Dilma Rousseff nem assumiu a presidência e já viu o tamanho do presente, o qual, a rigor, é de Ano Novo e não de Natal.
Vai dar mais trabalho do que alegria para a futura presidenta. Já anunciaram cortes de gastos, algo detestado pelo PT de Lula e Dilma, e ainda vai ter de enfiar aliados no governo, para satisfazer o PMDB. Vários nomes foram colocados de uma vez. Wagner Rossi, do grande partido remanescente da oposição à ditadura, permanece na Agricultura. Outros quatro novos nomes para compor o ministério: Garibaldi Alves (Previdência), Pedro Novaes (Turismo), Moreira Franco (Secretaria dos Assuntos Estratégicos) e Edison Lobão (Minas e Energia). Isso tudo sem citar o nome de Nelson Jobim, ainda não confirmado para a pasta da Defesa.
Nossa futura governante já percebeu o tamanho da encrenca e vai ter de usar direitinho o Orçamento de 2011 para não aumentar a dívida interna e nem desviar (aliás, nem desviar muito) as verbas para saúde, educação, segurança, infra-estrutura (inclusive obras do PAC), para bolsos particulares.
Presente tão ou mais indesejado foi o ganho pelo governante do mundo, aliás, dos EUA. Barack Obama nem conseguiu se livrar dos atoleiros de sempre (Iraque, Afeganistão) e mal colheu os frutos da recuperação econômica, a qual ameaça outra vez ruir por causa da disputa cambial com a China. Já aludi à Cassandra da vez, o site Wikileaks, que andou a divulgar tudo o que podia (e não podia) a respeito da diplomacia, revelando as incômodas verdades por trás da polidez e da discrição nas relações internacionais. O problema de divulgar tudo isso é abalar a confiança entre os países, além de dar mais informações ao terror internacional, e isso o governo americano vai tentar impedir com todo o seu poder e influência.
Agora o principal dono do site, o australiano Julian Assange, está preso e vai ter de responder por suposto crime sexual. Ainda não se sabe com certeza se o tal crime tem a ver com os dados que condenam Assange à maldição eterna (assim como Cassandra foi amaldiçoada por Apolo e ninguém mais acreditou nela). Neste caso, tudo isso vira pretexto para mandar o australiano encrenqueiro aos EUA. Uma coisa é certa: Assange não vai pagar a conta sozinho. O governo americano está querendo investigar quem foi, ou foram, os informantes do Wikileaks. Obviamente são funcionários do próprio governo. Já se fala em mandá-los para o corredor da morte para servir de exemplo.
Nos dois casos, o tempo dirá se Dilma e Obama vão conseguir converter esses presentes de grego em trunfos pessoais.
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