terça-feira, 25 de março de 2025

Derrota anunciada

A derrota mais anunciada pela mídia não foi por causa da feia atuação da Seleção Brasileira contra os arquirrivais no Monumental, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. É algo muito mais interessante atualmente para os brasileiros formadores de opinião. É também bem mais relevante. 

Jair Bolsonaro assiste ao julgamento no STF (Antônio Augusto/STF)


Jair Bolsonaro está prestes a sofrer uma derrota jurídica colossal. Não se pode dizer que ele não teve coragem ao ir pessoalmente ao prédio do Supremo Tribunal Federal para assistir a Primeira Turma decidindo se o julgamento pela trama do golpe de Estado vai ser feito em plenário. A depender da maioria dos integrantes da Primeira Turma (Cristiano Zanin, Flávio Dino, Alexandre de Moraes e, provavelmente, Carmem Lúcia), Bolsonaro já será considerado réu. Luiz Fux divergiu, defendendo o julgamento no plenário, como queria a defesa do ex-presidente. 

Mesmo no plenário, Bolsonaro teria poucas chances. Na Segunda Turma existem dois desafetos dos bolsonaristas, Luís Roberto Barroso e o decano Gilmar Mendes. Os dois indicados pelo ex-capitão, ex-presidente e (conforme o desejo de muito petista) futuro possível ex-político têm tudo para serem votos vencidos. Kassio Marques e André Mendonça são perfis discretos e considerados apagados demais para o gosto dos defensores de Bolsonaro, sem a combatividade necessária para resistir a Alexandre de Moraes. 

Sites conservadores, alguns jornais e revistas da grande mídia que destoam da maioria, tentam provar as inconsistências jurídicas do julgamento de um golpe esboçado, e não levado em prática. Pode-se detestar o governo passado, acusado de numerosos erros e medidas populistas, mas não ignorar como esse processo está a ser conduzido pelo STF, acusado, por sua vez, de politizar a justiça enquanto induz nos bastidores a judicialização da política. 

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