segunda-feira, 24 de março de 2025

Chocolate piora

Como se não bastasse o preço do chocolate disparar devido à quebra na oferta entre os principais produtores de cacau, entre os quais o Brasil não está mais incluído por conta das dificuldades no combate à "vassoura de bruxa" e outras pragas, os derivados dessa iguaria estão com a qualidade pior. 

A legislação brasileira já é bem permissiva na quantidade de cacau mínima exigida. 25%, considerando a massa e a manteiga de cacau, sendo esta última o ingrediente único para o chocolate branco, considerado por muitos como outro tipo de doce, não propriamente chocolate. Mas, por questões de custo de produção, nem isso é observado. Não costuma ser respeitado por certas empresas de pequeno porte, mas as grandes, como a Lacta e a Nestlé, também abusam do açúcar, do óleo de palma, da gordura hidrogenada e dos aromatizantes artificiais. Outrora muito usado, o leite é às vezes substituído por soro de leite, no esforço de garantir suas margens de lucro. 

Citando um exemplo, temos um ovo da Lacta de 170 g, considerado ainda pequeno. É comum ser vendido por quase R$ 50,00, por um produto que leva soro de leite na composição. Antes a marca sob propriedade da Mondelez não usava isso. 

Como resultado disso, paga-se caro por um produto de má qualidade. E no caso da crise da produção do cacau continuar, devido à alta incidência de pragas e ao aumento da incerteza climática na Costa do Marfim, Gana, Indonésia, Nigéria e outros países tropicais onde o cacaueiro encontra condições para se desenvolver, existe o risco de até mesmo a Europa afrouxar a legislação sobre o chocolate. Seria um pesadelo para os chocólatras, e um desalento para quem gosta de comprar ovos de Páscoa. Ainda há gente que tem coragem de fazer isso...

No Brasil, está difícil de comprar até ovo de galinha, imaginem o de chocolate para a Páscoa


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