Continuando a série sobre os tipos de personalidade, esta parte tratará dos "idealistas", segundo David Keirsey, que os identificou, usando o código Myers-Briggs (MBTI), como xNFx.
Ou seja, em comum, os "idealistas" utilizam
a intuição (N), pensando de forma abstrata, e se baseiam em sentimentos (F), e
não no pensamento. Isso não os torna essencialmente anti-intelectuais, mas os
habilitam a utilizar valores morais e éticos, aborrecendo-se com quem os viola. Às
vezes podem deprimir-se ou se sentir exaustos diante das injustiças e da falta
de respeito. O trabalho, para eles, é um dever moral. Têm habilidades
artísticas, principalmente nas artes plásticas, na música e na dramaturgia, mas geralmente preferem induzir e conscientizar os apreciadores, ao invés de querer o aplauso fácil. Os tipos -A (assertivos) tendem a ser mais racionalistas, aproximando-os dos "analistas", mas os tipos -T (turbulentos) são mais sensíveis, devido à tendência de serem mais sensoriais (S) ao invés de usarem tanto a intuição. No passado, os idealistas eram chamados de "melancólicos", embora, por regra, estejam longe disso: os "humanistas" são os mais próximos da melancolia, por serem introvertidos e julgarem (IxxJ). Os "protagonistas" tendem a ser mais coléricos, extrovertidos e julgadores (ExxJ), os "ativistas" são sociáveis (ExxP) e os "mediadores" são mais próximos do idealismo propriamente dito, por não terem o hábito de julgar e serem introvertidos (IxxP).
ENFJ (Protagonista)
O
"protagonista" ou “professor” é um profundo conhecedor da ética e das
relações humanas, e se irrita com certa facilidade diante das injustiças. É uma das personalidades mais complexas. Os do tipo -A são assertivos, enérgicos e às vezes rígidos, mas os do tipo -T são bastante calorosos e humanitários. Os dois tipos gostam de dar conselhos e ajudam as
pessoas que julgam serem dignas, compadecendo-se delas. O protagonista típico é carismático e pode mobilizar multidões. Sua firmeza de opiniões,
capacidade de comunicação e integridade o torna hábil para elaborarem leis e códigos
de conduta, além ter vocação para ser profissional de ensino, jurista, legislador, líder religioso ou político.
ENFP (Ativista)
Ativo
e extrovertido, o "ativista" tenta mobilizar os outros por valores
que considera justos, e muitas vezes consegue, daí a acepção. Gosta das pessoas
e procura perceber suas dificuldades ao invés de julgá-las como fazem os
"protagonistas", embora também seja um pouco invasivo, como eles, por
seus hábitos de convencimento. Suas habilidades o tornam capaz de exercer
profissões como cientista social e psicologista. Tolera as fraquezas humanas
com mais facilidade do que os outros "idealistas", mas não muito,
principalmente quando ele ou seus amigos são ofendidos.
INFJ (Humanista)
É denominado "humanista" por compreender as qualidades humanas e deplorar seus defeitos. Sua meticulosidade e discernimento o torna prudente e
cauteloso. Detesta conflitos, mas quando necessário defende e se compadece com quem é vítima de agressões, embora não tenha o mesmo ânimo dos
"protagonistas" para enfrentar os agressores. Neste caso, pode necessitar do auxílio de outras pessoas, devendo, portanto, vencer suas
inibições sociais e sua tendência ao isolamento. O humanista típico é sensível, aprecia bastante a beleza, principalmente quando
vinda da arte. É a personalidade mais rara, segundo Keirsey, com apenas 1% da
população, principalmente mulheres.
INFP (Mediador)
De
todos os idealistas, os "mediadores" são os mais diplomáticos e
geralmente têm dons para usarem os sentimentos e apaziguarem conflitos. Fazem isso
com forte sentimento de ética e procuram acalmar os ânimos, embora os do tipo
-A (assertivos) sejam os mais capacitados para isso. Os do tipo -T
(turbulentos) são mais voltados para as artes, e procuram compensar a sua
introspecção em atividades como artista plástico ou ator. São em geral de
natureza bondosa e altruísta, e a interação com os amigos, bem como a
experiência pessoal, é de grande valia para não se deixarem explorar pelos
outros.
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