O brasileiro é conhecido por sua relativa alienação quando o assunto é política. Com isso ele é lesado por diversos governos (municipais, estaduais e federal) sem poder defender-se.
Há várias décadas os governos confundem as suas prerrogativas. Acham que a sociedade deve serví-los, quando é o contrário. A única coisa que pode castigar quem pensa desse modo, com cadeia ou o afastamento da vida pública, é a mobilização popular, algo que não existe no Brasil.
Estamos notando uma deterioração do sistema de saúde nunca visto antes. Os erros médicos estão ocorrendo numa frequência escandalosa. O último caso foi uma menina que recebeu vaselina líquida na veia ao invés de soro. Obviamente, ela morreu. E o problema dos hospitais se transformarem em portais para o cemitério estende-se até aos hospitais particulares, cujos médicos estão seriamente pressionados por planos de saúde que lhes impõem tarefas irrealistas. Como consequência, o atendimento é cada vez pior.
Os escândalos no ENEM são apenas uma pequeníssima parte de um problema chamado educação. Nossas escolas são mais fábricas de fazer doidos do que locais de formação de pessoas. Baixos salários aos professores, falta de infra-estrutura, violência até dentro das salas de aula, a presença de drogas e gangues criminosas, nada disso contribui para o Brasil deixar de ser uma nação de semi-alfabetizados, incapazes de exercer seus direitos e atender a um mercado de trabalho que exige pessoal cada vez mais qualificado.
Quanto aos serviços públicos, eles tem melhorado ligeiramente, graças à ajuda da informática, que agilizou os serviços. Porém, ainda existem verdadeiras aberrações inaceitáveis, como a pane no Banco do Brasil que deixou milhões de pessoas sem atendimento no sistema Bankline. A causa teria sido uma pane que durou quinze minutos, mas afetou todo o sistema. O site nada diz a respeito, mas é um caso de reclamação coletiva. Afinal, o BB teve lucro recorde este ano, mas foi incapaz de prevenir uma falha facilmente corrigível, e de saná-la devidamente. Pior é o desdém com que trata seus clientes, seus legítimos donos e senhores.
Aliás, tanto os órgãos públicos quanto o funcionalismo público estão contaminados por um corporativismo que mistura elementos fascistas e stalinistas. Muitos têm medo da competência e do mérito. Não poucos imaginam meios para ganhar mais dinheiro, mesmo à custa da deterioração do erário. Tudo pelo poder, nada pelo social. Inimigos da democracia, algozes do povo.
Aliás, tanto os órgãos públicos quanto o funcionalismo público estão contaminados por um corporativismo que mistura elementos fascistas e stalinistas. Muitos têm medo da competência e do mérito. Não poucos imaginam meios para ganhar mais dinheiro, mesmo à custa da deterioração do erário. Tudo pelo poder, nada pelo social. Inimigos da democracia, algozes do povo.
Ainda há muito para melhorar e a sociedade precisa mobilizar-se para o governo assumir seu papel: o de servidor da população. Todos nós devemos utilizar os meios garantidos pela lei (ouvidorias, reclamações no Procon, abaixos-assinados, denúncias ao Ministério Público, ao Judiciário e à imprensa, processos judiciais) para obrigar os administradores públicos a cumprirem direito o seu papel. Funcionários negligentes, em empresas, costumam ser postos na rua. A mesma coisa tem de acontecer com os governantes incompetentes. BASTA DE CONIVÊNCIA!
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