terça-feira, 30 de setembro de 2025

Stellantis quer ampliar o mercado no Brasil, mas...

Muitos brasileiros ainda não estão familiarizados com o nome Stellantis, a gigante europeia dona de várias marcas, como a Jeep, a Fiat, a Ferrari, a Maserati, a Opel (ex-GM), a Peugeot e a Citroen. Para as más línguas, se eles soubessem mais sobre a marca, iriam ficar frustrados e revoltados. 

A marca é acusada de arruinar a fama dos Jeep, lançando modelos frágeis e apelidados de "SUV de shopping", como os Renegade e os Compass. E ela vai lançar mais um carro com a marca, o Avenger, um carro compacto para concorrer no segmento de SUV "de entrada". Para os puristas, é mais um daqueles bonitinhos, mas ordinários, não adequados para rodarem nas estradas ruins. Os mais idosos, que conheceram os carros da década de 1960, ousam até comparar os atuais Jeep não com os valentos Wyllis 4x4, mas com outro Wyllis, o Gordini. 

O Jeep Avenger, anunciado nesta semana para ser lançado aqui, tem a mesma plataforma de carros pouco comprados pelos brasileiros, como o Citroën C3 e o Peugeot 2008. 


Parecido com o Avenger, o Fiat Grande Panda, ou "novo Argo", ou, talvez, "novo Uno", já é paparicado pela grande mídia. Ele vai ser lançado logo e tem a missão de substituir o Argo. Ele também se parece com um pequeno SUV (mais um...) e pelo menos possui bom espaço interno para o seu porte, honrando a fama do carro que irá suceder. Ainda assim, a Fiat, cujo início era marcado pela difamação de seu primeiro modelo, o 147, já teve dias melhores, quando fazia o Uno Mille e o Tempra. Agora faz carros inundados com plástico, seguindo o exemplo da imensa maioria dos carros do grupo Stellantis. 

Os poucos modelos sem abuso de plástico duro estão nas marcas de luxo ou esportivas, ou seja, os Maserati, os Alfa Romeo e os Ferrari. Ah, e os Lancia. Todos herdados do antigo grupo Fiat. Alguém se lembra de um único modelo prestigiado dessas marcas ultimamente? A Stellantis demonstra pouco apreço por elas. No ano passado, ela cogitou vender a Maserati para alguma fabricante chinesa, devido aos prejuízos. Agora, a Ferrari está sofrendo com brigas judiciais envolvendo o presidente da marca do cavalinho rampante, John Elkann, e a mãe, Margherita Agnelli, pelo espólio do poderoso Gianni Agnelli (1921-2003), antigo chefão do grupo Fiat. Isso pode, na pior das hipóteses, causar a destruição da própria Stellantis. 

A gigante também é acusada de não administrar bem outra marca querida no mundo, inclusive no Brasil, a Opel, responsável pelo lançamento de vários carros populares como o Corsa, o Kadett, o Astra, o Vectra e o Omega. Sem falar do Rekord, vendido aqui modificado e adaptado, como o inesquecível Opala, o Monza (Ascona) e o Chevette (uma versão mais antiga do Kadett europeu). Muitos se perguntam por que a Stellantis não vende os Opel por aqui. Parte dessa pergunta está na perda de interesse dos próprios europeus pelos carros dessa marca, agora com aparência muito genérica, parecendo mais com os Fiat, os Citroen e os Peugeot. 

Quanto a essas duas marcas francesas citadas por último no parágrafo acima, a maledicência é sempre presente, devido à fama de serem carros de manutenção cara, ou frágeis. 

E, em geral, insiste-se em soluções duvidosas, como a adoção de motores com correia dentada banhada a óleo. Não resolvem o problema da durabilidade das correias diante das correntes feitas com materiais metálicos, de maior durabilidade, e ainda forçam a ida às concessionária para a reposição do óleo, geralmente caro e com especificações muito estritas. Não se pode culpar somente a Stellantis por essa aberração tecnológica, pois a Volkswagen, a GM e a Ford também adotam isso em alguns de seus motores. Depois de várias reclamações, alguns motores abandonaram essa solução, como os Puretech 1.0 e 1.2, mas ainda relutam em aposentar isso de vez. 

Com esses problemas, boa parte dos consumidores no mundo resolveu partir para os carros chineses, provocando uma crise de grandes proporções. Nos últimos 12 meses, as ações da Stellantis sofreram quedas constantes, em Milão e em Frankfurt, corroendo seu valor de mercado. 

Ainda assim, eles querem continuar a marcar presença em mercados com o brasileiro. Há bons motivos para isso, porque o campeão de vendas por aqui é a picape Strada, da Fiat. Picapes e carros metidos a utilitários esportivos são muito populares no Brasil, um nicho bastante explorado pelo grupo, assim como os principais concorrentes diretos, a Volkswagen, a GM e a Renault. 

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Netanyahu aceita plano de Trump para o fim da guerra em Gaza

 Após se reunir com Donald Trump na Casa Branca, o premiê de Israel Binyamin Netanyahu anunciou o plano do colega americano para acabar com o conflito na faixa de Gaza e libertar os reféns sob o poder dos terroristas. O plano inclui a não anexação automática do território e a anistia aos membros do Hamas em caso de entrega das armas. O grupo radical islâmico ainda é obrigado a deixar o poder e entregar à Autoridade Palestina, sob supervisão de um "Conselho de Paz" liderado pessoalmente por Trump. 

Netanyahu ainda pediu desculpas ao emir do Qatar pelos bombardeios em Doha visando matar integrantes do Hamas residentes no país do Golfo Pérsico. 

Esta circunstância, para muitos, indica que Trump teria aplicado o mesmo remédio amargo usado para lidar com Volodymyr Zelensky da Ucrânia, Cyril Ramaphosa da África do Sul e Tayyip Erdogan da Turquia, mas em doses menos fortes para não espezinhar (muito) o visitante da vez. (A dose para Lula, em caso de visita ao Salão Oval, promete ser cavalar). Afinal, é de longe o maior aliado dos Estados Unidos na Ásia Ocidental, e do qual depende mais do que nunca, devido ao isolamento internacional e às pesadas críticas vindas da Europa, do Canadá e outros países ocidentais. 

Não se sabe quanto à retribuição do governo catari ao pedido de desculpa, mas é muito provável que o Hamas recuse os termos do acordo, forçando a adoção de outras medidas. Membros do governo israelense também não vão engolir o mesmo acordo facilmente. E não há preocupação suficiente com os reféns israelenses e nem a população civil de Gaza, as grandes vítimas deste conflito desumano. 

