O Senado e o STF já estão trabalhando no processo de impeachment, apesar da afirmação feita por Renan Calheiros segundo a qual não se pode esperar muita pressa.
Enquanto isso, o PT e Dilma continuam apostando na afirmação do "golpe", na esperança de conseguir um número suficiente de pessoas dispostas a acreditar nisso. Para sustentar essa tese, não basta acreditar em tudo (até em cegonha, Papai Noel, coelho da Páscoa ou discursos de políticos), mas ter disposição e devoção ideológica.
Não ficam apenas nisso, porém. O governo, representado pela Advocacia Geral da União e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardoso, vai tentar entrar com recursos no STF até onde for possível, reclamando dos deputados que fizeram "julgamento político", com o pretexto de denunciar as "pedaladas fiscais", um dos recursos utilizados pelo governo para disfarçar - e agravar - o descalabro na economia.
Falar de julgamentos políticos para pessoas eleitas para fazer política é algo estranhíssimo. O PT fez a mesma coisa quando estava na oposição, pedindo o afastamento de todos os governantes desde Fernando Collor, com ainda mais agressividade e menos disposição para o diálogo.
Por falar nisso, eles também estavam estarrecidos com o festival de disparates ditos pelo deputado Jair Bolsonaro, e resolveram generalizar, apontando-o como típico representante da oposição, movida pelo ódio e pela ferocidade contra uma pobre presidente inocente. Não se mostraram tão escandalizados com Jean Wyllys, cujo comportamento foi ainda pior: agrediu seu desafeto Bolsonaro com uma cusparada. Aliás, não se escandalizaram nem um pouco, pois o deputado ex-BBB é fiel aliado dos governistas.
A presidente deixou de governar para cuidar da sobrevivência política quase em período integral, e Michel Temer ainda está impossibilitado, legalmente, de assumir o poder, embora já esteja montando sua equipe. Ou seja, os brasileiros vêem o país sem direção. Felizmente, eles continuam tocando suas vidas e aguardam, pois sabem que esta situação não durará para sempre.
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