Por todos os canais de televisão e portais da Internet, fala-se de duas notícias:
- o espetáculo que se transformou o julgamento de Lindenbergue Alves, o assassino da namorada Eloá Pimentel em 2008;
- a morte trágica da cantora Whitney Houston.
O caso Eloá
O desespero de Eloá, que perderia a vida na tragédia de 2008 (Danilo Verpa/Folhapress)
Está certo que ele precisa pagar por todos os crimes que cometeu: sequestro, lesão corporal grave e homicídio qualificado. Porém, o juri popular está parecendo um espetáculo grotesco em Santo André. E com pitadas de humor mais infame do que o do Rafinha Bastos (citei-o de novo!): a mãe da Eloá foi convidada pela defesa para testemunhar em favor... do assassino da filha! Esculhambação, para não dizer chicana, rabulice, dos responsáveis pela defesa do réu!
Entre as testemunhas de acusação, uma das vítimas do crime: Nayara, a amiga de Eloá.
Ainda vai demorar para sair o veredicto final, mas dificilmente Lindenbergue ficará impune. Faltaria só isso para o espetáculo tornar-se um freak show.
A morte da diva
Whitney Houston (1963-2011) (Frank Micelotta/Getty Images)
Whitney Houston é uma das maiores cantoras dos últimos tempos. Sua técnica e potência de voz serviu de exemplo para vários outros artistas, como Céline Dion, Beyoncé e Mariah Carey.
No sábado passado, encontraram-na desacordada na banheira. Aparentemente ela teria se afogado após tomar remédios de uso controlado, mas só o resultado da perícia poderá responder melhor sobre a causa mortis da grande celebridade.
A autora de I Will Always Love You, uma das canções mais tocadas nos anos 1990, trilha sonora do filme The Bodyguard (aqui, O Guarda-Costas), onde ela também atuou, é mais uma celebridade que teve vida (e morte) trágica, marcada pelas drogas, assim como Amy Winehouse, Billie Holliday, Janis Joplin, River Phoenix, Jimmy Hendrix, Elvis Presley e Michael Jackson.
Whitney, que ganhou vários prêmios e foi uma das maiores vencedoras do Grammy em todos os tempos, vai fazer muita falta.
E a urubuzada?
A mídia, que adora noticiar coisas ruins, está ansiosa para coletar cada detalhe dessas tragédias. Os urubus estão se fartando e não desperdiçam nem uma lasquinha da carniça. No resto do mundo, fala-se muito da trágica morte de cantora americana. Aqui no Brasil, fala-se bastante dela, porém muito mais - e excessivamente - do julgamento de um caso que chocou o país todo em 2008.
Ruim com todos os carniceiros, pior sem eles. Onde a imprensa não tem liberdade, como em muitas ditaduras, produz-se muito mais carniça. Literalmente.
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