Netanyahu e Trump concordaram com um plano para Gaza, mas falta combinar com o Hamas (Jonathan Ernst/Reuters)


sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Animações desanimadas (e como!)

No meu canal do Youtube estava fazendo ensaios sobre animações toscas envolvendo um personagem que não consegue parar de chorar. 

Ele já apareceu previamente numa postagem, no dia 18 de junho, comentando sobre a necessidade de agir como adultos e não como bebês chorões (ver AQUI). 

Infelizmente, a situação realmente é desafiante, e nem todos aguentam. O personagem em questão, por exemplo, se desmancha em lágrimas. Ele é só um garoto, um adolescente, num mundo cheio de tragédias e dores. 

O nome? Vamos chamá-lo de Pablo, um jovem de nome hispânico, que sonha com um mundo sem fome, discriminação e violência. Ao invés de se preparar para um mundo diferente do seu ideal, ele se apega ainda mais ao sonho e sofre por qualquer coisa. A crise parece ter começado a partir da eleição de Donald Trump, cuja postura é totalmente oposta à dele. A partir daí, ele passou a chorar. 

Ele tem perfeita consciência de ser um personagem fictício numa versão cartunesca e tosca da realidade, e não ser um garoto de verdade. Pablo tem esperança de comover quem o assiste. Pobre garoto!

Uma versão do primeiro vídeo já está no blog. O terceiro vídeo pode ser visto abaixo. 



Os demais podem ser vistos AQUI (vídeo 2) e AQUI (vídeo 4). 

Ainda pretendo mostrar mais uma animação breve, e depois vou decidir se ele merece uma história e um desfecho alegre. 


N. do A.: Certamente os portais de notícia contribuem para fazer muita gente chorar, com o conflito em Gaza, a violência como o brutal assassinato numa escola em Sobral, no Ceará, e a terrível destruição da fábrica de motores da Toyota em Porto Feliz, no interior paulista, causada pelas tempestades de segunda-feira. Para quem queria comprar um carro da marca, realmente não é uma situação agradável. 

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Da série 'Mondo Cane', parte 91

Arre! Mais uma dessa série! E desta vez não é para destacar cachorrinhos fofinhos, como na última vez. A coisa é bem mais pesada, bizarra, sinistra. 

Um homem da cidade de Kirov, na Rússia, passou 16 anos com um tumor do tamanho da sua própria cabeça, crescendo no pescoço. O lipoma, uma formação gordurosa, o desfigurou, e não é qualquer pessoa a aguentar essa deformidade sem traumas psicológicos, ainda mais por deixá-lo aparentemente com duas cabeças. 

Depois de tratar o problema apenas com pomadas, finalmente ele teve coragem de retirar a monstruosidade, no hospital de sua cidade. O cirurgião responsável, Dr. Igor Popydrin, estranhou a demora em tratar o lipoma, mas conseguiu retirá-lo completamente. Agora, o paciente se recupera bem. 

O homem de 65 anos aguentou um tumor gigante que o deformou por 16 anos (Divulgação)


N. do A.: Horroroso, também, foi o futebol demonstrado pelo São Paulo, que conseguiu perder da LDU no Morumbi, com gol de Medina, precisando da vitória por dois gols de diferença para avançar na Libertadores, pois havia perdido, também, o jogo de ida em Quito por 2 a 0. O Flamengo também jogou de forma bem feia, e perdeu do Estudiantes em Buenos Aires, com gol de Benedetti e outro, invalidado, que poderia arruinar o ano do Rubro-Negro. Só avançou porque havia ganho por 2 a 1 no jogo de ida, e porque cobrou melhor os pênaltis, com quatro gols. Jorginho, o ítalo-brasileiro que praticamente só jogou na Europa e faz parte da Seleção italiana, foi o primeiro a bater. Depois, Luiz Araújo, Carrascal e Léo Pereira conseguiram converter, enquanto Rossi defendeu duas cobranças argentinas. Dessa forma dramática, o time de Filipe Luiz vai enfrentar o Racing. O Palmeiras, único dos brasileiros a fazer bonito na competição - com direito a eliminar o River Plate com vitória de virada no Allianz Parque - vai encarar a LDU. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Será que a China vai entrar em crise?

As constantes notícias sobre carros encalhados por falta de compradores na China e o anúncio de falência de montadoras do país preocupam o mundo. E este é apenas uma má notícia vinda de lá. O setor varejista não está indo bem, comparado com a pujança de antes Pior: o setor imobiliário está desde 2021 em crise, com baixa demanda, imóveis sem dono e preços das casas em queda nas principais cidades. 

Pátios lotados são uma constante nas fábricas de carros chineses (carnewschina.com)


Será que o gigante asiático está desacelerando? 

A ditadura chinesa está se empenhando em intervir para impedir um possível desastre, agravado pela guerra comercial com os Estados Unidos. O governo Trump chegou a ameaçar com taxas de até 145% sobre os produtos do país rival, mas o alto poder de negociação está "empurrando com a barriga" as tarifas. Contudo, a tendência de desaceleração da economia pode enfraquecer a posição de Pequim diante de Washington. 

O pior aspecto da economia chinesa parecia mesmo a questão imobiliária, e ela ainda inspira cuidados intensivos. Ano passado, o governo injetou o equivalente a cerca de meio trilhão de dólares para o setor, visando evitar o alastramento das chamadas "cidades fantasmas", com mais imóveis que habitantes. Porém, neste mês, houve o anúncio de Pequim para salvar várias províncias, cuja dívida bilionária era de pouco conhecimento do público. O aporte de cerca de 1 trilhão de dólares alarmou os mercados internacionais. Boa parte da culpa recai sobre a crise imobiliária, mas a má gestão e o excessivo intervencionismo estatal estão mostrando regiões inteiras ameaçando dar calote. 

Quanto ao setor automotivo, muitas empresas pequenas e médias podem fechar por falta de compradores e o iminente corte de subsídios para a fabricação de carros elétricos e híbridos. Apenas as maiores, como a BYD e a GWM, poderiam sobreviver, mas mesmo elas estão ameaçadas. A Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, um dos mais poderosos magnatas do planeta, tinha ações na BYD, e teve ganhos astronômicos com a ascensão dos eletrificados, mas agora não há mais tanto interesse neles, com o crônica e irritante problema da demora no reabastecimento desses veículos e a limitada vida útil das baterias a base de lítio, comprometendo o valor de mercado. Para contornar a falta de procura e "desovar" os estoques, muitas montadoras estão vendendo os carros novos como se fossem usados, o que é ilegal e já foi investigado pela Justiça chinesa. 

