O governo Dilma está a caminho do fim, realmente.
Já não tem forças para resistir, embora exerça agressivamente seu direito de defesa, assegurado pela Constituição. Direito de espernear, criticar o "golpe", para ser mais exato, inclusive diante do STF, que não viu motivos para forçar o adiamento da votação da Câmara para o impeachment.
O Supremo ainda condicionou as justificativas para a decisão dos deputados aos crimes de responsabilidade, representados pelas chamadas "pedaladas fiscais" e suas consequências sobre a economia do país, atualmente em pandarecos. A Lava Jato não conta, pois na operação a presidente não é (ainda) ré, por não ter acusações formalizadas contra ela (embora haja denúncias sobre a responsabilidade de Dilma na compra de Pasadena).
Queriam, ao menos, que o Supremo impusesse seu ponto de vista sobre o Congresso, a respeito dos crimes de responsabilidade, mas o responsável pela avaliação do pedido do governo neste sentido, ministro Edson Fachin, tratou de desiludir o governo, pois, segundo ele, seria interferência do Judiciário no Legislativo.
Dilma ainda queria fazer um pronunciamento em cadeia nacional, mas desistiu, pois isso iria ser facilmente questionado judicialmente e teria um impacto negativo na opinião pública. Além disso, a Justiça ordenou que ela não se pronunciasse, atendendo a uma liminar do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA).
Só resta ao governo, enfraquecido, continuar a mobilização para assegurar o número suficiente de deputados que, ora lhe são fieis, ora manifestam sua omissão faltando à sessão de domingo. Mas pelo menos os "fieis" estão escasseando, devido à debandada de partidos da antiga base aliada.
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