Depois que o governo paulista resolveu cancelar a construção das estações Pacaembu e Angélica, devido a problemas operacionais e técnicos, a Folha contribuiu para aumentar a confusão em torno do assunto, atribuindo o cancelamento, no caso da estação Angélica, a um abaixo assinado de 3.500 nomes.
Um dos assinantes do documento, que supostamente teve o poder de privar o bairro de Higienópolis de uma estação do metrô, teria dito:
""Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada..."
Mais tarde, no portal Uol, descobriu-se a autoria da frase infeliz que não reflete a opinião dos moradores de Higienópolis de maneira alguma.
Por causa disso, no Facebook, fizeram uma debochada manifestação contra os autores do abaixo-assinado, com direito a uma comunidade nesta rede social. A tal "churrascada", com direito a "truco" estaria prevista para o próximo dia 14, mas foi "adiada". Não se trata de uma churrascada real, mas é uma sátira ao esnobismo de 3.500 pessoas, uma minoria, mesmo entre os moradores de Higienópolis, em geral de classe média-alta.
A Folha acabou por induzir muita gente a se voltar contra os moradores de Higienópolis, tratados como elitistas, representantes típicos de um país que oprime as maiorias (escrevi um post anterior a respeito do preconceito contra pobres e mulheres, que são a maioria do nosso país, e volto a reiterar que o preconceito contra a maioria é muito mais grave e lesivo à democracia do que o preconceito contra as minorias, como os homossexuais). Existem dois pontos a serem esclarecidos:
1. Higienópolis é um bairro digno de respeito como qualquer outro e não pode ser estigmatizado por causa de um ou outro morador que expressa seus pontos de vista de forma ofensiva contra a tal "gente diferenciada". Além disso, nem todos os 3.500 assinantes são contra as classes ditas "inferiores", pois apontaram outros problemas, como os tumultos (inevitáveis) durante a construção da estação e a presença do metrô em locais próximos, como Santa Cecília, Consolação e Hospital das Clínicas. Além disso, vai ter, sim, duas novas estações na região, uma na linha Amarela (Higienópolis-Mackensie) e outro na linha Laranja (provavelmente próximo à Faap, para substituir as estações Angélica e Pacaembu).
2. A "gente diferenciada" (sic) tem de ter direito, sim, ao metrô. O ideal é ter uma estação em cada bairro da cidade, mas isso é impossível de se fazer mesmo a médio prazo. O que poderia ser feito é acelerar as obras dos projetos já existentes, e fazer estudos cuidadosos sobre novas estações que beneficiariam outros bairros. São Paulo precisa ter muito mais metrô, de fato. Mas é preciso, sim, levar em consideração todos os fatores, e um deles é determinante: dinheiro.
P.S.: Havia escrito um post anterior, que não foi publicado por problemas técnicos do blog, alheios à minha vontade.
Um dos assinantes do documento, que supostamente teve o poder de privar o bairro de Higienópolis de uma estação do metrô, teria dito:
""Eu não uso metrô e não usaria. Isso vai acabar com a tradição do bairro. Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada..."
Mais tarde, no portal Uol, descobriu-se a autoria da frase infeliz que não reflete a opinião dos moradores de Higienópolis de maneira alguma.
Por causa disso, no Facebook, fizeram uma debochada manifestação contra os autores do abaixo-assinado, com direito a uma comunidade nesta rede social. A tal "churrascada", com direito a "truco" estaria prevista para o próximo dia 14, mas foi "adiada". Não se trata de uma churrascada real, mas é uma sátira ao esnobismo de 3.500 pessoas, uma minoria, mesmo entre os moradores de Higienópolis, em geral de classe média-alta.
A Folha acabou por induzir muita gente a se voltar contra os moradores de Higienópolis, tratados como elitistas, representantes típicos de um país que oprime as maiorias (escrevi um post anterior a respeito do preconceito contra pobres e mulheres, que são a maioria do nosso país, e volto a reiterar que o preconceito contra a maioria é muito mais grave e lesivo à democracia do que o preconceito contra as minorias, como os homossexuais). Existem dois pontos a serem esclarecidos:
1. Higienópolis é um bairro digno de respeito como qualquer outro e não pode ser estigmatizado por causa de um ou outro morador que expressa seus pontos de vista de forma ofensiva contra a tal "gente diferenciada". Além disso, nem todos os 3.500 assinantes são contra as classes ditas "inferiores", pois apontaram outros problemas, como os tumultos (inevitáveis) durante a construção da estação e a presença do metrô em locais próximos, como Santa Cecília, Consolação e Hospital das Clínicas. Além disso, vai ter, sim, duas novas estações na região, uma na linha Amarela (Higienópolis-Mackensie) e outro na linha Laranja (provavelmente próximo à Faap, para substituir as estações Angélica e Pacaembu).
2. A "gente diferenciada" (sic) tem de ter direito, sim, ao metrô. O ideal é ter uma estação em cada bairro da cidade, mas isso é impossível de se fazer mesmo a médio prazo. O que poderia ser feito é acelerar as obras dos projetos já existentes, e fazer estudos cuidadosos sobre novas estações que beneficiariam outros bairros. São Paulo precisa ter muito mais metrô, de fato. Mas é preciso, sim, levar em consideração todos os fatores, e um deles é determinante: dinheiro.
P.S.: Havia escrito um post anterior, que não foi publicado por problemas técnicos do blog, alheios à minha vontade.
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