O prefeito de São Paulo, ontem, ao apresentar seu plano de metas (Cesar Ogata/Prefeitura de SP - divulgação)
O plano de metas apresentado pelo prefeito Fernando Haddad é composto de vários pontos apontados pela Prefeitura como prioritários, como saúde, mobilidade urbana, corredores de ônibus, vagas nos CEUs, combate à criminalidade, e outros temas.
Tudo bastante ambicioso, mas o formato nada tem de novo. É semelhante aos apresentados pelos prefeitos anteriores, ou seja, não pode ser considerado um plano de metas no sentido estrito da palavra.
A diferença entre o exposto agora e tudo aquilo que se fala em campanha é a circunstância política: as intenções ditas em campanha ocorrem durante o período eleitoral, enquanto os "planos de metas" são elaborados após a posse do eleito, após o mesmo estar mais familiarizado com o cargo e com a situação real do lugar a ser administrado por ele, em geral diferente daquela enxergada antes das eleições. Via de regra, não se cumpre nem metade do prometido, devido a problemas com empreiteiras, licitações atrasadas, outros compromissos políticos, etc.
Isso não é exclusividade do Brasil. Em todo o mundo o significado de "metas" no mundo político é diferente daquelas no mundo corporativo. Enquanto os executivos, gerentes e mesmo diretores muitas vezes sofrem para cumprir as metas exigidas pelas empresas, os políticos, seja no Brasil, em Uganda ou nos EUA, não se estressam tanto assim. Os patrões deles não pressionam tanto quanto deveriam, pois tem muitos outros afazeres e, muitas vezes, não estão informados sobre os meios de exigir-lhes desempenho - isso quando esses meios existem. Muitas vezes esses mesmos patrões contentam-se com pouco, muito pouco. Leia-se: esses chefes somos NÓS, aqueles a quem os políticos deveriam servir de acordo com as idéias democráticas.
Logo, o que o prefeito Haddad apresentou nesta semana não se chamam "plano de metas". Chamam-se promessas. Também conhecidas por outros nomes ainda menos elogiosos, e isso vale para todos os seus antecessores e, muito provavelmente, sucessores.
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