O PT passa por uma verdadeira prova de resistência para enfrentar as consequencias dos atos de seus partidários.
Já estão dizendo que a ave de olho no PT não é um tucano (Foto tirada no Zoológico de Salvador, em 2005)
Primeiro, e menos grave, foi a atitude do governador do Acre, ao praticamente forçar os outros governos a receberem refugiados haitianos. O governo acreano assumiu o compromisso de alojá-los enquanto eles recebem vistos provisórios para se estabelecerem. O Haiti é praticamente um país morto, onde qualquer esperança de melhoria parece um devaneio, diante da miséria crônica, ausência de infra-estrutura e as consequências de um terremoto de 2011 que transformou a capital em ruínas. Os haitianos arriscam a vida e representam um desafio para a comunidade internacional ao embarcarem clandestinamente para outros países, principalmente latino-americanos, para fugirem da nação (???) antilhana.
Pois bem, sem aviso os haitianos deixaram de ser recebidos no Acre para tentarem a sorte nos estados considerados mais preparados. Ao fazer isso, o governador Tião Viana, do PT, cometeu no mínimo uma deselegância, para não dizer falta de ética, ao não fazer um acordo prévio com os outros governadores acerca do assunto. É certo que a questão dos refugiados não é só responsabilidade do Acre, mas a perfídia do governo acreano poderá fazer grande estrago ao país inteiro, e isso representa também um tratamento desrespeitoso para os haitianos.
Outro assunto consegue ser ainda mais terrível, envolvendo o doleiro Alberto Youssef. O ex-vice presidente da Câmara André Vargas já está praticamente sepultado politicamente devido ao seu envolvimento com ele, e o empréstimo do jatinho de Youssef é apenas uma parte da história. Existem fortes indícios que Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e candidato ao governo de São Paulo, esteja também envolvido. Youssef teria trocado mensagens com André Vargas citando Padilha. É preciso apurar o caso, pois isso não constitui, a princípio, uma prova cabal contra o ex-ministro, que alega razões eleitorais para prejudicá-lo.
Não é preciso nada disso para rejeitar fortemente Padilha. Ele não exerceu cargo administrativo algum, o mesmo caso do ex-ministro da Educação Fernando Haddad. Sua gestão como ministro da Saúde não chegou a ser uma vilania. Ele não fez nada parecido com estimular livros mal escritos a serem adotados nas escolas, ou se omitir no caso das fraudes no ENEM, mas é difícil apontar qualquer melhoria na saúde, e os usuários do SUS podem afirmar isso melhor do que este blog. Seria muita presunção querer que os hospitais tenham a mesma qualidade de um Sírio Libanês de uma gestão para outra, mas é preciso muita pesquisa para achar algum indicativo de melhoria. E a dengue? As doenças de carência como a esquistossomose? Malária? Está dificíl pesquisar no Google para achar algum ato positivo de Padilha durante seu ministério, sem falar que ele foi acusado de irregularidades na Funasa em 2004, e, sendo ele paulista, trabalhou muito mais em outros estados, principalmente o Pará, conhecendo muito pouco os problemas de São Paulo.
A candidatura de Padilha, portanto, não seria tão preocupante se por trás dele não estivesse o empenho do ex-presidente Lula e do partido, que conseguiram eleger Haddad em uma eleição onde a cidade de São Paulo ficou dividida entre ele e Serra.
Estes são mais casos de um partido que, decididamente, não terá a mesma força nas eleições deste ano. O PT já está desgastado depois de 11 anos à frente do Brasil. Houve prós e contras nos governos Lula e Dilma, mas os contras já passaram do limite do suportável faz tempo. E a falta de perspectiva de muitos brasileiros só cresce, pois Aécio Neves não convenceu ainda o eleitorado, mesmo sendo o neto do Tancredo, e Eduardo Campos é outra aposta arriscada. O que será do nosso país?
Nenhum comentário:
Postar um comentário