Também o setor varejista não vendia tão pouco. Em agosto, houve uma alta de apenas 3,4% no mês passado. Para os padrões do Brasil, isso seria motivo de comemoração. Mas este é o pior índice em anos. Apenas a taxação dos produtos chineses no Brasil, um dos maiores clientes da Shein, da AliExpress, da Shopee e da Temu, não explica tudo. O setor sofre pressão da União Europeia e dos Estados Unidos, e os chineses não estão adquirindo produtos com a avidez de antes. Isso se torna um problema para os numerosos centros de compras gerados neste século, espécies de "shopping centers" aproveitando a demanda por produtos que deixaram a fama de serem "xing-lings" para terem qualidades a preços competitivos - principalmente eletrônicos como os celulares da Xiaomi, Realme, Oppo e outras marcas agora gigantes. 

O risco da China desacelerar  bruscamente e prejudicar toda a economia do mundo existe, e pode afetar até mesmo outros aspectos, como a política e as relações internacionais, podendo piorar os conflitos e aumentar a tensão em Taiwan de forma insustentável. O Tibete e o Xinjiang (a terra dos uigures, minoria étnica islâmica oprimida a mando de Pequim) podem intensificar a luta pela emancipação, assim como Hong Kong. Conflitos por ilhas e territórios de pesca e exploração mineral no Mar do Sul da China poderão exigir medidas enérgicas para evitar uma escalada. Ou seja, se alguém já está temendo pelo "armagedom" sem conhecer os problemas enfrentados pelo bilhão de chineses, verá seus medos serem justificados. 

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Planos do metrô

Este blog acompanha com interesse os projetos de linhas do metrô, para tentar suprir a necessidade do paulistano de se deslocar para o trabalho ou para o lazer com menos empecilhos causados pelo trânsito. 

Nos últimos anos, as obras sofreram uma aceleração notável. Tarcísio de Freitas, o governador, embora não seja paulista entendeu a necessidade de ampliar a malha ferroviária e metroviária, e agora temos novas linhas em construção ou em projeto. 

Em breve a tão esperada linha 6 (Laranja) entra em operação para ligar bairros da Zona Norte à Zona Oeste e ao Centro. Brasilândia e Freguesia do Ó terão suas estações, enquanto outros bairros, como o Limão e a Casa Verde não as terão (até quando?). 

A linha 2 (Verde) vai ter uma extensão para ligar diversos bairros da Zona Leste, como o Jardim Anália Franco. No médio prazo irá até Guarulhos, para atender pontos próximos da capital, como o Shopping Internacional. 

Também na Zona Leste o monotrilho da linha 15 (Prata) vai avançando, com as estações Boa Esperança e Jacu Pêssego. Cidade Tiradentes ainda espera pela chegada desta linha. Enquanto isso, haverá ligação direta com a linha 10 (Turquesa) do trem, pela estação Ipiranga, na divisa com a Zona Sul. 

A linha 4 (Amarela) vai até Taboão da Serra, primeira cidade fora de São Paulo a ser atendida pelos trilhos subterrâneos. Outros municípios da Grande São Paulo são atendidos pelos trens de superfície, cuja qualidade está se aproximando mais do metrô. 

Bairros como o Jardim Ângela serão atendidos pela linha 5 (Lilás), facilitando em muito os deslocamentos para outras regiões. 

Também na Zona Sul, o monotrilho (linha 17) ligando a estação Morumbi até o aeroporto de Congonhas estará finalmente pronto. Daqui a alguns anos atenderá o Morumbi, um bairro nobre que ainda não é atendido por uma estação. A estação Morumbi da linha 4 fica muito longe dos principais pontos deste bairro. 

Novas linhas estão em projeto, como a linha 16 (Violeta) para interligar a região dos Jardins, na Zona Oeste, aos bairros pobres e periféricos da extrema Zona Leste, como o bairro Fazenda do Carmo. Esta linha ainda pode ser modificada e atender bairros não previstos inicialmente. 

Nesta mesma situação, está a futura linha 19 (Celeste), para ligar a Vila Maria, a Vila Sabrina e Guarulhos ao centro. Outros bairros serão atendidos, como o Pari, por meio da estação Silva Teles. 

Ainda está prevista uma linha para ligar a Lapa ao ABCD, chamada de Rosa (20), atendendo também a bairros como Itaim Bibi e Jardim da Saúde (Cursino). Outra linha, chamada Marrom (22), promete ligar bairros como Pinheiros, USP, Rio Pequeno e Parque dos Príncipes, indo até Cotia, possivelmente até Granja Viana, parte nobre daquela cidade. Poucos, no entanto, acreditam em sua construção. É mais plausível o início das obras de outras linhas. 

Prevê-se a construção, também, de novas linhas de trens, como a 14 (Ônix), para ligar Bonsucesso, no extremo leste de Guarulhos, até o Jardim Irene, na parte sul de Santo André, passando por São Miguel, Parque do Carmo e Sapopemba; possivelmente irá até São Bernardo do Campo. Esta cidade também irá receber a linha 25 (Topázio), para ligar com Embu das Artes passando pelos bairros da Zona Sul, como Cidade Ademar e Capela do Socorro. Campo Limpo, também na Zona Sul, vai receber acesso direto ao Alphaville pela linha 24 (Quartzo). É o que prometem. 

Rede prevista pelo projeto PITU 2040; muita gente ainda acha isso uma quimera, mas pelo menos parte dessas linhas será efetivamente construída (Divulgação)


N. do A.: Este blog ficou tentando a fazer mais uma enquete, abordando a tal "química perfeita" entre Donald Trump e Lula, que se encontraram durante a reunião da ONU; na semena que vem, poderemos ver as conversas entre os dois acontecendo, finalmente. Neste caso, muitos poderiam imaginar o tratamento dado pelo "homem laranja" ao nosso presidente, que está informado do tratamento dado a Volodymyr Zelensky da Ucrânia e Cyril Ramaphosa, da África do Sul, esculachados no Salão Oval. 

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Manifestações a favor do governo e do STF também mobilizaram

A insatisfação contra as arbitrariedades do STF e as decisões do governo alimentaram as manifestações da oposição, reunindo um número expressivo de pessoas. 

