terça-feira, 22 de abril de 2014

Da série "Como seria o Brasil se...", parte 3

Esta série não segue uma ordem cronológica. Na primeira parte, especulei sobre a permanência de D. Pedro I no Brasil. Na segunda, uma abordagem sobre uma hipotética sobrevivência da monarquia. 

Desta vez vou ser um pouco mais breve e recuar bastante no tempo, aproveitando que hoje, dia 22 de abril, foi a data oficial da descoberta do Brasil pelos portugueses, representados pelos homens de Pedro Álvares Cabral. Por esse calendário, o Brasil já estaria com 514 anos...

O mapa-mundi segundo Martin Waldseemüller, cartógrafo alemão. Foi feito em 1507, já mostrando a América. 

O que aconteceria se Cabral resolvesse não navegar na direção sudoeste? Ainda há muitas teorias a espera de comprovação. Cabral teria recebido instruções secretas do rei D. Manuel, chamado de "O Venturoso", para ocupar terras desconhecidas na América? Isso certamente teria a ver com aquela mudança exigida por Portugal, seis anos antes, para mudar o Tratado de Tordesilhas, que limitava as terras sob conquista portuguesa a leste do meridiano que marcava 370 léguas a oeste de Cabo Verde, então já um território luso. 

Há quem diga que esta parte do mundo continuaria a pertencer aos índios. Isso é muito pouco provável, porque fatalmente um povo europeu sedento por minérios e terras para serem exploradas. 

Muitos diriam que, se Cabral não tivesse aportado na costa da atual Bahia, os invasores de outras regiões certamente teriam se apoderado destas terras. Provavelmente, ingleses, mas principalmente franceses. A colonização da terra não necessariamente significaria o desenvolvimento. Talvez haveria ainda mais devastação, e massacre dos indígenas. Naquela época, ingleses e franceses não estavam nem um pouco interessados em morar num país quente, com mosquitos e selva. Não seria, de forma alguma, uma colônia de povoamento. 

Seria mais provável que os espanhóis pressionassem para modificar o Tratado de Tordesilhas e tratassem de ocupar as terras que, por direito, seriam de Portugal. Neste caso, todo o subcontinente iria falar espanhol, e haveria nova divisão das terras. Mais tarde, durante as lutas pela independência, o sertão, a Amazônia e as outras partes da terra dita das palmeiras formariam republiquetas. 

Porém, o mais provável mesmo é alguém de Portugal vir aqui e reclamar a posse. Não seria Vasco da Gama ou Afonso de Albuquerque, que estavam mais interessados na Ásia. Talvez Martim Afonso de Souza, como realmente viria a acontecer em 1530. Até lá, as terras d'além mar (segundo os lusitanos) estavam abandonadas, pois Cabral não quis ficar e seguiu viagem rumo à costa da Índia, passando pelo "Cabo das Tormentas", o antigo nome do Cabo da Boa Esperança, na atual África do Sul. 

Por fim, uma curiosidade: e o nome do território? Caso ele não fosse conquistado por Portugal, não viria a ser chamado de Brasil, e sim outro nome, talvez emprestado dos povos litorâneos, que falavam dialetos tupis, como Pindorama, ou qualquer outra denominação inventada pelos conquistadores. Isso se eles mantivessem a unidade do território, o que não seria muito provável. 

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