terça-feira, 5 de abril de 2016

O velho adágio nunca foi tão certeiro

Existe um dito popular criado no século passado, muito popular na década de 1990 (olha a 'noventolatria'...) e de autoria incerta, embora alguns apontem, sem dizer a fonte, que a autoria é de Joel Santana, o folclórico técnico conhecido pelo seu inglês "enrrolation" explorado até em comerciais de shampoo. 

Com certeza, muitos já ouviram falar em: 

"Se cercar, vira hospício; se cobrir, vira circo"

O governo tenta fazer de tudo para se manter no poder, até oferecendo cargos aos aliados que sobraram, mas só irá ganhar quem votar contra o impeachment na Câmara. Parte da oposição vem com a ideia de antecipar as eleições gerais no lugar do impeachment, algo rechaçado tanto pelo governo quanto pelos defensores do modo mais ortodoxo de fazer maus governantes perderem o mandato - para ambos os grupos, é golpe. 

Nossos ilustres representantes dos Três Poderes, com certa frequência, parecem jogar para a plateia, tentando fazer um espetáculo. O governo faz jogo de cena. O presidente da Câmara, também, assim como membros do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal. A publicidade e a repercussão na mídia para ver quem está certo. E nosso país atolado na roubalheira desenfreada do NOSSO DINHEIRO e na crise econômica infindável. 

As redes sociais continuam a debater a respeito do governo como torcidas falando bem ou mal do Flamengo, do Fluminense, do Corinthians ou do Palmeiras. E sem pudor elegem o demônio ou o salvador da pátria, nas figuras de Lula e Sérgio Moro, respectivamente segundo os anti-petistas e na ordem inversa segundo os petistas.

Todos os grupos, ressalta-se, tentam se amparar na lei e na Constituição para defenderem seus pontos de vista, o que é bom, mas muitas vezes deturpam-lhe o sentido, como se lidassem com frases de efeito criados supostamente por personalidades. É o que grupos religiosos cristãos fazem com a Bíblia para defenderem seus pontos de vista, deturpando até o significado das Escrituras e colocando certos trechos fora de contexto. 

Nas contendas feitas nas redes sociais e comentários de notícias, não faltam insultos, palavras de baixo calão e ofensas à inteligência ou à dignidade dos adversários, como se eles fossem uns animais bípedes estúpidos, e não pessoas. Por enquanto as agressões ficam nisso, embora algumas (ainda raras) vezes os grupos acabem indo às vias de fato, nas ruas. 

Parece que alguns jornalistas estrangeiros, como os do New York Times e da Forbes, se deleitam com a situação do Brasil, comparando com dois dos seriados de maior sucesso no mundo (já tratei disso AQUI). Só não vale dizer que este lugar está povoado de zumbis para os vivos poderem atirar sem pena. Mesmo assim, é um espetáculo que nem toda pessoa de bom senso gosta de ver, menos ainda fora de seus países de origem.

Não há garantias de que iremos sanar esse clima de frenesi coletivo com a simples mudança de governo, mas enquanto ele permanecer nada irá melhorar e o Brasil continuará a ser uma colossal máquina de criar palhaços e doidos, geridos por ladrões e sociopatas.

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