Finalizando a série, temos aqui alguns elementos mafiosos, mas podemos chamá-los por termos mais apropriados como assassinos, terroristas, a escória da tabela: são os actinídeos.
Dentre esses elementos, temos alguns bem conhecidos, como o urânio e o plutônio, elementos usados nos reatores nucleares e na coisa mais terrível já feita: a bomba atômica.
Às vezes também são chamados de terras-raras, por terem o subnível f como o mais energético, característica também dos lantanídeos. Geralmente são trivalentes, portanto loucos para sequestrar não-metais e estuprá-los, enfiando-lhes três elétrons no rabo na eletrosfera deles. Às vezes, como muitos demônios, são metais bissexuais.
Eis os membros dessa al-Qaeda da Química:
- Actínio: Este é um típico metal do inferno, existindo apenas para infestar o ambiente de radioatividade. Não serve para mais nada. Dá nome ao grupo, mas sua importância não vai além disso.
- Tório: Está presente naquela mistureba de terras-raras chamada de monazita. É um elemento bem misterioso, aliás. Parece ser boa-praça, como componentes de vidros raros e equipamentos de laboratório, mas pode pegar fogo facilmente, mostrando não trair o costume do grupo.
- Protactínio: É quase tão inútil e assassino quanto o actínio, mas por ser mais raro, não é tão levado em conta. Poderia ser considerado o membro mais ralé da corja.
- Urânio: Não se sabe o porquê do grupo não ser chamado de uranídeos, já que o urânio é, de longe, o elemento mais importante de todos. Este é o líder de facto deste grupo de vilões dentro da tabela periódica. É muito comum na natureza, para alegria dos ditadores e terroristas que adoram ter uma bomba atômica para ameaçar jogar nos inimigos. Está presente como combustível para as usinas de fissão nuclear, que podem ser uma ameaça nas mãos de tecnocratas presunçosos, como os donos de Chernobyl e Fukushima, e líderes feios, carrancudos e barbudos que usam turbante e dizem usar este metal só para fins pacíficos (sei...). O urânio, quimicamente, é um taradão, traçando não só os não-metais como participando daquelas surubas com outros metais e o oxigênio, os chamados uranatos. Ou seja, é um metal bissexual e promíscuo, como o sujeito-de-muitos-nomes. Como os químicos não são idiotas a ponto de arruinarem a reputação para sempre, escolhendo algum nome do coisa-ruim (para muitos o criador dessa josta), resolveram batizar o metal com o nome de um planeta, Urano.
- Neptúnio: Este foi o primeiro elemento sintetizado mais pesado que o urânio, chamado de transurânico. Para batizá-lo, escolheram o nome do próximo planeta, Netuno. Também serve para os loucos que querem destruir para sempre seus inimigos jogando bombas nucleares neles.
- Plutônio: É o mais famoso elemento transurânico conhecido. Como foi fabricado após o neptúnio, deram-lhe o nome de plutônio, para homenagear Plutão, então recém-descoberto. Os químicos da época nem imaginariam que Plutão iria deixar de ser considerado um planeta em 2006. De qualquer forma, é um elemento diabólico, também usado como arma de destruição em massa. Além de ser combonente das bombas atômicas, ainda solta radiação alfa, beta, gama, e se pudesse todo o alfabeto grego, mais do que qualquer outro elemento.
- Amerício: Criatura demoníaca batizada para homenagear a América, ou mais precisamente os Estados Unidos da América. Conseguem atualmente produzir essa bosta esse metal em quantidades suficientes para usá-lo em algo que preste, como o dióxido de amerício usado em alguns detectores de fumaça.
- Cúrio: Depois do plutônio, é o próximo elemento a ser fabricado. Foi sintetizado antes do amerício. Segundo os químicos, o nome foi para homenagear o casal Curie, famosos físicos da virada do século XIX para o XX. Atualmente é usado como componente para instrumentos de medida de satélites. É bom que fique bem longe dos humanos, porque é fonte de radiação pestilenta.
- Berquélio: Aberração criada especificamente para completar o time dos actinídeos. Batizado com o nome da famosa universidade de Berkeley, na Califórnia. Não serve para nada, a não ser para envenenar eventuais descuidados que não tomam as devidas precauções no seu manuseio.
- Califórnio: Outra coisa que recebeu nome de um lugar americano, no caso o glorioso estado da Califórnia. Ainda não encontraram nada que preste para ele. Só se sabe que ele, como todos os actinídeos, gosta de reagir com os não-metais enfiando-lhes três elétrons.
- Einstênio: Os químicos resolveram não homenagear mais nada da Califórnia, ou seja, nada de sequoium (homenagem à sequóia, árvore gigante do local), saofranciscum ou hollywoodium. Deram-lhe o nome do arqui-famoso Albert Einstein. Para desgosto do famoso formulador da Teoria da Relatividade e do efeito fotoelétrico, aquele fenômeno que explica o funcionamento das células solares, não se sabe nada sobre o elemento. Apenas descobriram que ele é um metal radioativo, pervertido quimicamente e perverso em termos de comportamento, por soltar radiação como louco.
- Férmio: O italiano Enrico Fermi batizou o elemento de número atômico número 100, e não o alemão Einstein. A honra dada a um habitante da bota não vale nada, por enquanto. Por enquanto a única coisa mais digna de atenção é a sua presença como resíduo de explosões nucleares. Porca miseria!
- Mendelévio: Para não deixar os russos morrendo de raiva, finalmente homenagearam um russo, Dmitri Mendeleev, o inventor da Tabela Periódica tão mal-falado por alguns estudantes que odeiam estudar Química. Esta criatura do inferno por enquanto serviu apenas para preencher a tabela periódica e ajudar a completar esse grupo maligno.
- Nobélio: Alfred Nobel não escapou de, postumamente, batizar um elemento químico artificial, monstruoso, violento, pestilento, nojento e xexelento, entre outros -entos. Além disso, parece ter comportamento químico meio estranho, pois gosta de doar dois elétrons apenas, e não três, como os demais actinídeos.
- Lawrêncio: Para completar a súcia, criaram o lawrêncio, de Ernest O. Lawrence, para não deixar os físicos americanos com inveja por não terem um deles homenageado. Lawrence foi o inventor do cíclotron, mais famoso tipo de acelerador de partículas. Quimicamente, comportar-se-ia mais como um elemento como o escândio ou o ítrio do que como um actinídio propriamente dito, pois ele tem o subnível f completo, ao contrário dos seus colegas malditos.
E assim, esta série termina, mas pode voltar quando inventarem algum elemento químico novo ou batizarem algum já existente (aqueles batizados com nomes latinos como ununtrium). Espera-se que estas postagens despertem algum interesse dos vestibulandos. Porém, repito o aviso: JAMAIS levem a sério as informações contidas, ou se preparem para se arrependerem amargamente. Terão trauma de dois dos elementos quimicos da tabela periódica: o ferro, porque vão se ferrar, e o cobre, porque o símbolo desse metal significa o mesmo lugar onde vão sentir o ferro.
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