terça-feira, 31 de julho de 2012

Olimpíadas 2012 - Michael Phelps faz o recorde

Neste dia, Michael Phelps ganhou mais uma medalha, e de ouro, devido à sua participação no revezamento 4x200 m livres na natação, e tornou-se o rei das Olimpíadas. 

Em seu currículo, o nadador americano ganhou 3 medalhas nestes Jogos (1 ouro e 2 pratas nos 200 m borboleta e no revezamento 4x100 m livres, também hoje), e mais 16 medalhas, a maioria de ouro. 

 Phelps leva mais uma para o seu acervo (fonte: UOL)

Ele tornou-se recordista quando está mostrando que não é invencível (em Pequim, 2008, ele só ganhou ouro, mas nestes Jogos chegou a ficar atrás até do brasileiro Thiago Pereira, nos 400 m medley, uma modalidade no qual ele já havia ganho ouro (nos Jogos de Pequim), mas que não é exatamente sua especialidade. Aliás, desde que precisou se afastar devido ao escândalo da maconha (ele foi flagrado fumando um baseado em 2011), seu rendimento não é mais o mesmo.

Larissa Latynina, entre 1956 e 1964, era a maior medalhista até a quebra do recorde hoje. A ginasta ucraniana, obviamente já aposentada, ganhou 18 medalhas nas olimpíadas de Melbourne, Roma e Tóquio. Será difícil alguém bater o recorde de Phelps a curto prazo, já que ele ainda está competindo, logo tem chance de subir ao pódio mais vezes.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Playcenter (1973-2012)

O parque fechou aos 39 anos porque "a vida começa aos 40", segundo informa o site

Enquanto o Brasil dava atenção a Neymar e a Sarah Menezes do judô, o tradicional Playcenter fechava suas portas.

Símbolo da diversão para crianças, adolescentes e até adultos nas últimas décadas do século XX, principalmente naquela famigerada época tão falada neste blog (ver a série "Oitentolatria"), o maior parque da cidade não resistiu à crise que afetou todos os estabelecimentos desse tipo. A gota d'água foram os acidentes que ocorreram não só nos brinquedos radicais, mas até nas atrações consideradas "familiares": a mais recente foi quando uma criança de quatro anos fraturou o dedo na trava de segurança de um dos aparelhos. Nada, se comparado ao que aconteceu no concorrente, o Hopi Hari, onde uma garota de 14 anos morreu ao despencar da torre La Tour Eiffel. O Hopi Hari também está em dificuldades financeiras, mas continua em funcionamento. 

A maior atração do parque sempre será o "Noites do Terror", onde pessoas fantasiadas e bonecos de fantasmas, vampiros, bruxas e outros seres assustadores confinados em um local escuro amedrontaram e fascinaram milhares de pessoas. 

Tirando o "Noites", quem foi nunca mais esqueceu atrações como o Looping Star, o Splash, o Evolution, o Boomerang, o Barco Viking, o Waimea, o Cataclisma e outros. 

Desde março anunciaram que o Playcenter fecharia suas portas. Por isso, no último dia de funcionamento, o público veio em massa. O movimento foi muito acima do normal, comparável ao período áureo do parque.

Em seu lugar, o grupo que administra o parque vai fazer um outro, mais voltado ao público infantil, no mesmo terreno na Barra Funda, zona oeste da cidade, próximo à ponte do Limão. Talvez o "Noites do Terror" volte, mas os brinquedos radicais serão coisa do passado. De qualquer forma, o Playcenter vai fazer falta. 

Olimpíadas 2012 - Um resumo dos primeiros dias

As Olimpíadas de Londres até agora dão mostras de que serão um sucesso. Após a grandiosa cerimônia de abertura, com direito a Mr. Bean parodiando "Carruagens de Fogo" e um show de Paul McCartney, passando pelo acendimento de uma pira "diferente" e os aros olímpicos literalmente feitos a ferro e fogo, o mundo deixou de dar atenção à catástrofe na Síria e à crise na Europa para se concentrar no espetáculo. 

