Será motivo para ele chorar, diante do resultado no anti-doping? (foto do UOL em 2008, durante a conquista do ouro nos 50 m livres)
Enquanto o ex-chefão do FMI é inocentado e sai da cadeia, outra personalidade acima de qualquer suspeita passou a ser alvo de acusações.
Esses dois personagens nada tem em comum além de serem conhecidos internacionalmente. Um comandou uma agência financeira internacional, e o outro é um campeão mundial de natação. É o Cesar Cielo, ídolo brasileiro, medalha de ouro em Pequim e ganhador de vários outros títulos.
Ele foi pego no exame anti-doping feito durante o torneio Maria Lenk. Detectaram uma substância diurética chamada furosamida. Como a detecção ocorreu apenas neste exame, e os julgadores não viram intenção de melhorar artificialmente os resultados, Cielo foi somente advertido, e seus resultados no torneio Maria Lenk foram invalidados.
Porém, muitos passaram a questionar por que o nadador consegue resultados tão bons, a ponto de ganhar tantos prêmios. Alguns movidos pelo velho "complexo de vira-lata" atribuído ao brasileiro, carente de bons exemplos. Não há razão para questionar a capacidade de Cielo, pois se ele estivesse sob efeito de doping já teriam detectado há muito tempo, e ele seria devidamente punido.
Outros argumentariam que um ídolo é um ser humano e não é perfeito. Mas nadadores, como a maioria dos esportistas, precisam seguir regulamentos, e arcar com as consequências em caso de desobediência. Não são artistas pop como Amy Winehouse ou Michael Jackson, que podem se drogar e cometer loucuras. E a quebra das regras pode significar o ostracismo, como aconteceu com o velocista Ben Johnson, no mais escandaloso caso de doping da história do esporte, durante as Olimpíadas de Seul. Ou com a compatriota e também nadadora Rebeca Gusmão, banida do esporte por causa da testosterona.
Cesar Cielo sabe o que pode acontecer com ele se não andar na linha. Por enquanto não há motivo para choro e ranger de dentes, mas espera-se que tudo isso seja só um "susto". Futuros flagras assim podem custar ao Brasil uma das poucas medalhas de ouro, três no total, ganhas em 2008, e desmistificar de forma bem dura um dos brasileiros mais conceituados no exterior.
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