O governo foi derrotado implacavelmente pela Câmara: 367 votos votaram pelo "sim", enquanto houve 146 que beneficiavam Dilma: 137 votos "não", 7 abstenções e 2 ausências (devidamente justificadas).
Não faltavam discursos enfadonhos, sobre "golpe" ou para homenagear filhos, pais, tios e outros parentes. Também não faltaram ofensas ao presidente da Câmara Eduardo Cunha, envolvido no grande esquema que sangrou NOSSO DINHEIRO, chamado de termos pouco lisonjeiros, principalmente pelos governistas. Talvez o pior dos comportamentos seja o do deputado carioca Jean Wyllys, que cuspiu na cara de Jair Bolsonaro, outra figura odiada da política (e que também proferiu um dos discursos mais intragáveis ontem, elogiando os militares de 64), após este tê-lo provocado.
Depois de temores a respeito da ordem das votações - governistas queriam começar pela Região Norte, enquanto oposicionistas desejavam apurar os estados do Sul primeiro - respeitou-se a ordem de alternar o Norte com o Sul e o Centro-Oeste, e o Sudeste com o Nordeste. E, como se verá na relação a seguir, vários estados do Norte foram os que mais castigaram Dilma, enquanto boa parte dos votos de estados mais poderosos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e, principalmente, Bahia, foram pela permanência dela. Além disso, a presidente só ganhou em três estados e teve placar favorável (mais de um terço dos votos) em outros, inclusive em Estados considerados redutos da má política, como Pará, Maranhão, Piauí e Alagoas.
Roraima: 7 x 1
Rio Grande do Sul: 22 x 9 (incluindo uma abstenção)
Amapá: 3 x 5 (incluindo uma abstenção)
Pará: 10 x 7 (incluindo uma abstenção)
Paraná: 26 x 4
Mato Grosso do Sul: 5 x 3
Amazonas: 8 x 0
Rondônia: 8 x 0
Goiás: 16 x 1
Distrito Federal: 7 x 1
Acre: 4 x 4
Tocantins: 6 x 2
Mato Grosso: 6 x 2
São Paulo: 57 x 13
Maranhão: 10 x 8
Ceará: 9 x 13 (com uma abstenção e uma ausência)
Rio de Janeiro: 34 x 12 (incluindo uma ausência)
Espírito Santo: 8 x 2
Piauí: 5 x 5
Rio Grande do Norte: 7 x 1
Minas Gerais: 41 x 12
Bahia: 15 x 24 (inclusive duas abstenções)
Paraíba: 9 x 3
Pernambuco: 18 x 7 (incluindo uma abstenção)
Sergipe: 6 x 2
Alagoas: 6 x 3
É curioso notar que boa parte dos Estados, menos populosos, têm oito deputados e em três deles, Roraima, Distrito Federal e Rio Grande do Norte, o placar é aquele conhecido do 8/7, durante a "Copa da Vergonha" há dois anos atrás. Em outros estados, como Amazonas e Rondônia (onde um dos deputados, Expedito Neto, do PSD, fez a ameaça mais séria a Eduardo Cunha: "Estamos votando o impeachment da Dilma. Amanhã é o seu!"), houve unanimidade e o placar ficou mais adverso ainda (8 a 0).
A lista dos deputados pode ser conferida AQUI (site do Valor Econômico). Tiririca, Paulo Maluf, Bolsonaro, Marco Feliciano e o presidente da Câmara estavam entre os que votaram "sim". A declaração deste último foi a mais marcante de todas ditas pelos ilustres representantes do povo: "Que Deus tenha misericórdia desta nação!".
A lista dos deputados pode ser conferida AQUI (site do Valor Econômico). Tiririca, Paulo Maluf, Bolsonaro, Marco Feliciano e o presidente da Câmara estavam entre os que votaram "sim". A declaração deste último foi a mais marcante de todas ditas pelos ilustres representantes do povo: "Que Deus tenha misericórdia desta nação!".
Por falar nisso, o clima foi mesmo de Fla-Flu (ou Corinthians-Palmeiras, Galo-Cruzeiro, Gre-Nal, etc.), mas a ampla maioria dos "torcedores" vestia verde e amarelo. Os que vestiam vermelho estavam atuantes, mas foram se calando conforme a votação avançava. E não houve baderna causada por nenhum dos lados, nem tentativas de quebrar o muro que separava os dois grupos, em Brasília (este muro está em processo de desmontagem agora).
Para Dilma e o governo, ainda há uma chance: os votos do Senado. Se não for possível impedir o afastamento temporário, decidido por maioria simples, eles tentarão atrasar a votação definitiva, que requer dois terços ou mais dos votos (54 votos, num total de 81). Por enquanto, há votos pelo afastamento temporário, mas não para cassar definitivamente o mandato da presidente: 41 votos, segundo apurou o jornal O Globo. Mas entre um evento e outro, decorre um bom tempo, até 180 dias, tempo suficiente para um senador avaliar melhor o caso.
Para Dilma e o governo, ainda há uma chance: os votos do Senado. Se não for possível impedir o afastamento temporário, decidido por maioria simples, eles tentarão atrasar a votação definitiva, que requer dois terços ou mais dos votos (54 votos, num total de 81). Por enquanto, há votos pelo afastamento temporário, mas não para cassar definitivamente o mandato da presidente: 41 votos, segundo apurou o jornal O Globo. Mas entre um evento e outro, decorre um bom tempo, até 180 dias, tempo suficiente para um senador avaliar melhor o caso.
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