segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Novamente, os protestos

O dia 7 de Setembro foi marcado pelas manifestações de centenas de milhares de pessoas, em vários locais como Brasília e Rio de Janeiro. Novamente, São Paulo e a Avenida Paulista voltaram a ter repercussão, com ao menos 40 mil pessoas pressionando pela anistia aos presos do 8/1 - e a Jair Bolsonaro, cujo processo judicial é considerado irregular e crivado de erros, principalmente ao permitir que Alexandre de Moraes assuma seus vários papeis no caso. 

Muitos integrantes do governo, vendo que foram fracas e sem repercussão as poucas manifestações situacionistas, visando defender pautas como a taxação dos milionários e o fim da jornada 6x1, passaram a ironizar elementos dos protestos oposicionistas, como a presença de uma grande bandeira americana, usada para dar mais visibilidade nos Estados Unidos, onde está Eduardo Bolsonaro, pois boa parte dos manifestantes defende as medidas de Donald Trump. 

Alguns extrapolam, pedindo intervenção estrangeira, dando mais pretexto para quem está no poder em Brasília apontar as manifestações como contrárias ao Brasil. 

Na Paulista, com a manifestação comandada novamente pelo pastor Silas Malafaia, alvo da Polícia Federal por supostos contatos diretos com Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, o governador, voltou a aparecer e foi defender quem ele havia servido como ministro da Infra-Estrutura, mesmo sendo cotado a assumir a candidatura caso não haja condições de reverter a situação política do ex-presidente. Michelle Bolsonaro chorou e foi um destaques nas críticas ao STF. Ela também havia participado de forma indireta, com um áudio atacando a "tirania" do Judiciário, nos protestos do Rio, onde o destaque foi o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-capitão, que cobrou seus colegas pela anistia e pelo impeachment de Moraes. Em Florianópolis, Carlos Bolsonaro também chorou e apoiou os manifestantes. Eduardo Bolsonaro mandou videos para apoiadores em Curitiba e Porto Alegre. 

A Paulista voltou a ser tomada por manifestantes no dia da Pátria; USP contabilizou cerca de 41 mil pessoas, mas bolsonaristas defendem um número bem maior (Divulgação/Whatsapp)


Enquanto isso, nem os ministros do Supremo compareceram à cerimônia oficial do Dia da Pátria em Brasília. O evento esteve esvaziado, com poucas pessoas e repercussão na mídia não muito maior, mesmo com o apoio dos grandes veículos de imprensa ao governo e ao Judiciário. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Um candidato a substituir o silício nos semicondutores

Já faz algum tempo que portais de notícias sobre tecnologia falam sobre transistores com tecnologia GAAFET (Gate All Around Field-Effect Transistor), ou transistor de efeito de campo com porta por todos os lados, em tradução livre, uma evolução do já consagrado FinFET, base da tecnologia atual empregada nos dispositivos da Intel e da TSMC, por exemplo. Os FinFET já eram considerados relativamente eficientes, mas não conseguiram evitar as limitações do silício, o semicondutor por excelência, com boas propriedades elétricas. Mas, com os tamanhos dos chips cada vez menores, as instabilidades e o excesso de calor durante o funcionamento, sem falar na dificuldade da fabricação de algo tão pequeno, já indicam o fim do uso deste conveniente e abundante material. 

A Universidade de Pequim havia anunciado no mês passado um GAAFET a base de bismuto, ou melhor, os oxisulfetos e oxiselenetos desse metal, um semicondutor como o silício. De acordo com os anúncios e um artigo a ser publicado na revista Nature, eles teriam conseguido uma economia de energia de 10% em relação a um FinFET de 3 nanômetros (o menor dispositivo empregado em larga escala comercialmente), e uma velocidade 40% maior. O bismuto foi escolhido por ser um metal cujas reservas estão praticamente concentradas na China, responsável por cerca de 80% da extração dos minérios compostos. 

Esta tecnologia facilitaria a construção de computadores quânticos, e um deles, o Zuchongzhi 3.0, foi anunciado no mesmo evento, mostrando que a China resiste às sanções impostas pelo governo americano. Também diminuiria o impacto ambiental em sua extração e fabricação, mais porque o bismuto é bem menos abundante e não emprega materiais tóxicos como o fósforo e o arsênio para incrementar as propriedades elétricas. 

Um transistor GAAFET ampliado milhares de vezes (TSMC)

Por outro lado, este dispositivo ainda não está disponível comercialmente e ainda requer novos estudos, publicações em artigos, experimentos a respeito da confiabilidade, durabilidade, resistência aos agentes causadores de desgaste (calor, água, poluentes, instabilidades no fornecimento de energia, entre outros). 

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

O que Maduro estará fazendo agora?

Estará ele embrenhado na selva amazônica esperando vir o inimigo ianque?

Ou só para se esconder mesmo?

