Jean Dujardin sobe ao palco para receber o prêmio com o cão Uggie, um dos principais coadjuvantes do filme "O Artista" (fonte: UOL)
A premiação do
Oscar, o mais badalado prêmio do cinema mundial, consagrou dois filmes, ambas
homenagens às origens do cinema: o francês O
Artista e seu maior rival, o americano Hugo,
cujo lançamento no Brasil, recente, teve o infeliz título de A Invenção (sic) de Hugo Cabret.
Desta vez, nem
o currículo e a fama de Martin Scorsese foram suficientes para Hugo levar mais do que os prêmios
técnicos. O Artista levou prêmios
mais importantes, inclusive o de melhor filme.
O filme
estrangeiro premiado foi o iraniano A
Separação. A Academia não levou em consideração a procedência do filme, mas
sua qualidade. De fato, este filme mereceu o Oscar, e não o nosso Tropa de Elite 2, mega-sucesso por aqui
mas de bilheteria pífia nos EUA (pouco mais de US$ 400 mil dólares) e
excessivamente parecido com os filmes de ação de Hollywood, pouco premiados com
a estatueta.
Por falar
nisso, o Brasil chegou a concorrer como melhor canção original, de Carlinhos
Brown e Siedah Garrett, pelo filme “Rio”, e era o único concorrente de “Man or
Muppet” – e conseguiu perder, alimentando a fama da suposta “maldição” do nosso
país no Oscar. Como no mesmo dia da premiação o Vasco foi jogar a final da Taça
Guanabara e perdeu, muitos, por piada, associaram os “carmas”: o Vasco como
eterno vice e o Brasil como eterno pária da Academia.
Outros prêmios
de destaque: Octavia Spencer foi mais uma das atrizes negras a ganhar o Oscar,
enquanto Meryl Streep mostrou a que veio com sua impecável caracterização de
Margaret Thatcher. Jean Dujardin conseguiu suplantar Brad Pitt e George Clooney
e ficou com a estatueta. Christopher Plummer, veterano ator, ganhou seu
primeiro Oscar, de ator coadjuvante, aos 82 anos.
Os premiados de
2011 foram os encarregados de entregar as estátuas para os contemplados. Por
exemplo, o melhor ator de 2011 (Colin Firth) entregou o prêmio à melhor atriz
de 2012 (Streep).
Quem roubou a
cena na festa foi o comediante Sasha Baron Cohen, vestido como seu personagem
no filme “O Ditador”. Ele mostrou por que é o maior cômico do nosso tempo,
arrancando gargalhadas da platéia. Muito mais talentoso para isso do que Billy
Cristal e suas piadinhas insossas, porém muito menos conveniente para o
pensamento “politicamente correto” vigente, que até hoje não perdoa o repórter
“cazaque” Borat e o homossexual Bruno.
Eis a lista dos
premiados:
Melhor filme: “O Artista”
Melhor fotografia: “Hugo”
Melhor direção de arte: “Hugo”
Melhor figurino: Mark Bridges, de “O Artista”
Melhor maquiagem: “A Dama de Ferro”
Melhor
filme estrangeiro: “A Separação” (Irã)
Melhor
edição: “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”
Melhor
edição de som: “Hugo”
Melhor
mixagem de som: “Hugo”
Melhor
documentário: “Undefeated”
Melhor
animação: “Rango”
Melhores efeitos visuais: “Hugo”
Melhor
trilha sonora original: “O Artista”
Melhor canção original: “Man or Muppet”, de “Os Muppets”
Melhor roteiro adaptado: “Os Descendentes”
Melhor roteiro original: “Meia Noite em Paris” (Woody Allen não
compareceu para receber o prêmio)
Melhor
curta-metragem: “The Shore”
Melhor documentário de curta metragem: “Saving Face”
Melhor
animação de curta metragem: “The Fantastic Flying Books of Mr. Morris
Lessmore”
Melhor atriz coadjuvante: Octavia Spencer, de “Histórias Cruzadas”
Melhor
ator coadjuvante: Christopher Plummer, de “Toda Forma de Amor”
Melhor
ator: Jean Dujardin, de “O Artista”
Melhor atriz: Meryl Streep, de “A Dama de Ferro”
Obs.: Este texto era para ser escrito no dia 27, mas acabou ficando para hoje, devido a problemas técnicos no meu serviço de Internet (o Net Virtua), após as tempestades que castigaram São Paulo