Será muito difícil para o Rio de Janeiro fazer uma abertura comparável com a feita em Londres (Morry Gash/AP)

No primeiro dia das competições, tirando o futebol, o Brasil fez bonito com Felipe Kitadai, bronze no judô, Thiago Pereira - finalmente ganhando uma medalha, de prata, nas Olimpíadas e com direito a superar nada menos que Michael Phelps - e, principalmente, a piauiense Sarah Meneses no judô. Ela venceu na final a romena Alina Dumitru e mereceu a primeira medalha de ouro para a delegação brasileira. É extremamente raro o Brasil conseguir medalhas logo no começo das competições, ainda mais uma de ouro. Sarah Menezes entrou para a história do esporte brasileiro.

Ela foi a primeira mulher brasileira a ganhar ouro nas Olimpíadas no judô (Terra)

Porém, o segundo dia foi marcado pelos insucessos na ginástica artística. Daniele e Diego Hypolito prometiam quebrar o tabu de serem vencedores nas competições com exceção da mais importante, e não conseguiram. Eles falharam nas apresentações e nem sequer participaram das finais.

Hoje, até agora, não houve avanços significativos. Rafaela Silva, medalha de prata no Pan 2011 na categoria até 57 kg, foi desclassificada após dar um golpe não permitido durante a luta nas oitavas-de-final. Bruno Mendonça também deu adeus, mas precisou enfrentar o favorito Dex Elmont, da Holanda, além de uma arbitragem polêmica. 

É apenas o começo das competições e só no dia 12 de agosto poderemos avaliar o desempenho global dos nossos atletas. Certamente falarão bastante do futebol, tanto o masculino quanto o feminino, principalmente se pelo menos um dos times conquistar a inédita medalha de ouro.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Olimpíadas de Londres - O sufoco desnecessário

Estreou o futebol masculino e boa parte dos times grandes tomaram sufoco, inclusive o Brasil, que parecia sufocar o Egito no primeiro tempo, fazendo três gols, um de Renato, outro de Fernando Damião e o último de Neymar. No segundo tempo, o time estava desfigurado e permitiu a reação egípcia.

Esta não é a postura esperada de um time que quer ganhar uma inédita medalha de ouro. 

É o menor dos vexames, porém. A Espanha perdeu do Japão por 1 a 0 e tornou-se a lanterna do grupo D, já que Marrocos e Honduras empataram por 2 a 2. É uma enorme zebra, mas a única. No grupo C, o do Brasil, que só conta com times fracos, a Belarus venceu a Nova Zelândia, sem tradição no futebol, por 1 a 0. O grupo A, da Inglaterra, teve o empate em 1 a 1 entre ingleses e senegaleses, e a vitória do Uruguai, que venceu de virada os Emirados Árabes - isso mesmo, os árabes saíram na frente - por 2 a 1. O grupo B teve dois empates, em jogos sem interesse: Suíça e Gabão ficaram no 1 a 1 e a partida entre México e Coréia do Sul ficou sem gol algum.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Olimpíadas de Londres - O começo extra-oficial

Hoje as Olimpíadas de Londres começaram extra-oficialmente, com o futebol feminino. Tivemos a grande estréia das meninas do futebol, massacrando sem dó as inexperientes camaronesas por 5 a 0. É só o primeiro jogo e o time de Marta ainda tem uma longa batalha até conseguir a tão sonhada medalha de ouro olímpica, algo que nem os marmanjos conseguiram, num dos maiores tabus olímpicos de todos os tempos.

Cristiane e Marta comemoram um dos cinco gols na partida de estréia (Getty Images)

Enquanto isso, as japonesas, atuais campeãs da Copa do Mundo, também estrearam com vitória, sobre o Canadá, por 2 a 1. As americanas, favoritíssimas para levar o ouro, suaram para vencer a França por 4 a 2. As suecas não deram chance às sul-africanas: 4 a 1. Talvez a partida mais surpreendente de todas seja entre Coréia do Norte e Colômbia. Não só pela vitória das norte-coreanas, mas pela incrível gafe cometida pela organização ao mostrar a foto de uma jogadora norte-coreana com a bandeira da Coréia do Sul. Há quem diga que isso seja proposital, já que a Coréia do Norte é considerada um "país-pária" e os britânicos ficaram ao lado da Coréia do Sul durante a guerra (1950-1953). Oficialmente, as duas Coréias ainda estão em conflito, pois foi assinada uma trégua (e não um acordo definitivo) que já dura quase seis décadas.