Sem algo de positivo para oferecer, as forças da situação ganharam uma boa oportunidade para voltarem a ter relevância, com a aprovação da chamada "PEC da Blindagem", também conhecida como "PEC da Impunidade", mesmo por veículos conservadores como o jornal Gazeta do Povo, por dificultar muito a prisão de parlamentares acusados de crimes, como o uso do plenário e o voto secreto para decidir se o acusado deve ser indiciado pela Justiça, mesmo em casos de flagrante. Esta era uma resposta dos deputados às constantes ingerências do STF no Legislativo, muitas vezes tomando o lugar dele para julgar novas leis. Mas a forma deixou muita gente insatisfeita, até mesmo dentro do Senado, que promete barrar a proposta. 

Usando-se de artistas e formadores de opinião, os situacionistas usaram esta pauta para mostrar a insatisfação das pessoas com os rumos da política. Aproveitaram para colocar outra pauta, essa menos consensual: a rejeição da anistia para os presos do 8/1. 

Manifestantes, desta vez da "esquerda", ocuparam a Av. Paulista (CNN Brasil)

Embora haja fortes indícios de que não superaram a última manifestação oposicionista promovida no dia da Independência, a USP contabilizou cerca de 41 mil pessoas. Muitos questionam a Universidade por seus vínculos com os "progressistas" e anti-bolsonaristas, mas a PEC da Blindagem acabou sendo uma péssima ideia. 

Várias outras cidades tiveram protestos, mas nenhum deles foi relevante como em Salvador, onde Daniela Mercury e Wagner Moura, além de outros artistas, lideraram os protestos. A capital baiana é conhecida por ter muitos adeptos do petismo. 

Salvador também se tornou palco de manifestantes contra a famigerada PEC (Lorena Andrade/Brasil de Fato)

Os protestos parecem ter surtido efeito, e os deputados falam em revisar o texto, para se concentrarem nos chamados "crimes de opinião", algo praticamente criado pela atual situação político-juridíca para perseguir gente (congressista ou não) que ousa discordar das decisões do Supremo de forma mais conduntente. 

Isto mostra a importância da população agir de forma mais proativa em tudo envolvendo os Três Poderes, em teoria os servidores do povo, mas na prática, em muitos casos, servindo-se dele impiedosamente. 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Da série "Classificaçáo dos animais", parte 4 - Anfíbios

Os anfíbios, assim como os répteis, são uma classe de animais vertebrados bem pouco compreendida. Também são estudados pelos herpetólogos, apenas por serem considerados seres rastejantes.

Na verdade, os sapos, rãs, salamandras e outros bichos pegajosos não tem parentesco com os lagartos, crocodilos, cobras e tartarugas. Multo menos com as outras classes. Não existe outro grupo terrestre que precise da água para a reprodução, pois os ovos não possuem casca e precisam estar sempre hidratados. E destes ovos surgem as formas que lembram dos antepassados, os peixes. São os girinos, que sacolejam dentro das águas de lagos e rios e depois desenvolvem os membros, antes da cauda regredir (ou não, no caso das salamandras). Assim, surgem as formas juvenis terrestres que crescem depois se tornam as formas tão (pouco) queridas, não raro citadas como ingredientes de poções de bruxas. Por outro lado, sem esses feiosinhos, talvez haveria uma maior infestação de pragas, pois os alimentos básicos deles são os insetos. 

O sapo-cururu é um representante dos anfíbios, essa classe de animais bem pouco popular para quem estuda Zoologia (Divulgação)

Os anfíbios viventes pertencem a um único grupo chamado de Lissamphibia, existente antes dos dinossauros, provavelmente surgindo antes da grande extinção que marcava o início da Era Mesozóica, há 251 milhões de anos. Para os estudiosos desses animaizinhos feios mas importantes para o ecossistema, isto facilita bastante. 

Basicamente, um grupo permaneceu com a cauda durante a vida toda, os chamados Urodela, ou Caudata, onde estão as salamandras, os tritões e um bichinho simpático mas meio estranho, chamado de axolotl, que permanece com brânquias a vida toda. Ou seja, é como o Peter Pan ou certas pessoas principalmente nas gerações Y e Z: não se tornam adultos. 

Já o outro grupo, forçado pela evolução, passou a perder a cauda quando se tornam terrestres e a dar seus pulos, às vezes bem impressionantes considerando o tamanho em geral pequeno. Os Anura são os famosos sapos, rãs e pererecas, e muita gente os confunde. Os sapos geralmente ficam na família dos Bufonidae, tendo a pele cheia de verrugas e glândulas de veneno saltadas perto da boca. As pererecas ficam em outra família, os Hylidae, e possuem ventosas nas mãos e pés, para ficarem o tempo todo pendurados em algum galho. As rãs típicas ficam mais próximas da água, têm pele lisa e são da família Ranidae, e algumas delas são comidas, embora muita gente torça o nariz. 

Ainda existem uns animaizinhos esquisitos da ordem Gymnophiona, confundidos ora com minhocas gigantes, ora com as cobras-cegas dos sauveiros. Estes seres receberam o nome de "cecílias", como uma "homenagem" estranha à Santa Cecília, que era cega. Ai de quem se chamasse Cecília nos tempos do colégio. 

quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Novas diretrizes para a pressão arterial

Adequando-se às diretrizes europeias, que estabeleceram em 2024 novas metas para a pressão arterial, a Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou, em seu 80º Congresso, os limites revistos. 

Segundo esses limites, a famosa pressão 12 por 8 (120mmHg, correspondente à contração do músculo cardíaco ou sístole, e 80mmHg, quando o coração se dilata, na diástole), antes considerada a referência em pressão normal, passou a ser considerada como de risco, pois a pressão considerada não elevada vai até 12 por 7. Acima de 14 por 8, o indivíduo já é considerado hipertenso. 

Estas novas diretrizes parecem ir na contramão das tendências dos povos ocidentais, cujas atividades justificam o alto índice de doenças cardiovasculares. Ou seja, estamos mais sedentários, ganhando mais massa corporal e usando excesso de sal. No Brasil, a situação preocupa bastante. 

Para alcançar a pressão considerada saudável, seria necessário praticar exercícios físicos com mais frequência e controlar a alimentação, além de aumentar as consultas médicas. E controlar o estresse, mas isso é muito difícil quando se é preciso enfrentar os problemas cotidianos, principalmente nas grandes cidades, ou ficar exposto, por exemplo, às notícias divulgadas nos portais da Internet, onde não faltam motivos para enfartar, com tantos conchavos políticos, medidas do STF, reações do governo americano, guerras, violência, etc., etc. 

