Os anfíbios, assim como os répteis, são uma classe de animais vertebrados bem pouco compreendida. Também são estudados pelos herpetólogos, apenas por serem considerados seres rastejantes.
Na verdade, os sapos, rãs, salamandras e outros bichos pegajosos não tem parentesco com os lagartos, crocodilos, cobras e tartarugas. Multo menos com as outras classes. Não existe outro grupo terrestre que precise da água para a reprodução, pois os ovos não possuem casca e precisam estar sempre hidratados. E destes ovos surgem as formas que lembram dos antepassados, os peixes. São os girinos, que sacolejam dentro das águas de lagos e rios e depois desenvolvem os membros, antes da cauda regredir (ou não, no caso das salamandras). Assim, surgem as formas juvenis terrestres que crescem depois se tornam as formas tão (pouco) queridas, não raro citadas como ingredientes de poções de bruxas. Por outro lado, sem esses feiosinhos, talvez haveria uma maior infestação de pragas, pois os alimentos básicos deles são os insetos.
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O sapo-cururu é um representante dos anfíbios, essa classe de animais bem pouco popular para quem estuda Zoologia (Divulgação) |
Os anfíbios viventes pertencem a um único grupo chamado de Lissamphibia, existente antes dos dinossauros, provavelmente surgindo antes da grande extinção que marcava o início da Era Mesozóica, há 251 milhões de anos. Para os estudiosos desses animaizinhos feios mas importantes para o ecossistema, isto facilita bastante.
Basicamente, um grupo permaneceu com a cauda durante a vida toda, os chamados Urodela, ou Caudata, onde estão as salamandras, os tritões e um bichinho simpático mas meio estranho, chamado de axolotl, que permanece com brânquias a vida toda. Ou seja, é como o Peter Pan ou certas pessoas principalmente nas gerações Y e Z: não se tornam adultos.
Já o outro grupo, forçado pela evolução, passou a perder a cauda quando se tornam terrestres e a dar seus pulos, às vezes bem impressionantes considerando o tamanho em geral pequeno. Os Anura são os famosos sapos, rãs e pererecas, e muita gente os confunde. Os sapos geralmente ficam na família dos Bufonidae, tendo a pele cheia de verrugas e glândulas de veneno saltadas perto da boca. As pererecas ficam em outra família, os Hylidae, e possuem ventosas nas mãos e pés, para ficarem o tempo todo pendurados em algum galho. As rãs típicas ficam mais próximas da água, têm pele lisa e são da família Ranidae, e algumas delas são comidas, embora muita gente torça o nariz.
Ainda existem uns animaizinhos esquisitos da ordem Gymnophiona, confundidos ora com minhocas gigantes, ora com as cobras-cegas dos sauveiros. Estes seres receberam o nome de "cecílias", como uma "homenagem" estranha à Santa Cecília, que era cega. Ai de quem se chamasse Cecília nos tempos do colégio.
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