Esta é a primeira grande falha das Olimpíadas (Reprodução/Twitter)

Por causa disso, o time norte-coreano ameaçou nem jogar, pondo por terra qualquer máscara de espírito olímpico. Porém, os ânimos esfriaram e, depois de mais de uma hora e quase um incidente diplomático, elas foram em campo e venceram as colombianas por 1 a 0.

terça-feira, 24 de julho de 2012

2012 pode ser um ano de lascar

Independente de serem concretizadas as tais profecias apocalípticas, é bom registrar que este ano não vai deixar saudade alguma. Pior: vai fazer parte dos pesadelos de muita gente. 

A crise na Europa ainda não chegou a um rumo definido e isso afetou sensivelmente o Brasil. Previsões já falam num crescimento do PIB abaixo dos 2%, o que é ridículo e não compensa sequer a inflação, cujos valores devem ficar mesmo próximos dos 4,5%.

Muitos acontecimentos perturbam a trajetória do Brasil rumo à modernidade, como a greve nas universiades federais que já dura dois meses e não parece terminar, apesar das promessas de aumento na proposta de reajuste salarial. Os professores ainda acham pouco o reajuste de 45% no salário, para um docente com nível de doutorado. Enquanto isso, alunos correm o risco de perder o ano por conta da paralisação. 

Por falar em greve, a GM está pretendendo fechar a unidade de São José dos Campos, atualmente fabricando apenas modelos antigos em processo de descontinuidade, como o Corsa e a Meriva - a Zafira acabou de sair de linha - e anunciou licença remunerada a todos os funcionários. O sindicato ameaça fazer manifestações contra a transnacional. É uma questão menor o fato dos carros da GM serem, atualmente, horríveis, de acabamento pobre e muito aquém dos vendidos na Europa e nos EUA, além de serem caros demais devido ao sistema tributário, às margens de lucro exageradas e à ânsia de muitos brasileiros em comprar carro zero quilômetro, mesmo ruim e custoso. 

Para piorar o ambiente, a violência está aparentemente sem controle não só em São Paulo, onde cresceu o número de arrastões, latrocínios e homicídios dolosos, mas também no Brasil e no mundo. O caso do atirador de Aurora, cidadezinha do Colorado (EUA) e a escalada de violência na Síria são assuntos que infestam os jornais e os portais da Internet. 

Ainda faltam pouco mais de 5 meses para o ano acabar. Mesmo se o mundo não for levado junto com ele, a humanidade terá motivo para choros e ranger de dentes. 




quinta-feira, 19 de julho de 2012

Medida estranha

A medida para punir as operadoras de telefonia celular devido à má qualidade de seus serviços causou estranheza não pelos procedimentos considerados drásticos - mas necessários, devido à quantidade de reclamações feitas ao Procon, mas por alguns detalhes que deixam perguntas no ar:

1. Por que a Vivo, maior operadora do país, não foi atingida pela punição?

2. As operadoras atingidas - Oi, Tim e Claro - estão proibidas de comercializar novas linhas por 30 dias. Haverá tempo hábil para elas apresentarem propostas viáveis e efetivas durante esse tempo? Melhorar a estrutura de telefonia celular no país significa instalar mais antenas de transmissão e retransmissão (e isso é uma tarefa delicada para cidades como São Paulo, que sofrem com a poluição eletromagnética), melhorar a logística, contratar e treinar funcionários com certo grau de qualificação, adequação dos equipamentos às novas tecnologias 4G, que estão para vir, e principalmente tratar os clientes com mais seriedade e respeito. 

3. Por que a Anatel deixou a situação chegar a esse ponto para agir?

4, Os critérios usados pela Anatel para punir as operadoras são coerentes?