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Peixes abissais bonitinhos?

Os livros sobre biologia marinha parecem ter prazer em mostrar os peixes abissais como horríveis, verdadeiros monstros apavorantes, habitantes do inferno, criados por Satanás e não por Deus. Uns são cheios de dentes, outros possuem órgãos semelhantes a lanternas para iluminarem o ambiente (e revelarem sua feiúra), e alguns possuem bocas enormes maiores do que as próprias cabeças. Isso no caso dos peixes. Existem também alguns outros tipos de animais igualmente apavorantes, como as lulas gigantes de 10 m e as lulas-vampiras de 10 cm (mas assustam do mesmo jeito que as suas primas avantajadas). 

São comparáveis aos políticos (ainda mais agora) ou aos membros do STF, mas essas pobres criaturas não merecem isso. 

Em contraste com isso, existem alguns animais que não são feios de doer. Na Baía de Monterrey, na Baixa Califórnia, México, foram encontrados peixes-caracol a 4 mil metros de profundidade. Mas eles não psrecem ser criadas para apavorar ninguém. Os peixes-caracol, como a espécie abaixo Careproctus collicoli, foram considerados até "fofos". 

O Careproctus collocoli é um peixe das profundezas, mas não parece (Mbari)

Graciosos ou não, os peixes das profundezas são adaptados ao ambiente onde vivem, e precisam resistir às altíssimas pressões e à dificuldade para obter alimentos em meio a uma escuridão quase completa. 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

As notícias mais impactantes da semana (até agora)

a) A morte de Robert Redford, aos 89 anos. Apesar de, pela idade, esse acontecimento ser esperado, não deixa de ser lamentável, por ele ser um grande ator de Hollywood.

Robert Redford (1936-2025) superou a fama de galã para fazer trabalhos consistentes como ator e diretor ao atingir a maturidade (Reuters)

b) A oposição resolveu nomear Eduardo Bolsonaro para seu líder, enquanto ele está nos Estados Unidos. Governistas prometem recorrer, mas isso é uma resposta, também, ao STF, apontado como culpado pelas sanções americanas. 

c) O assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado responsável por autorizar as duas grandes operações da polícia na Baixada Santista, contra o PCC. 

d) A delegação brasileira de tênis, liderada por João Fonseca, conseguiu ficar na elite mundial ao derrotar os gregos, cujo maior representante é Stefanos Tsitsipas, número 27 no ranking da ATP, derrotado pelo jovem brasileiro por 2 sets a 1. 

e) As constatações de muita gente defendendo ou justificando a morte de Charles Kirk, ativista ultraconservador assassinado no último dia 10. Atentados políticos merecem condenação firme e enérgica, não importa a ideologia da vítima. 

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Búfalos no Rio Pinheiros

Para quem achava que via de tudo na cidade de São Paulo, agora mais um flagrante inesperado: búfalos nadando no Rio Pinheiros, próximo a Santo Amaro. 

Os animais são de propriedade de uma moradora da região, Ednalva Mendes da Silva. Ela justificou a soltura por não ter condições, no momento, de alimentá-los. A manada acabou comendo as plantas das margens do rio, tristemente conhecido por seus altíssimos índices de poluição, e até nadando nas águas tóxicas. 

Normalmente, os búfalos, descendentes de espécies asiáticas, são criados em fazendas do interior do Brasil, como no Vale do Ribeira e a ilha de Marajó, para produção de leite, normalmente mais gorduroso em relação ao da vaca. A mussarela de búfala é muito apreciada nas classes A e B. Mas, no caso específico da criação na capital paulista, ela existe em pequena quantidade em Parelheiros e Marsilac, na zona rural do município. A criação que causou a cena era de uma pequena propriedade na região da Capela do Socorro. 

Os búfalos asiáticos domesticados são mansos, muito ao contrário dos africanos, não criados em parte alguma do globo por serem muito agressivos. 

Os búfalos arriscaram a saúde nas águas poluídas do rio Pinheiros (Reprodução/Rede Globo/Jovem Pan)


A proprietária foi notificada pelas autoridades devido ao perigo representado pela manada. Não são animais perigosos, mas assim como qualquer espécie de grande porte, podem invadir as pistas da Marginal Pinheiros ou as ruas próximas e causarem acidentes. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Que melancolia!

Ainda não tomei conhecimento de nenhuma obra de arte notável neste século!

Confesso que não estou explorando o tema mais a fundo. Pode haver algo relevante que eu ainda não conheça.

A grande mídia não mais se interessa por obras artísticas em si, apenas pelo impacto causado em termos de choque ou valores estranhos à estética, como a política ou o chamado 'idenarismo'.

Quando se fala em arte, ainda é hábito falar do passado, como se nos tornássemos saudosistas ou perdido o gosto para só querer ver porcaria ou velharia, ou os clássicos de sempre.

Certo, ainda há a inteligência artificial, mas não vale usa-la como uma muleta para picaretas ou amadores brincarem de artista. Este blog já abordou o tema.

Agora, cabe fazer uma pesquisa e ficar atento às divulgações por meio de contatos ou pela mídia, Quando encontrar algo relevante para divulgação, como exemplo da arte do nosso tempo, será publicado. Deve haver uma escultura  pintura, obra arquitetônica, composição musical, feita por algum talento. De preferência sem IA.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Semana tensa dos 24 anos do 8/1

Ontem, Luiz Fux entrou em forte atrito com os colegas ao criticar as irregularidades processuais no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, e decidiu pela absolvição. O episódio abalou ainda mais a imagem do Supremo Tribunal Federal, mesmo com os votos de Carmen Lúcia e Cristiano Zanin a favor da condenação, acompanhando os demais membros da Primeira Turma, Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O placar de 4 a 1 é enganoso, escondendo uma possível vitória de Pirro dos inimigos de Bolsonaro. Condenado a 27 anos de prisão, o ex-presidente é um prisioneiro político, na visão de seus apoiadores. E isso pode favorecer a aprovação de uma ampla anistia no Congresso, beneficiando não só a maior parte dos presos do 8/1, como também o ex-capitão e alguns de seus partidários também condenados no processo, como os generais Braga Neto e Augusto Heleno, considerados culpados, pela Primeira Turma, de tramar um golpe contra Lula. Golpe este não colocado em prática, como dizem os apoiadores de Bolsonaro e mesmo por gente que o detesta, mas abomina ainda mais o governo petista. 

