Como era esperado pelos analistas, Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado, depois de seis anos praticamente expulso de lá. Ele recebeu 56 votos, dos 81 membros da Casa, contra apenas 18 de Pedro Taques, do PDT.
Para não dizerem que ele não aprendeu e não esqueceu, parafraseando o grande modelo da astúcia política Talleyrand, em um de seus discursos mais recentes ele disse que a ética é "dever de todos nós". Ninguém em sã consciência, pelo menos entre os não afiliados com o poder, apostaria um centavo em uma atuação coerente com as dignas palavras ditas por ele. Porém, é esperado que ele aja com mais cautela e maior respaldo de seus correligionários, para não ter sua imagem comprometida como aconteceu na época da sua renúncia. Poderá, portanto, agir mais ou menos como o seu antecessor e também peemedebista, José Sarney.
Será difícil, pois o procurador-geral da República Roberto Gurgel já fez várias denúncias contra ele ao STF, principalmente devido aos escândalos descobertos em 2007. A imprensa, particularmente a chamada "mídia independente" e pejorativamente chamada de "PIG" pelos apoiadores mais radicais do governo, também não vai sossegar. Quanto à população, principalmente a secularmente castigada gente de Alagoas, não há muito o que fazer além de arcar com os custos dos equívocos na hora de votar, motivados por falta de conhecimento e instrução, e preocupante ignorância na arte da cidadania.
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