Ontem, um motorista embriagado mutilou um trabalhador que estava andando de bicicleta na Avenida Paulista, na madrugada de domingo.
De novo um acidente grave, do qual não exporei em detalhes, pois há muitos textos na Internet narrando-os. Isso é um dos problemas do nosso trânsito, farto de maus exemplos e mal administrado. Como resultado, há um clima quase de luta pelo poder em nossas ruas. Não há espaço suficiente, disputado por automóveis, bicicletas, ônibus, caminhões e pedestres. A falta de educação é generalizada, desde a falta do uso de setas durante as conversões até a embriaguez e os rachas, passando pela falta de uso de faixas de trânsito e passarelas por parte de quem está a pé, e também caminhoneiros usando estimulantes para se manterem acordados e cometendo atrocidades.
Não se fiscaliza direito, há pouquíssimo estímulo ao transporte público e as prefeituras acham que bicicletas são meros instrumentos de lazer, quando na verdade são meios de transporte individual. Os caminhões sofrem restrições cujo resultado é pífio, pois as empresas transportadoras estão preferindo pagar as multas (cujo valor de pouco mais de R$ 85 é irrisório) e desafiarem essa lei farisaica que aponta os caminhoneiros como grandes vilões do trânsito, quando na verdade existe é um excesso de automóveis.
Propostas para todos esses problemas de trânsito não faltam, e alguns deles vem de fora. O polêmico estudioso dinamarquês Bjorg Lomborg, autor do livro "O ambientalista cético", de 2001, está visitando a nossa cidade e engrossa a lista dos milhares a apoiar o pedágio urbano, um remédio doloroso principalmente para um lugar com trauma de pedágios como São Paulo (escrevi um post sobre a 'pedagiolatria'). O ambientalista tem outras propostas, não só para o trânsito mas também para as enchentes (conforme algumas postagens feitas aqui, inclusive a imediatamente anterior a esta). Leia aqui.
Com a implantação do pedágio urbano ou não, é hora de enfrentarmos o problema do trânsito com seriedade. São Paulo é um dos locais onde nas ruas são locais de verdadeiras chacinas cometidas por motoristas fora da lei, e isso tem forte tendência a piorar. Já perdemos tempo demais no trânsito, e muitos até a vida.
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