sexta-feira, 5 de abril de 2013

Estamos perto de ser uma democracia?

Tão perto quanto o inferno do céu!

Os fundamentalistas de ambos os lados da briga entre o pastor Marco Feliciano e os manifestantes que querem a saída dele mostraram ainda desconhecer o que é democracia. Querem impor seus pontos de vista e se descontrolam diante de uma opinião contrária. Existe o direito de protestar, mas muita gente quer impor suas vontades, usando sua influência sobre os demais. E a democracia prevê um minimo de respeito a quem pensa de forma diversa.

Marco Feliciano, do PSC, partido dominado pelos evangélicos e tido como "conservador" apesar de ser da base aliada do governo petista, mostrou que está lá para comprar briga, causar polêmica. Com atitudes radicais e escandalosas, ele mostrou que não é a pessoa mais indicada para ocupar a liderança da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Porém, não é na base do grito que ele deve sair de lá. Cabe aos outros membros da comissão, sem passionalismo e com critérios, decidirem isso.

Ele parece fazer parte de um circo maior armado por vários integrantes do Congresso para desviar a atenção diante dos escândalos (mensalão, caso Carlinhos Cachoeira, sanguessugas, e outros que usam o NOSSO DINHEIRO como se fosse de ninguém) e tem o perfil certo para isso: evangélico, boquirroto e com vários processos nas costas, embora ainda não seja formalmente acusado de nenhum deles, como o fato de usar a cota parlamentar para enriquecer a sua igreja, a Vigília Assembleia de Deus, e seus negócios particulares. 

Mostra também a grande distorção representativa do Congresso, motivada por um sistema hediondo, causado pelo voto proporcional, currais eleitorais ainda existentes e pouca representatividade dos partidos, que não podem ser chamados assim porque não possuem coerência ideológica, atuando ao sabor dos interesses particulares. Marco Feliciano representa os evangélicos, cuja representatividade no Congresso é muito grande. Os adversários dele representam, fundamentalmente, os homossexuais, artistas militantes e pessoais ditos "de esquerda", um termo desgastado para defender quem simpatiza com o PT, o comunismo, Cuba, o finado Hugo Chavez, ou outros inimigos da chamada "direita". Pode-se argumentar que os militantes também defendem as causas dos negros e das mulheres, que não são minorias, e também foram ofendidos por Feliciano, mas essas defesas são relativas, guiadas por pensamentos ideológicos.

Ou seja, as minorias se manifestam à vontade enquanto a maioria impotente não tem condições de fazer isso. Isso é democracia?

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