A situação do Haiti, já próxima da falência devido à miséria e à total falta de condições de autosustentação, ficou pior ainda com o assassinato do presidente Jovenel Moise hoje, na residência oficial, em Pétion-Ville, bairro da capital do pequeno país antilhano, Port-au-Prince.
Uma quadrilha de mercenários teria assassinado o chefe de Estado, e provocado uma situação de emergência, com a decretação do estado de sítio por parte do primeiro-ministro interino, Claude Joseph. Quatro deles foram mortos e dois deles, presos. Há ainda dúvidas a esclarecer quanto aos mandantes do atentado.
Moise era considerado ilegítimo depois de eleições consideradas fraudulentas em 2015. Somente em 2017 ele pôde assumir o mandato, mas sua gestão foi incapaz de fazer qualquer coisa útil para a população, assolada pela fome e ausência de infra-estrutura, agravada pelos furacões e desastres naturais. O país não se recuperou do terremoto de 2010, que destruiu boa parte do país, matando 300 mil pessoas, e teve sua situação agravada pela pandemia de COVID-19.
Jovenel Moise, presidente do Haiti, pagou com a vida os efeitos de seu desastroso governo, que só agravou a situação do país antilhano (EPA) |
Em fevereiro de 2021, a oposição tentou obrigá-lo a deixar o poder, pois o mandato de cinco anos teria expirado. Moise contesta, dizendo que só assumiu em 2017 e, portanto, seu mandato só terminaria em 2022. Ele adotou medidas ditatoriais para reprimir os protestos, e queria assegurar sua permanência no poder, com uma proposta de referendo a fim de poder concorrer a um novo mandato presidencial. Ele tentou dar um verniz de normalidade, mas praticamente governava como um déspota, por decretos, reduzindo o poder do Parlamento. Muitos haitianos saíram às ruas em protesto, acusando o mandatári de abuso de poder e corrupção, mas enferntaram as forças policiais.
Com o assassinato do presidente, a República Dominicana fechou as fronteiras com o Haiti, temendo por ondas de refugiados e a propagação da violência e da anomia.
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