Da série 'Filósofos estudam o Brasil', parte 9

John Locke (1632-1704), filósofo inglês conterrâneo e, mais ou menos, contemporâneo de Thomas Hobbes (1588-1679), deu prosseguimento aos estudos sobre o contrato social, porém divergindo do ponto de vista de seu colega ao defender a liberdade como direito de cada ser humano. Ele defende a existência da sociedade como um meio de permitir o desenvolvimento das faculdades individuais, da arte e da ciência, as quais seriam muito dificultadas se não conseguíssemos superar o estado de natureza. Sobretudo, ele defende o Estado como meio de garantir os direitos individuais, sobretudo o de propriedade. Ele afirma ser a democracia direta ou representativa um regime adequado para um país, desde que haja fundamentos jurídicos e respeito às leis. 

John Locke é considerado um dos precursores do Iluminismo prepronderante no século XVIII. 

Sobre o Brasil, o que ele diria? Imaginemos o velho filósofo acompanhando as notícias e refletindo sobre elas. 

Ó infelizes brasileiros, estais desprezando o que ainda tens! 

A liberdade deve vir em primeiro lugar, não se permitindo aceitar regras absurdas em nome de um suposto "bem comum" ou de uma pretensa segurança. 

Não deveis violentar o direito natural de ir e vir por causa de uma pandemia ou qualquer outro motivo. Mas ao mesmo tempo deveis redobrar os cuidados, em caso de peste mortal. 

Acautelai-vos contra a desinformação das mídias, mas olvidai qualquer tentativa de reprimí-las. 

Por outro lado, a via constitucional é sempre a melhor. Respeitai as leis e as instituições, base de toda nação avançada. 

Usai os meios legais para a defesa de vossos direitos e vossas propriedades, mas isso não significa o abuso para oprimir e tirar a vida de seus semelhantes. 

Não queirais embarcar em teorias políticas salvacionistas ou populistas, pois a responsabilidade por vossas vidas e vossos caminhos não pode ser delegada a outrem. 

Lembrai: só o caminho do diálogo e da harmonia possibilitará colocar qualquer país em uma rota de progresso. Esquecei as brigas inúteis, não culpai os outros por dificuldades que estais a enfrentar, e tratai de favorecer o pensamento e o planejamento de soluções que possam colocar este grande país no seu devido lugar, junto às outras nações poderosas.