Talvez ele esteja na Nicarágua, com o aliado Daniel Ortega.

Ou em Cuba, mas isso é menos provável porque é longe e precisa passar pelo mar das Antilhas, onde está apinhado de forças americanas.

Talvez ele esteja rezando para tentar exorcizar "el diablo imperialista"

Ou, simplesmente, apenas chorando num canto, de forma bem "madura", como este blog tinha feito com Lula, o muy amigo dele. Ambos por causa do "homem laranja". 


N. do A.: Este não é mais uma enquete! Assim como Bolívar não se revira no túmulo toda vez que o Maduro fala em bolivarianismo. 

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A sádica execução de gente sádica

Na História, os nazistas foram retratados muitas vezes como sádicos, dispostos a tudo para extrair o máximo de sofrimento de seus inimigos, principalmente os judeus, quando eles são capturados e enviados aos campos de concentração e de extermínio. Embora isso não corresponda, essencialmente, à realidade, pois a maioria deles era composta de pessoas apenas cumprindo ordens dos líderes sob pena de algum castigo, a imagem de depravação moral ficou, e até hoje os alemães sofrem com isso. 

O mundo comemora, nesta semana, os 80 anos do fim da II Guerra Mundial. A China organizou hoje um grande desfile militar, na presença de Vladimir Putin e Kim Jong-un. 

Mais tarde, os líderes nazistas foram capturados. Uns foram parar nas mãos dos soviéticos, e outros, nas dos ocidentais. No caso dos últimos, os piores elementos acabaram julgados no tribunal de Nuremberg, organizado por oficiais americanos. Após serem submetidos às regras do Direito internacional, em um processo considerado bem mais rigoroso do que o arbítrio nazista, embora não desprovido de falhas por deixarem muitos algozes do III Reich escaparem ou serem absolvidos apesar de provas concretas, doze prisioneiros foram condenados à morte. Desses, Hermann Göring (1893-1945) escapou tomando cianureto, e Martin Bormann (1900-1945), foragido, teria supostamente morrido meses antes, embora haja indícios de que ele tenha fugido da Europa rumo à Argentina. 

Eram gente considerada sádica, responsável pelos piores crimes cometidos contra a Humanidade. Muitos, principalmente os defensores da pena de morte, consideram as execuções justas. A forca, e não o pelotão de fuzilamento, como queriam alguns dos sentenciados, foi o método escolhido.

Os réus tiveram amplo direito de defesa, de acordo com a mídia da época; a maioria foi condenada à prisão ou foi absolvida, mas 12 foram considerados merecedores da forca (United States Holocaust Memorial Museum)


Mas elas foram mal executadas, por um carrasco inexperiente, o sargento-mestre do Exército americano John C. Woods (1911-1950). Ele teria, de propósito, calculado mal o comprimento das cordas, de tal forma a não permitir uma morte rápida, por fratura da coluna. Segundo a documentação existente, no caso dos condenados representantes do odioso regime totalitário de Hitler (1889-1945), todos morreram estrangulados:

Joachim Von Ribbentropp (1893-1946), ministro das Relações Exteriores do regime nazista, foi enforcado e levou 19-20 minutos para morrer nas mãos de John C. Woods. 

Wilhelm Keitel (1882-1946), chefe das Forças Armadas do Reich, levou nada menos que 28 minutos para morrer na forca, e ainda teve concussão na cabeça ao cair no alçapão.

Ernst Kalterbrunner (1903-1946), major-general da SS, era o mais jovem e robusto a enfrentar a forca, mas foi o que menos tempo levou para morrer sufocado pela corda: sete minutos, quando uma execução considerada bem feita levava no máximo dois.

Alfred Rosenberg (1893-1946), principal teórico do nazismo e do Holocausto, pereceu após 14 minutos pendurado na forca.

Hans Frank (1900-1946), governador fantoche da Polônia e cúmplice do Holocausto, teve a segunda morte mais rápida (ou menos lenta), com 11 minutos agonizantes na forca. Ele se converteu ao cristianismo, e se disse arrependido dos crimes.

Wilhelm Frick (1877-1946), ministro do Interior, tinha quase 70 anos e levou 12 minutos para morrer, após machucar a cabeça no alçapão e lutar pela vida no cadafalso.

Julius Streicher (1885-1946), chefe do Parlamento do Reich, também bateu a cabeça no alçapão e sua execução durou longos 15 minutos. Ele desafiou a platéia gritando “Heil Hitler”.

Fritz Sauckel (1894-1946), general envolvido no extermínio de judeus, morre após 14 minutos em convulsão e com a cabeça fraturada após bater no alçapão; ele chorou alegando “inocência” antes disso.

Alfred Jodl (1890-1946), um dos mais altos oficiais de Hitler, morreu após 18 minutos de agonia, debatendo-se freneticamente.