Bolsonaro durante sessão especial em homenagem a um pastor aliado, o líder da Igreja Maranata Gedelti Vitalino, em julho; agora, ele tem mais um motivo para chorar (Carlos Moura/Ag. Senado)

No mesmo dia, mataram um dos jovens representantes do conservadorismo radical nos Estados Unidos. Charlie Kirk, de 31 anos, era um ativista fervoroso dos valores cristãos e tradicionais, apoiador de Donald Trump e sua política dura contra o Brasil e outros parceiros comerciais considerados pouco confiáveis. Ele também era favorável às ações de Eduardo Bolsonaro contra o governo brasileiro e o STF. Os assassinos de Kirk seriam também radicais defensores do progressismo. 

Enquanto isso, na Venezuela, o ditador Nicolás Maduro promete resistência contra os americanos, sem se preocupar com acusações de acobertar líderes narcotraficantes em seu país. O Cartel de Los Soles é acusado de comerciar drogas nas Américas, tendo uma influência nefasta nas Antilhas. Sua existência ainda é contestada pelos defensores de Maduro, como o presidente colombiano Gustavo Petro, e Trump escolheu o caminho militar para provar a existência do grupo e sua ligação com o déspota de Caracas. 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Estão quebrando o pau no Nepal

Este título infeliz que parece ter saido de um jornal estudantil metido a engraçadinho lembra quem está liderando uma revolta popular no Nepal, a pequena nação do Himalaia. São estudantes e outros jovens, contra uma ditadura corrupta. Khadga Prasad Oil, para tentar esconder os desvios de dinheiro e os abusos de poder, mandou censurar as redes sociais. E a reação contra a medida foi drástica. 

Com agressividade comparável à da derrubada da ditadura comunista de Nicolae Ceaucescu na Romênia em 1989, ou mesmo à Revolução Francesa de 1789, os jovens mostraram todo o descontentamento contra uma elite hipócrita, venal, concupiscente, ostentando luxos enquanto a maior parte do país sofre na carência e na pobreza. A desigualdade social é próxima da brasileira, com os 10% mais ricos, boa parte deles da classe política, concentrando a renda, donos de valores três vezes maiores que os 40% mais pobres. E o governo, do Partido Comunista Nepalês, falava em nome do socialismo. 

Incendiaram propriedades, tentaram linchar membros do governo, e durante a onda de violência a esposa do ex-primeiro ministro Jalanath Khanal morreu queimada, enquanto o marido, aliado do governo deposto, está foragido. 

Outros países da Ásia também sofrem com a instabilidade política, como o caso de Myanmar, ou Birmânia, onde o governo militar, também apoiado pela China, enfrenta uma forte resistência e uma guerra civil persistente desde a derrubada da ex-presidente Aung San Suu Kyi por corrupção em 2021. O país fica quase na mesma região. As potências locais, como Índia e a própria China, estão acompanhando os desdobramentos políticos nestes dois países, vizinhos de ambos. 

Katmandu, a capital nepalesa, teve uma escalada de violência (Reuters)

Há quem fale em um exemplo do que poderia acontecer no Brasil se tentarem implementar a regulamentação das redes sociais, como quer o governo, acusado de desviar bilhões de reais na corrupção. 

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Albertina ainda na fila para a santidade

Carlo Acutis, o jovem italiano morto aos 15 anos pela leucemia em 2006, foi canonizado no domingo passado. Foi um processo rápido, pois a Igreja exige a comprovação de dois milagres, um para a beatificação, e outro para a consagração no rol dos santos. O primeiro desses milagres teria acontecido no Brasil, com a cura de um menino diagnosticado com câncer no pâncreas. 

Aliás, no Brasil, principalmente em Santa Catarina, muitos aguardam pela proclamação de outro inocente, ou melhor, outra inocente, morta em 1931, por assassinato, em Imaruí, sul do Estado. Albertina Berkenbrock, uma criança de apenas 12 anos, foi atacada por um empregado de seu pai, fazendeiro descendente de alemães. O criminoso tentou sem sucesso estuprá-la, e a matou com um golpe de canivete na garganta. 

Já existe um santuário com o nome da futura Santa Albertina em Imaruí (SC) (Facebook)

Rumores de milagres em seu nome teriam ocorrido, e um processo para torná-la santa foi aberto em 1954. A Igreja reconheceu-a como mártir da fé, circunstância que dispensava a comprovação de um milagre. Albertina era conhecida na região onde vivia por sua profunda devoção, a tal ponto de ser apelidada de "santinha". Rezava pela Virgem Maria e por São Luiz Gonzaga (1568-1591), outro santo de vida curta. 

Dois anos após sua visita ao Brasil em 2005, o papa Bento XVI proclamou a jovem catarinense como beata. Existem vários rumores de milagres ainda em processo de análise, e basta um deles ser confirmado para o papa Leão XIV marcar uma data para a canonização. 

Também há uma cidade no interior de São Paulo, próximo a Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, chamada de Santa Albertina. Embora a pequena cidade tenha recebido o nome por causa da mãe do fundador, Francisco Schimidt, não há oficialmente nenhuma santa com este nome. Ainda. A canonização de Albertina Berkenbrock também irá beneficiar este município paulista, mesmo relativamente longe de Imaruí.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Novamente, os protestos

O dia 7 de Setembro foi marcado pelas manifestações de centenas de milhares de pessoas, em vários locais como Brasília e Rio de Janeiro. Novamente, São Paulo e a Avenida Paulista voltaram a ter repercussão, com ao menos 40 mil pessoas pressionando pela anistia aos presos do 8/1 - e a Jair Bolsonaro, cujo processo judicial é considerado irregular e crivado de erros, principalmente ao permitir que Alexandre de Moraes assuma seus vários papeis no caso. 

Muitos integrantes do governo, vendo que foram fracas e sem repercussão as poucas manifestações situacionistas, visando defender pautas como a taxação dos milionários e o fim da jornada 6x1, passaram a ironizar elementos dos protestos oposicionistas, como a presença de uma grande bandeira americana, usada para dar mais visibilidade nos Estados Unidos, onde está Eduardo Bolsonaro, pois boa parte dos manifestantes defende as medidas de Donald Trump. 

Alguns extrapolam, pedindo intervenção estrangeira, dando mais pretexto para quem está no poder em Brasília apontar as manifestações como contrárias ao Brasil. 

