segunda-feira, 17 de março de 2025

Manifestação no Rio não teve a repercussão esperada

A manifestação pela anistia aos presos no 8/1 acusados de fomentarem um golpe de Estado em processos judiciais considerados irregulares, afetados pela atuação dos membros do STF nestes casos, reuniu um número bastante considerável de pessoas, bem mais do que os 18 mil registrados pela USP e não tanto quanto os 400 mil avaliados pela PM do Rio. 

Houve Jair Bolsonaro em tom de campanha falando de alguns presos, citando principalmente aquelas senhoras idosas condenadas a penas desproporcionais e comparáveis às sentenças de assassinos confessos. Houve Nikolas Ferreira, tentando se posicionar como um nome para o futuro da política. Houve Silas Malafaia listando as irregularidades processuais, em desacordo com a Constituição. Houve políticos de renome, como o governador do Rio, Cláudio Castro, e o de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado uma alternativa para a Presidência em 2026. Mas o movimento teve repercussão restrita. 

Não houve pedidos por intervenção militar, apelos pela ação de Donald Trump ou coisa parecida. Mas também não houve aquelas manifeistações paralelas em outras cidades, o que contribuiu para o comportamento indiferente dos principais alvos do protesto, o Executivo e o Judiciário. 

Bolsonaro fala aos manifestantes pela anistia aos presos do 8/1, no Rio (Felix Averburg/Ato Press/Estadão)

Tanto eles quanto boa parte da mídia acham que Bolsonaro perdeu relevância e não irá evitar a condenação no STF, tornando-se inelegível e passível de prisão sob as acusações de alimentar desejos golpistas. Mas não pouca gente discorda, e continua a apoiar o ex-presidente. 

Copacabana ficou lotada, e não houve grandes incidentes (Divulgação/Youtube/canal do pt. Silas Malafaia)

A anistia está em pauta no Congresso para ela ser votada, e depois submetida à sanção presidencial (e Lula certamente não demostrará boa vontade em sancionar o projeto). Outras pautas desejadas pela oposição, como o impechment de Alexandre de Moraes ou de Lula, ficaram em segundo plano. 


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