O dia 7 de Setembro foi marcado pelas manifestações de centenas de milhares de pessoas, em vários locais como Brasília e Rio de Janeiro. Novamente, São Paulo e a Avenida Paulista voltaram a ter repercussão, com ao menos 40 mil pessoas pressionando pela anistia aos presos do 8/1 - e a Jair Bolsonaro, cujo processo judicial é considerado irregular e crivado de erros, principalmente ao permitir que Alexandre de Moraes assuma seus vários papeis no caso.
Muitos integrantes do governo, vendo que foram fracas e sem repercussão as poucas manifestações situacionistas, visando defender pautas como a taxação dos milionários e o fim da jornada 6x1, passaram a ironizar elementos dos protestos oposicionistas, como a presença de uma grande bandeira americana, usada para dar mais visibilidade nos Estados Unidos, onde está Eduardo Bolsonaro, pois boa parte dos manifestantes defende as medidas de Donald Trump.
Alguns extrapolam, pedindo intervenção estrangeira, dando mais pretexto para quem está no poder em Brasília apontar as manifestações como contrárias ao Brasil.
Na Paulista, com a manifestação comandada novamente pelo pastor Silas Malafaia, alvo da Polícia Federal por supostos contatos diretos com Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, o governador, voltou a aparecer e foi defender quem ele havia servido como ministro da Infra-Estrutura, mesmo sendo cotado a assumir a candidatura caso não haja condições de reverter a situação política do ex-presidente. Michelle Bolsonaro chorou e foi um destaques nas críticas ao STF. Ela também havia participado de forma indireta, com um áudio atacando a "tirania" do Judiciário, nos protestos do Rio, onde o destaque foi o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-capitão, que cobrou seus colegas pela anistia e pelo impeachment de Moraes. Em Florianópolis, Carlos Bolsonaro também chorou e apoiou os manifestantes. Eduardo Bolsonaro mandou videos para apoiadores em Curitiba e Porto Alegre.
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A Paulista voltou a ser tomada por manifestantes no dia da Pátria; USP contabilizou cerca de 41 mil pessoas, mas bolsonaristas defendem um número bem maior (Divulgação/Whatsapp) |
Enquanto isso, nem os ministros do Supremo compareceram à cerimônia oficial do Dia da Pátria em Brasília. O evento esteve esvaziado, com poucas pessoas e repercussão na mídia não muito maior, mesmo com o apoio dos grandes veículos de imprensa ao governo e ao Judiciário.