Já faz algum tempo que as novelas da Globo não despertam o mesmo interesse. A mais recente delas, A Força do Querer, começou ontem, mas teve repercussão morna, apesar de explorar temáticas como lendas paraenses e transgêneros, bem ao gosto da autora Glória Perez.
Bem mais interessante é a vida real, com a novela "O Governo Temer".
Chegamos aos "momentos eletrizantes", com a ameaça de impugnação da chapa Dilma-Temer. O TSE, julgando que necessita de mais tempo para analisar o caso, decidiu retomar os depoimentos e reabriu a fase de instrução. Isso atrasa o processo e aumenta a chance da conclusão se arrastar até o fim do mandato de Temer, mas a defesa de Temer diz que o julgamento se tornou mais imprevisível do que antes, enquanto os advogados de Dilma comemoraram, dizendo que na situação anterior à decisão de hoje havia "cerceamento da defesa" da presidente cassada.
O desfecho seria tardio demais para cassar o mandato de Temer, ou levaria a eleições indiretas, feitas pelo Congresso. Por enquanto, teremos de aguardar os próximos "capítulos", que serão muitos e arrastados, dependendo dos pareceres dos excelentíssimos juristas do TSE, inclusive os ministros do STF Gilmar Mendes (presidente do TSE), Luís Fux e Rosa Weber, e o ministro-relator Herman Benjamin e sua tirada "não vamos ouvir Adão e Eva e a serpente".
Enquanto isso, o Congresso está estudando a reforma política, para ver qual o tipo de financiamento (para 2018, será público), se haverá lista aberta ou fechada (ao menos para o ano que vem) e sistema eleitoral (quando teremos voto distrital misto?). Vicente Cândido, deputado petista de São Paulo, sugere cinco anos de mandato para os governantes eleitos em 2018 e voto distrital apenas em 2026, além de um fundo para financiamento de campanhas cujo valor, R$ 1,9 bilhão, parece insuficiente para custeá-las. Outros deputados farão propostas melhores, ou ainda piores do que esta.
E o povo é mero figurante nesta novela...
Nenhum comentário:
Postar um comentário