Este título infeliz que parece ter saido de um jornal estudantil metido a engraçadinho lembra quem está liderando uma revolta popular no Nepal, a pequena nação do Himalaia. São estudantes e outros jovens, contra uma ditadura corrupta. Khadga Prasad Oil, para tentar esconder os desvios de dinheiro e os abusos de poder, mandou censurar as redes sociais. E a reação contra a medida foi drástica.
Com agressividade comparável à da derrubada da ditadura comunista de Nicolae Ceaucescu na Romênia em 1989, ou mesmo à Revolução Francesa de 1789, os jovens mostraram todo o descontentamento contra uma elite hipócrita, venal, concupiscente, ostentando luxos enquanto a maior parte do país sofre na carência e na pobreza. A desigualdade social é próxima da brasileira, com os 10% mais ricos, boa parte deles da classe política, concentrando a renda, donos de valores três vezes maiores que os 40% mais pobres. E o governo, do Partido Comunista Nepalês, falava em nome do socialismo.
Incendiaram propriedades, tentaram linchar membros do governo, e durante a onda de violência a esposa do ex-primeiro ministro Jalanath Khanal morreu queimada, enquanto o marido, aliado do governo deposto, está foragido.
Outros países da Ásia também sofrem com a instabilidade política, como o caso de Myanmar, ou Birmânia, onde o governo militar, também apoiado pela China, enfrenta uma forte resistência e uma guerra civil persistente desde a derrubada da ex-presidente Aung San Suu Kyi por corrupção em 2021. O país fica quase na mesma região. As potências locais, como Índia e a própria China, estão acompanhando os desdobramentos políticos nestes dois países, vizinhos de ambos.
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Katmandu, a capital nepalesa, teve uma escalada de violência (Reuters) |
Há quem fale em um exemplo do que poderia acontecer no Brasil se tentarem implementar a regulamentação das redes sociais, como quer o governo, acusado de desviar bilhões de reais na corrupção.
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