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário