segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O começo da longa batalha de Obama

 Obama em seu discurso de posse (H. Darr Beiser/USA Today)

Barack Obama, em seu discurso de posse como presidente reeleito, mostrou não ter perdido a sua capacidade de empolgar multidões. 

Ele mostrou todo o seu viés democrata, visto como "esquerdista" e "politicamente correto" demais para muitos americanos conservadores. Defendeu as minorias raciais e sexuais, falou sobre o aquecimento global e citou Martin Lufter King, causando euforia nos presentes.

Contudo, existem outros problemas. Ele citou idéias menos populares como o déficit fiscal e os cortes na área da saúde, além da difícil relação com um Legislativo com forte presença da oposição republicana. O crescimento econômico e a questão do controle de armas também prometem dar muita dor de cabeça a Obama. Por fim, há uma espécie de maldição, segundo a qual os presidentes sempre precisam ter mais dificuldades no segundo mandato em relação ao primeiro. De fato, só para citar alguns exemplos, George W. Bush enfrentou o 11/9 no começo de seu segundo mandato, Bill Clinton envolveu-se no escândalo sexual com Monica Lewinsky e Abraham Lincoln foi assassinado logo depois da sua segunda posse.

Foi também enfatizada a luta para a recuperação econômica, que será bem difícil, pois não há sinais evidentes de melhora, apesar de todo o otimismo do governo americano. 

Existe, também, um cenário espinhoso no resto do mundo, para os EUA resolverem, como é praxe: o terrorismo principalmente na África, onde duas nações, Mali e Argélia, viraram o assunto do momento. A terrível incursão terrorista no leste da Argélia resultou na morte de mais de 50 vítimas do terror, sequestradas durante um ataque a um campo de gás natural, pelo menos 37 delas estrangeiras. No país vizinho, o Mali, a guerra contra os partidários da al-Qaeda, que se apossaram de mais da metade do território, está apenas no começo e vai demandar esforços militares não só dos americanos, mas principalmente dos franceses e dos países vizinhos, na ingrata tarefa de ajudar uma ditadura imposta por um golpe militar a recuperar territórios perdidos por guerrilheiros apoiados por inimigos da civilização ocidental.

Isso não foi citado diretamente no discurso de posse, mesmo porque o intervencionismo americano não é totalmente aceito pelo eleitorado de Obama, que compareceu em massa para ouvirem o discurso, na praça do Capitólio, em Washington. Os 700 mil participantes não chegaram nem à metade da multidão presente no mesmo local, em 2009, durante a primeira posse.

Espera-se que o primeiro presidente negro da história americana consiga resolver os desafios internos e externos satisfatoriamente, pelo bem de seu legado à história americana e ao mundo inteiro.

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