5. A Anatel utilizou dados atualizados para tomar essa decisão? As operadoras tentam se defender questionando os dados usados pela agência. 

São perguntas feitas por muitos usuários, principalmente aqueles que não tem condições de manter duas linhas, pois em muitas regiões o sinal de uma operadora é muito melhor do que a de sua concorrente - e em várias outras não há nem como utilizar celular algum, de operadora alguma.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Pedágio em todo lugar

Já postei sobre os pedágios em São Paulo, realmente muito caros mas responsáveis pelo bom estado das rodovias, principalmente as privatizadas. 

Neste momento, o governo quer aplicar a cobrança eletrônica em trechos onde não há postos. Nesses locais, quem rodar vai pagar um certo valor, mesmo que use apenas 500 m ou menos do trecho. Ou seja, menos opções para não ter de colocar a mão no bolso - e também o risco de alguns 'sabidos' quererem entrar nas cidades para não usar a estrada. 

O resultado poderá ser a piora no trânsito dessas cidades, e não se pode descartar a possibilidade de algumas delas ficarem tão ruins como a capital paulista, principalmente nos horários de pico. Mas também poderá representar uma diminuição no valor dos pedágios nas praças de cobrança (pelo menos o governo diz isso). 

Muitos devem estar se perguntando se isso vale a pena, e por que os governos, responsáveis pela cobrança dos impostos, não investem mais em transportes - não só nas rodovias, mas nas ferrovias e hidrovias, a fim de transportar mais carga aos portos sem a necessidade de colocar tantos caminhões em circulação. E muitas estradas paulistas, mesmo as pedagiadas, não são uma maravilha.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Da série 'Oitentolatria', parte 13 - O auge do rock nacional

Por coincidência, o décimo terceiro post da série sobre a década mais polêmica e de gosto mais duvidoso do século passado aparece num dia 13. E numa sexta-feira. 

Como hoje também é o dia do rock, aproveito para falar da verdadeira febre desse gênero no Brasil, em uma época onde o gênero já não tinha a mesma popularidade no resto do mundo. Ou será que U2, Guns' n Roses, Bon Jovi e Dire Straits, bandas de rock daquela famigerada década, podem ser comparados, em grandiosidade, aos Beatles, Rollings Stones, Elvis Presley, Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Sex Pistols e Led Zeppellin? (Na minha opinião, não).

Pode-se argumentar que a década de 1980 tinha gosto musical mais apurado do que agora, com a profusão de Luan Santana, Michel Teló, bandas "emo", Kuduro, "Quero tchu quero tcha" e outras coisas que assassinam a nossa música. Vamos ver...

Na época, os tocadores de CD eram uma raridade, e só emplacaram em 1987, enquanto os enormes discos de vinil, ou LP's, reinavam. O sucesso de uma banda era medido pelo número de LP's vendidos ou de ingressos nos shows ao vivo. 

Comecemos com Legião Urbana, que chegou a ser citada em um post recente, ao falar da 'homenagem' capenga ao Renato Russo que nem me atrevo mais a comentar. A banda começou em 1982, portanto no começo da década. Não se pode falar desta banda de Brasília sem falar do vocalista e líder, morto pela AIDS em 1996. Graças ao tom emocional e à voz de barítono, ele embalou milhões de pessoas com sucessos como Pais e Filhos, Tempo Perdido, Eduardo e Mônica, Faroeste Caboclo e Que País É Esse - este último mostra bem o estado da política e economia daqueles tempos, marcados pela corrupção, miséria e inflação descontroladas. Os fãs acham que é a melhor banda da década, embora isso seja questão de gosto pessoal. As letras chamavam a atenção como o ritmo, que não era de um rock ortodoxo. A partir de 1989, a banda começou a sentir o desgaste, e Renato Russo passou a cantar mais sobre a sua condição de homossexual, o que afastou boa parte dos fãs.

