O governo Obama está com sérias dificuldades em negociar uma proposta de aumento do limite de endividamento para administrar o problema da dívida pública. Só mesmo o homem mais poderoso do mundo para permitir uma dívida de US$ 14 trilhões.
Os republicanos não querem que as grandes corporações aumentem sua contribuição para resolver a crise. Já os democratas, que apoiam o presidente americano, não abrem mão das obras sociais. Muito se especula se esta rixa na verdade é mera política. Eles estariam mais preocupados na campanha pela reeleição do Obama do que nos rumos do país, algo próximo do que se faz por aqui na América Latina, com mais sofisticação e respeito às regras democráticas.
Por enquanto as agências de classificação de risco não abaixaram a nota dos títulos americanos, mas se os EUA derem um calote, a economia do mundo passará por uma turbulência talvez mais forte do que em 2008, e o dólar, uma moeda relativamente frágil, pode perder ainda mais força no exterior. Isso seria destruidor para países dependentes da exportação de commodities, isto é, matérias primas com pouca margem para negociação dos preços. Tais países, como o Brasil, terão de fazer ajustes mais fortes no câmbio ou nos gastos públicos, se não quiserem jogar dinheiro fora e agravar problemas como miséria e violência.
Seria também, aliás, já é, uma mácula imensa na imagem dos EUA. Eles continuam a formar o país mais rico do mundo, mas deverão usar toda a sua experiência como superpotência mundial para não ficarem com fama de caloteiros diante do mercado financeiro.
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