Estamos fracassando no combate à pandemia do novo coronavírus, com o aumento nas mortes e as dificuldades atrozes em adotar medidas de contenção, como o distanciamento social e medidas de higiene para impedir o avanço da contaminação.
Dessa forma, presenciaremos o agravamento de algo já intolerável: a crise na saúde. Conviveremos com leitos lotados, e a implantação de uma medida desesperada, radical e pouco compatível com as liberdades individuais: o lockdown, em algumas unidades da federação como Santa Catarina, e no Distrito Federal.
Certamente isso impactará as atividades cotidianas e forçará o prorrogamento do auxílio emergencia e outras medidas para minimizar os estragos no padrão de vida já baixo dos brasileiros. Isso terá consequências negativas nos gastos da União, Estados e municípios. Caminharemos para um rombo nas contas públicas recorde, capaz de impactar o futuro da nação para mais de uma década.
Estes são os efeitos considerados previsíveis. Bem mais difícil de projetar é o comportamento da pandemia, com novas variantes do parasita e as dificuldades na vacinação dos grupos prioritários. Para deter de vez o coronavírus, seria necessária a imunização da maior parte da população, algo inviável em curto prazo.
Boa parte das pessoas perdeu o medo do inimigo e está mandando às favas todo e qualquer cuidado, por necessidade de trabalhar - parece desnecessário escrever isso, por evidente obviedade, mas a maioria dos brasileiros não pode se dar ao luxo de depender de auxílio de terceiros, quanto mais de entidades pouco confiáveis na tarefa de prover qualquer coisa, como os governos - ou por desídia pura e simples, querendo priorizar os instintos ao invés da racionalidade, frequentando aglomerações em locais fechados sem máscara, para não atrapalhar os beijos e, supostamente, a respiração.
Não contribuem em nada as especulações divulgadas por quem julga conhecer a pandemia melhor do que os outros - popularmente conhecidas como fake news - e nem as opiniões enviesadas de políticos e outras autoridades, mesmo de profissionais de saúde com pouco conhecimento em infectologia ou versados mais em propaganda e ativismo e menos em pesquisa. Tratamentos com vermífugos e substâncias usadas para combater protozoários, bactérias, fungos, células cancerosas, energias negativas, mau olhado, tudo menos vírus, são vestígios de épocas onde se buscava poções e feitiçarias na esperança de curas milagrosas.
Enquanto isso, os registros de mortos e vítimas de sequelas, como danos pulmonares ou em outros órgãos, acumulam-se. Até quando? Muita gente se julga capaz de responder a essa pergunta, mas o tempo irá desmentí-los.
A impressão é de haver uma marcha coletiva em direção ao abismo, mas um dia essa pandemia irá ceder e a humanidade se reerguerá |
N. do A.: Este blog ia escrever algo sobre mais um título do Flamengo neste Brasileirão. Finalmente, este torneio bizarro, prejudicado pela COVID-19, sem torcidas mas com muitas decisões equivocadas tomadas por juízes e operadores do VAR, terminou. Mesmo com atuações pífias, como as da última quinta-feira, quando o rubro-negro perdeu de um time infestado de problemas como o do São Paulo, Gabigol, Gerson, Filipe Luiz, Bruno Henrique e companhia conquistaram o octacampeonato (ou será o heptacampeonato? certas polêmicas aborrecem até mesmo quem entende bem mais de futebol do que o autor dese blog). O Internacional até tentou, mas terminar sua campanha com um empate sem gols com um time limitado como o Corinthians, faz muitos pensarem sobre o nível dos nossos times.