Alfred Seyss-Inquart (1892-1946), chanceler fantoche da Áustria, levou 14 minutos para morrer caindo do alto do patíbulo.


N. do A.: A maioria dos apoiadores do governo diz ser contra a pena de morte, mas iria adorar ver o ex-presidente e capitão reformado Jair Bolsonaro nas mãos do sargento "desastrado" que executou gente com a qual os apoiadores que gritam "Mito" são às vezes comparados. 

Serviços chatos ou desnecessários do Windows que podem ser descartados

Se você teve a infeliz ideia de comprar aquele notebook com 4 Gb de memória, só por ser mais barato, já deve ter descoberto que o Windows, sobretudo o 11, é um sistema pesado. Então há como remover ou desativar algumas funções raramente usadas, mas que contribuem para tornar o sistema ainda mais lento. 

Existem alguns recursos para acessar esses serviços, como o comando service.msc por meio do Win + R, ou o "Ativar e desativar recursos do Windows". Neste último caso, é preciso entrar no Painel de Controle, depois em "Programas" e "Programas e recursos". Nesses casos, é preciso ter privilégios de administrador. 

As funcionalidades menos usadas são: 

- XPS, formato de impressão que ninguém usa. 

- Internet printing client, inútil para quem não tem impressora. 

- Serviço AssignedAccessManager, que restringe alguns aplicativos (modo "quiosque"), mas raramente usado. 

- Serviço de Criptografia do Disco Rígido, pois a criptografia geralmente não é usada por usuários comuns. 

- Experiência de usuário conectado e telemetria, mais útil se o computador tivesse algum acesso por biometria (como leitura de digitais). 

- XBox Game Bar, útil para quem tem o videogame da Microsoft, o Xbox, mas totalmente desnecessário para a maioria. 

- Windows Media Player, antigo programa de reprodução de vídeos, totalmente obsoleto. 

- Configuração de Área de Trabalho Remota, útil somente para quem precisa acessar a máquina da casa no local de trabalho. 

- Cliente de Pasta de Trabalho, mais usado em computadores corporativos. 

- Serviço de Enumeração de Dispositivo de Cartão Inteligente, e Política de Remoção de Cartão Inteligente, quando a grande maioria dos usuários não possui esse cartão. 

- Serviço de Hotspot Móvel do Windows, usado apenas para quem precisa usar um serviço de Internet de um celular. 

- DirectPlay, para usuários de jogos antigos; geralmente está desativado por padrão. 

- Windows Fax and Scan, somente para quem usa aparelhos de fax (ainda) ou scanners

Para mais informações, pode-se clicar AQUI (Canal Decodificado TI do Youtube) ou AQUI (Canaltech). 


N. do A.: Enquanto este artigo é publicado no blog, está começando o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que não pôde comparecer por motivo de saúde, pelo STF; a iniciativa é acompanhada pelo governo americano, que pode impor mais sanções ao Brasil, e pela oposição; esta última está se movendo para fazer andar a anistia aos presos do 8/1, com a ajuda do governador paulista Tarcísio de Freitas. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

William Bonner deixa o JN

Os mais idosos lembram-se de Cid Moreira (1927-2024) como o apresentador do Jornal Nacional. Apesar das acusações de adesismo ao regime vigente serem já recorrentes, ele transmitia credibilidade com sua voz grave divulgando as notícias escolhidas pela redação para irem ao ar. 

Ele ficou entre 1969 e 1996, portanto, 27 anos. Com a sua saída, William Bonner, então um jovem de 32 anos, passou a apresentar a atração. Não demorou para Fátima Bernardes, então sua esposa, juntar-se à bancada. Em tempos de Internet ainda em fase de consolidação, o JN era a grande fonte de informação, sempre precisando conviver com a fama de ser instrumento de manipulação por parte da Rede Globo. 

De qualquer forma, era uma época onde o JN foi indicado várias vezes ao Emmy Internacional. Foi a época onde a televisão aberta deixou de ter a mesma relevância, com a concorrência dos sistemas por assinatura e, depois, pelo streaming, além das mídias on-line e as redes sociais. 

Nos últimos tempos, o JN passou a ser alvo dos bolsonaristas por sua postura considerada parcial contra o então presidente Jair Bolsonaro, principalmente durante a pandemia, e as críticas aumentaram ainda mais quando o jornal foi acusado de ser "chapa branca" no governo Lula. Bonner foi ironizado pela oposição atual, alvo de memes e das charges humorísticas de André Guedes, um dos poucos chargistas a não apoiar Lula. Para piorar, ele deixou crescer a barba. 

William Bonner nos últimos anos do JN (Reprodução/Rede Globo)


E, após longos 29 anos, superando o inesquecível Cid, William Bonner deixa o comando da atração da Globo. César Tralli terá a difícil incumbência de substituí-lo.