Na Paulista, com a manifestação comandada novamente pelo pastor Silas Malafaia, alvo da Polícia Federal por supostos contatos diretos com Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, o governador, voltou a aparecer e foi defender quem ele havia servido como ministro da Infra-Estrutura, mesmo sendo cotado a assumir a candidatura caso não haja condições de reverter a situação política do ex-presidente. Michelle Bolsonaro chorou e foi um destaques nas críticas ao STF. Ela também havia participado de forma indireta, com um áudio atacando a "tirania" do Judiciário, nos protestos do Rio, onde o destaque foi o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-capitão, que cobrou seus colegas pela anistia e pelo impeachment de Moraes. Em Florianópolis, Carlos Bolsonaro também chorou e apoiou os manifestantes. Eduardo Bolsonaro mandou videos para apoiadores em Curitiba e Porto Alegre. 

A Paulista voltou a ser tomada por manifestantes no dia da Pátria; USP contabilizou cerca de 41 mil pessoas, mas bolsonaristas defendem um número bem maior (Divulgação/Whatsapp)


Enquanto isso, nem os ministros do Supremo compareceram à cerimônia oficial do Dia da Pátria em Brasília. O evento esteve esvaziado, com poucas pessoas e repercussão na mídia não muito maior, mesmo com o apoio dos grandes veículos de imprensa ao governo e ao Judiciário. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Um candidato a substituir o silício nos semicondutores

Já faz algum tempo que portais de notícias sobre tecnologia falam sobre transistores com tecnologia GAAFET (Gate All Around Field-Effect Transistor), ou transistor de efeito de campo com porta por todos os lados, em tradução livre, uma evolução do já consagrado FinFET, base da tecnologia atual empregada nos dispositivos da Intel e da TSMC, por exemplo. Os FinFET já eram considerados relativamente eficientes, mas não conseguiram evitar as limitações do silício, o semicondutor por excelência, com boas propriedades elétricas. Mas, com os tamanhos dos chips cada vez menores, as instabilidades e o excesso de calor durante o funcionamento, sem falar na dificuldade da fabricação de algo tão pequeno, já indicam o fim do uso deste conveniente e abundante material. 

A Universidade de Pequim havia anunciado no mês passado um GAAFET a base de bismuto, ou melhor, os oxisulfetos e oxiselenetos desse metal, um semicondutor como o silício. De acordo com os anúncios e um artigo a ser publicado na revista Nature, eles teriam conseguido uma economia de energia de 10% em relação a um FinFET de 3 nanômetros (o menor dispositivo empregado em larga escala comercialmente), e uma velocidade 40% maior. O bismuto foi escolhido por ser um metal cujas reservas estão praticamente concentradas na China, responsável por cerca de 80% da extração dos minérios compostos. 

Esta tecnologia facilitaria a construção de computadores quânticos, e um deles, o Zuchongzhi 3.0, foi anunciado no mesmo evento, mostrando que a China resiste às sanções impostas pelo governo americano. Também diminuiria o impacto ambiental em sua extração e fabricação, mais porque o bismuto é bem menos abundante e não emprega materiais tóxicos como o fósforo e o arsênio para incrementar as propriedades elétricas. 

Um transistor GAAFET ampliado milhares de vezes (TSMC)

Por outro lado, este dispositivo ainda não está disponível comercialmente e ainda requer novos estudos, publicações em artigos, experimentos a respeito da confiabilidade, durabilidade, resistência aos agentes causadores de desgaste (calor, água, poluentes, instabilidades no fornecimento de energia, entre outros). 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O que Maduro estará fazendo agora?

Estará ele embrenhado na selva amazônica esperando vir o inimigo ianque?

Ou só para se esconder mesmo?

Talvez ele esteja na Nicarágua, com o aliado Daniel Ortega.

Ou em Cuba, mas isso é menos provável porque é longe e precisa passar pelo mar das Antilhas, onde está apinhado de forças americanas.

Talvez ele esteja rezando para tentar exorcizar "el diablo imperialista"

Ou, simplesmente, apenas chorando num canto, de forma bem "madura", como este blog tinha feito com Lula, o muy amigo dele. Ambos por causa do "homem laranja". 


N. do A.: Este não é mais uma enquete! Assim como Bolívar não se revira no túmulo toda vez que o Maduro fala em bolivarianismo. 

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A sádica execução de gente sádica

Na História, os nazistas foram retratados muitas vezes como sádicos, dispostos a tudo para extrair o máximo de sofrimento de seus inimigos, principalmente os judeus, quando eles são capturados e enviados aos campos de concentração e de extermínio. Embora isso não corresponda, essencialmente, à realidade, pois a maioria deles era composta de pessoas apenas cumprindo ordens dos líderes sob pena de algum castigo, a imagem de depravação moral ficou, e até hoje os alemães sofrem com isso. 

O mundo comemora, nesta semana, os 80 anos do fim da II Guerra Mundial. A China organizou hoje um grande desfile militar, na presença de Vladimir Putin e Kim Jong-un. 

Mais tarde, os líderes nazistas foram capturados. Uns foram parar nas mãos dos soviéticos, e outros, nas dos ocidentais. No caso dos últimos, os piores elementos acabaram julgados no tribunal de Nuremberg, organizado por oficiais americanos. Após serem submetidos às regras do Direito internacional, em um processo considerado bem mais rigoroso do que o arbítrio nazista, embora não desprovido de falhas por deixarem muitos algozes do III Reich escaparem ou serem absolvidos apesar de provas concretas, doze prisioneiros foram condenados à morte. Desses, Hermann Göring (1893-1945) escapou tomando cianureto, e Martin Bormann (1900-1945), foragido, teria supostamente morrido meses antes, embora haja indícios de que ele tenha fugido da Europa rumo à Argentina. 

Eram gente considerada sádica, responsável pelos piores crimes cometidos contra a Humanidade. Muitos, principalmente os defensores da pena de morte, consideram as execuções justas. A forca, e não o pelotão de fuzilamento, como queriam alguns dos sentenciados, foi o método escolhido.

Os réus tiveram amplo direito de defesa, de acordo com a mídia da época; a maioria foi condenada à prisão ou foi absolvida, mas 12 foram considerados merecedores da forca (United States Holocaust Memorial Museum)


Mas elas foram mal executadas, por um carrasco inexperiente, o sargento-mestre do Exército americano John C. Woods (1911-1950). Ele teria, de propósito, calculado mal o comprimento das cordas, de tal forma a não permitir uma morte rápida, por fratura da coluna. Segundo a documentação existente, no caso dos condenados representantes do odioso regime totalitário de Hitler (1889-1945), todos morreram estrangulados:

Joachim Von Ribbentropp (1893-1946), ministro das Relações Exteriores do regime nazista, foi enforcado e levou 19-20 minutos para morrer nas mãos de John C. Woods. 