Ninguém foi ou será capaz de substituir Renato Russo no Legião Urbana. Por isso, a banda acabou em 1996, ano da morte do melancólico barbudo

Outra banda tem sucesso até no nome. Os Paralamas do Sucesso não tinham a introspecção de seus colegas. Herbert Vianna foi outro carismático líder. A banda surgiu na década de 1970, mas fez sucesso na chamada 'década perdida'. Seus hits também empolgavam a moçada da época, como Óculos, Me Liga, Selvagem, Melô do Marinheiro, Meu Erro e Alagados. O ritmo era de um pop rock com fortes influências do reggae. Seu auge foi entre 1984 e 1986, coroado com a participação no primeiro Rock in Rio, de 1985. Depois disso, ainda teve bastante sucesso e fôlego, embora as vendas de discos não fossem como antes. 

 Os Paralamas do Sucesso, em época mais recente (fonte: blog "Cantinho do Rock")

Temos ainda os Titãs. A formação clássica (até 1992) tinha Arnaldo Antunes como o "cabeça" da banda, que ainda contava com Paulo Miklos, Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Sérgio Britto e Tony Bellotto (Charles Gavin veio depois, em 1984). Apostavam num som mais pesado, desde a formação, também em 1982, com o nome de "Os Titãs do Iê-Iê". Com a entrada de Charles Gavin, a banda deslanchou, mas ficou por um tempo brigada com o RPM, que também visava o baterista. Os Titãs ficaram marcados pela fama de rebeldes e contestadores com músicas como Polícia, Família, Igreja, Cabeça Dinossauro e Jesus Não Tinha Dentes no País dos Banguelas. Além disso, Arnaldo Antunes e Tony Bellotto foram presos em 1985 por porte de heroína.

Os Titãs

A banda que completava o "Quarteto Fantástico" do rock nacional dos anos 80 era o Barão Vermelho, marcado pela presença de Cazuza. A banda tinha influências diretas dos Rolling Stones, os "gurus" eternos do gênero, temperadas com a veia poética do vocalista. Pro dia nascer feliz, Bete Balanço e Maior Abandonado foram os grandes sucessos do início. Com a saída de Cazuza em 1985, Roberto Frejat assumiu o comando da banda, e êxitos como Pense e Dance e Eclipse Oculto surgiram. Ainda receberia o prêmio Sharp de música, mas isso já no início da década de 1990. Quanto à Cazuza, ele manteve o espírito rebelde de roqueiro na carreira solo, mas seu ritmo tornou-se bem mais eclético. No pouco tempo que lhe restava de vida, pois ainda na época do Barão ele estava com os sintomas da AIDS, a praga da década, Cazuza cantou Ideologia e Burguesia. Sua luta estóica e relativamente longa contra a doença, quando não havia o coquetel anti-AIDS, terminou em 1990. 

O Barão Vermelho na sua formação original (entre 1981 e 1985)

Existiam ainda várias outras bandas, algumas delas de sucesso quase tão efêmero quanto as atuais 'músicas', mas outras bastante duradouras: 

- Kid Abelha, na época Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, com a Paula Toller nos vocais, Bruno Fortunato e George Israel, além de Leoni, que saiu da banda após brigas notórias. A música Pintura Íntima foi o maior sucesso da banda ("Fazer amor de madrugada"....), além de Como eu Quero e outros sucessos que denotam a influência do new wave, um dos ritmos mais populares do começo daquela década.

- Capital Inicial, outra banda de Brasília formada juntamente com o Legião Urbana; também fez parte das grandes bandas com discos de ouro e sucessos como Independência, Fátima (que parece descrever o assunto do momento deste ano - o Apocalipse) e Música Urbana; continua na ativa.

- Ultraje a Rigor, comandada pelo irreverente Roger Moreira (xará do meu sobrinho), empolgava pelas letras debochadas como Nós Vamos Invadir Sua Praia, Inútil e Filha da...; o Ultraje pode até ter se arrefecido com o tempo, mas Roger ainda continua fazendo sucesso, agora dando assistência no programa Agora é Tarde, do Danilo Gentili.

