Foto oficial da "presidenta"
Após seis meses de governo Dilma, é ainda cedo para dizer se ela vai fazer alguma coisa de notável ou não.
Pelo menos, uma coisa é certa. Ela não acabou com o país. Ainda.
Ela teve a sabedoria de impor um estilo diferente de governar, em relação ao governo Lula. O perfil do governo é, em geral, mais técnico, com menor intervenção política (embora o PMDB e o PT sejam muito fortes, ainda, neste governo). Porém, o aparelhamento do Estado ainda é muito forte.
O número de ministérios é muito grande, para poder alojar os aliados do governo, isso já virou lugar comum desde 2003. Assim como o péssimo custo-benefício do governo: muitos impostos e pouco retorno. NOSSO DINHEIRO continua a ser gasto em "prioridades", como auxílio-combustível, passagens aéreas e carros.
Isso sem falar nas obras para a Copa e as Olimpíadas, com os projetos polêmicos do Itaquerão e do trem-bala, que prometem consumir vorazmente o NOSSO DINHEIRO, sem perspectiva clara de retorno.
O erário público foi utilizado de todas as formas, como é tradição neste país. Até para financiar uma fusão entre empresas privadas como o Carrefour e o Pão de Açúcar, assunto de um post recente. O BNDES foi usado para favorecer esta união (em outras palavras, NÓS VAMOS PAGAR A CONTA!), capaz de gerar um monstro no mercado. Em todos os sentidos.
Já houve um grande escândalo, envolvendo o ministro chefe da Casa Civil, Antônio Palocci. A nomeação dele para um ministério tão poderoso já era preocupante. Ficou pior quando foram revelados indícios de enriquecimento ilícito. Palocci participara do governo Lula como ministro da Fazenda e foi obrigado a sair por causa de outro escândalo político (o caso da quebra de sigilo bancário do caseiro Francenildo). Em junho deste ano, após muita relutância, ele saiu pelos fundos novamente.
Para piorar, o desequilíbrio nas contas públicas e o aquecimento da economia fizeram a inflação acordar. Com certeza, a meta de 2011 está arruinada. Se ficar em 7%, ou seja, acima do teto da meta (6,5%), podemos comemorar.
Existem compensações para tudo isso? Sim. O Brasil agora não está mais tão sintonizado com os "amiguinhos" do Lula, como o ditador do Irã e o presidente da Bolívia. A presidentA não aceita a violação aos direitos humanos, sobretudo das mulheres, do governo iraniano, e nem as medidas esdrúxulas do governo boliviano, como legalizar carros sem documentação, alimentando o crônico problema do roubo de automóveis no Brasil e na Argentina.
Ela causou boa impressão a nada menos que Barack Obama, que visitou o nosso país quando o governo dela ainda estava engatinhando, em março. Por outro lado, as relações do governo brasileiro com o aliado-mor de Lula, Hugo Chávez, continuam bastante fortes.
Por fim, não se apagou a incômoda impressão da tutela do ex-presidente, que interviu no caso Palocci. E promete intervir de novo, no próximo escândalo, quando houver.
O que esperar do governo Dilma no segundo semestre? E em 2012, 2013 e 2014? Qualquer perspectiva ainda parece ser mero palpite.
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