Wilhelm Keitel (1882-1946), chefe das Forças Armadas do Reich, levou nada menos que 28 minutos para morrer na forca, e ainda teve concussão na cabeça ao cair no alçapão.

Ernst Kalterbrunner (1903-1946), major-general da SS, era o mais jovem e robusto a enfrentar a forca, mas foi o que menos tempo levou para morrer sufocado pela corda: sete minutos, quando uma execução considerada bem feita levava no máximo dois.

Alfred Rosenberg (1893-1946), principal teórico do nazismo e do Holocausto, pereceu após 14 minutos pendurado na forca.

Hans Frank (1900-1946), governador fantoche da Polônia e cúmplice do Holocausto, teve a segunda morte mais rápida (ou menos lenta), com 11 minutos agonizantes na forca. Ele se converteu ao cristianismo, e se disse arrependido dos crimes.

Wilhelm Frick (1877-1946), ministro do Interior, tinha quase 70 anos e levou 12 minutos para morrer, após machucar a cabeça no alçapão e lutar pela vida no cadafalso.

Julius Streicher (1885-1946), chefe do Parlamento do Reich, também bateu a cabeça no alçapão e sua execução durou longos 15 minutos. Ele desafiou a platéia gritando “Heil Hitler”.

Fritz Sauckel (1894-1946), general envolvido no extermínio de judeus, morre após 14 minutos em convulsão e com a cabeça fraturada após bater no alçapão; ele chorou alegando “inocência” antes disso.

Alfred Jodl (1890-1946), um dos mais altos oficiais de Hitler, morreu após 18 minutos de agonia, debatendo-se freneticamente.

Alfred Seyss-Inquart (1892-1946), chanceler fantoche da Áustria, levou 14 minutos para morrer caindo do alto do patíbulo.


N. do A.: A maioria dos apoiadores do governo diz ser contra a pena de morte, mas iria adorar ver o ex-presidente e capitão reformado Jair Bolsonaro nas mãos do sargento "desastrado" que executou gente com a qual os apoiadores que gritam "Mito" são às vezes comparados. 

Serviços chatos ou desnecessários do Windows que podem ser descartados

Se você teve a infeliz ideia de comprar aquele notebook com 4 Gb de memória, só por ser mais barato, já deve ter descoberto que o Windows, sobretudo o 11, é um sistema pesado. Então há como remover ou desativar algumas funções raramente usadas, mas que contribuem para tornar o sistema ainda mais lento. 

Existem alguns recursos para acessar esses serviços, como o comando service.msc por meio do Win + R, ou o "Ativar e desativar recursos do Windows". Neste último caso, é preciso entrar no Painel de Controle, depois em "Programas" e "Programas e recursos". Nesses casos, é preciso ter privilégios de administrador. 

As funcionalidades menos usadas são: 

- XPS, formato de impressão que ninguém usa. 

- Internet printing client, inútil para quem não tem impressora. 

- Serviço AssignedAccessManager, que restringe alguns aplicativos (modo "quiosque"), mas raramente usado. 

- Serviço de Criptografia do Disco Rígido, pois a criptografia geralmente não é usada por usuários comuns. 

- Experiência de usuário conectado e telemetria, mais útil se o computador tivesse algum acesso por biometria (como leitura de digitais). 

- XBox Game Bar, útil para quem tem o videogame da Microsoft, o Xbox, mas totalmente desnecessário para a maioria. 

- Windows Media Player, antigo programa de reprodução de vídeos, totalmente obsoleto. 

- Configuração de Área de Trabalho Remota, útil somente para quem precisa acessar a máquina da casa no local de trabalho. 

- Cliente de Pasta de Trabalho, mais usado em computadores corporativos. 

- Serviço de Enumeração de Dispositivo de Cartão Inteligente, e Política de Remoção de Cartão Inteligente, quando a grande maioria dos usuários não possui esse cartão. 

- Serviço de Hotspot Móvel do Windows, usado apenas para quem precisa usar um serviço de Internet de um celular. 

- DirectPlay, para usuários de jogos antigos; geralmente está desativado por padrão. 

- Windows Fax and Scan, somente para quem usa aparelhos de fax (ainda) ou scanners

Para mais informações, pode-se clicar AQUI (Canal Decodificado TI do Youtube) ou AQUI (Canaltech). 


N. do A.: Enquanto este artigo é publicado no blog, está começando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não pôde comparecer por motivo de saúde, pelo STF; a iniciativa é acompanhada pelo governo americano, que pode impor mais sanções ao Brasil, e pela oposição; esta última está se movendo para fazer andar a anistia aos presos do 8/1, com a ajuda do governador paulista Tarcísio de Freitas. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

William Bonner deixa o JN

Os mais idosos lembram-se de Cid Moreira (1927-2024) como o apresentador do Jornal Nacional. Apesar das acusações de adesismo ao regime vigente serem já recorrentes, ele transmitia credibilidade com sua voz grave divulgando as notícias escolhidas pela redação para irem ao ar. 

Ele ficou entre 1969 e 1996, portanto, 27 anos. Com a sua saída, William Bonner, então um jovem de 32 anos, passou a apresentar a atração. Não demorou para Fátima Bernardes, então sua esposa, juntar-se à bancada. Em tempos de Internet ainda em fase de consolidação, o JN era a grande fonte de informação, sempre precisando conviver com a fama de ser instrumento de manipulação por parte da Rede Globo. 

De qualquer forma, era uma época onde o JN foi indicado várias vezes ao Emmy Internacional. Foi a época onde a televisão aberta deixou de ter a mesma relevância, com a concorrência dos sistemas por assinatura e, depois, pelo streaming, além das mídias on-line e as redes sociais. 

Nos últimos tempos, o JN passou a ser alvo dos bolsonaristas por sua postura considerada parcial contra o então presidente Jair Bolsonaro, principalmente durante a pandemia, e as críticas aumentaram ainda mais quando o jornal foi acusado de ser "chapa branca" no governo Lula. Bonner foi ironizado pela oposição atual, alvo de memes e das charges humorísticas de André Guedes, um dos poucos chargistas a não apoiar Lula. Para piorar, ele deixou crescer a barba. 

William Bonner nos últimos anos do JN (Reprodução/Rede Globo)


E, após longos 29 anos, superando o inesquecível Cid, William Bonner deixa o comando da atração da Globo. César Tralli terá a difícil incumbência de substituí-lo.