- Ira!, mais conhecido pela música de abertura de uma novela de 1987, O Outro; mas o estilo típico dessa banda é bem menos "clássico" (Flores em Você é conhecida pelo uso de um violino e um violoncelo) e conta com o lendário guitarrista Edgar Scandurra; os maiores sucessos desta banda são Dias de Luta e Envelheço na Cidade.

- Engenheiros do Havaíi, banda gaúcha com a cabeleira loira de Humberto Gessinger e as canções O Papa é Pop e Era um Garoto.

- Biquini Cavadão, formado em 1983 juntamente com várias outras bandas de menor duração; Bruno Gouveia e seus companheiros eram típicos representantes do pop rock, mais calmo e dançável, o que pode se notar em Vento Ventania e Timidez.

- Nenhum de Nós, formado só em 1987 mas que emplacou duas músicas de grande apelo no final da década: Camila e Astronauta de Mármore; as duas eram melancólicas e a última era uma mera tradução de Starman, de David Bowie.

- RPM, uma das coqueluches da década com Paulo Ricardo cantando Olhar 43 e Louras Geladas; explodiram em 1985, mas no ano seguinte já não tinham o mesmo fôlego e a banda se desfez, apesar de emplacar milhões de LP's vendidos.

- Plebe Rude, formada em Brasília junto com o Legião e o Capital Inicial, é mais conhecida pela canção Até Quando Esperar... 


- Tokyo, cujo integrante mais famoso é Supla, filho 'pauleira' de Eduardo Suplicy e Marta Suplicy; seu único (e muito comentado) sucesso foi 'Garota de Berlim'; depois, a banda simplesmente se dissolveu.

- Blitz, a banda do Evandro Mesquita que teve sucesso retumbante no começo da década, com Você Não Soube Me Amar e Geme-Geme; depois ficou menos comentada.

- Camisa de Vênus, liderada pelo baiano Marcelo Nova, era cultuada não só pelo nome (do preservativo) mas também por hits agressivos como Bete Morreu, Eu Não Matei Joana D'Arc e outros.

- Lobão: este é o nome do roqueiro, e não de uma banda, autor de sucessos como Rádio Blá, Tô a Toa Tóquio, Me Chama, O Rock Errou e outros.

E várias outras bandas, motivadas por oportunismo, como o Egotrip (que tinha o fiho do Gilberto Gil, morto num acidente em 1990, como baterista), os Heróis da Resistência (um dos componentes era Leoni, ex-Kid Abelha) e outros. Algumas bandas não eram propriamente de rock, mas de pop music, portanto serão apenas citadas, como João Penca e Seus Miquinhos Amestrados ('Lágrimas de crocodilo'), Gang 90 e As Absurdetes (cuja trajetória foi interrompida pela morte trágica de seu vocalista), Herva Doce ('Amante profissional'), Sempre Livre (formado apenas por mulheres), Fausto Fawcett ('Kátia Flávia'), Roupa Nova (cujas músicas sonorizaram muitas aberturas de novelas da Globo naquela época) e outros. Outros músicos muito famosos já foram chamados impropriamente de roqueiros, mas também foram bem sucedidos na época, como Lulu Santos, Guilherme Arantes, Marina (Lima), Eduardo Dusek, Ritchie, Baby Consuelo (do Brasil), Pepeu Gomes...

Ídolos mais antigos do rock também aproveitaram para compor nesta década, como a "rainha" Rita Lee, que na época emplacou alguns sucessos como Lança Perfume e Flagra, e Raul Seixas, este mergulhado na depressão e no alcoolismo após seu auge na década de 1970, mas não esquecido. O 'maluco beleza' se foi em 1989, causando uma terrível baixa no gênero que consagrou tantos nomes também por estas terras.

Por fim, é bom lembrar que o grupo Sepultura surgiu nos loucos anos 80, mas só estourou de verdade na década seguinte com seu thrash metal cantado em inglês, principalmente depois do segundo Rock in Rio, em 1991.  



P.S.: O dia do rock, acusado de satanista, numa sexta-feira 13 parece outro sinal do fim dos tempos, muito mais forte do que o fim do jejum de títulos do Palmeiras, quando ele ganhou a Copa do Brasil anteontem (que era esperado, portanto não é mais um prenúncio do Apocalipse).

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ainda há muto por fazer

Demóstenes Torres contribuiu para corroer ainda mais a imagem do Congresso Nacional por sua participação num dos maiores escândalos de corrupção da nossa história recente. Mereceu a cassação por 56 votos a 19. O resultado foi dentro do esperado.

Se alguns acham que foi feita justiça, devem repensar muito, pois só foi removido o foco principal da doença que ataca o poder público. Ainda não há certeza sobre o que vão fazer com os demais envolvidos com Carlinhos Cachoeira e o risco de transformar Demóstenes num "bode expiatório" é imenso. 

Ele teve todo o direito a defesa, e nos últimos dias comparou-se até a Jesus. Não cabe acusá-lo de blasfêmia merecedora da danação eterna, porque cada um se defende como achar melhor, e não lhe negaram recursos para isso. Ele também se considerava vítima de perseguição política e da imprensa, como todos os culpados por corrupção.

Adeus, Demóstenes. Já foi tarde (foto: Agência Brasil, pelo portal Exame.com)
Com a queda do até há pouco senador, banido de seu cargo até 2027, o ex-marido da mulher de Carlinhos Cachoeira, Wilder Pedro de Moraes, também filiado ao DEM, como Torres. Ou seja, a podridão está um pouco menos fedida, porém ainda é capaz de matar muita gente - pois a corrupção desvia bilhões de reais da saúde e da segurança pública.

A honestidade foi recompensada

Um casal de moradores de rua que sobrevivia vendendo o papelão que achava nas ruas foi recompensado devidamente por ter devolvido o dinheiro que acharam. 

 Rejaniel de Jesus Silva Santos, ex-morador de rua, vai mudar de vida após devolver o dinheiro roubado do restaurante Hokkai Sushi; um dos sócios é o jovem Daniel Uemura (fonte: UOL)

Esse dinheiro foi roubado do Hokkai Sushi, um restaurante japonês no Tatuapé, zona leste. Os ladrões esconderam o dinheiro, que foi achado pelo casal. Assim que levaram os R$ 20 mil roubados à polícia, passaram a ser ameaçados pelos criminosos. Porém, os donos do restaurante souberam e instalaram os moradores de rua em um hotel, a fim de protegê-los de algum ataque. 

Por fim, o casal teve a opção de fazer um curso de qualificação para trabalharem no Hokkai Sushi ou uma viagem de volta para o Maranhão, de onde eles vieram. De qualquer forma, não precisarão mais recolher papelão e ganharem a mísera soma de R$ 150 mensais. 

É bom saber que esta história é real e aconteceu aqui no Brasil. Não é enredo de filme ou novela. Que isso sirva de exemplo para todos nós.


P.S.: esta semana teve outra boa notícia: Pedro Leonardo, filho do cantor Leonardo, recebeu alta após três meses internado devido ao gravíssimo acidente de carro, chegando a ficar entre a vida e a morte; contrariando os prognósticos, ele saiu do hospital com poucas sequelas; é um misto da competência médica com a vontade de viver do paciente, mas isso infelizmente não se repete na maioria das histórias envolvendo acidentes no Brasil, onde as vítimas precisam enfrentar filas e mau atendimento nos hospitais. 

terça-feira, 10 de julho de 2012

D. Eugênio Sales (1920-2012)


Quando D. Eugênio Sales abraçou o sacerdócio, em 1943, para iniciar uma longa carreira religiosa, o Brasil tinha uma confortável maioria de católicos e o papa era Pio XII, ainda hoje objeto de ira dos israelenses por sua conduta pouco clara a respeito do nazismo e do massacre dos judeus. Estávamos mergulhados na II Guerra Mundial, e o Brasil era uma ditadura. D. Eugênio era um jovem padre em Natal, capital do Rio Grande do Norte, mas nasceu longe dali, na pequena cidade de Acari, a 8 de novembro de 1920.

Durante seu período como sacerdote, D. Eugênio tornou-se bispo em 1954, primeiro como auxiliar e depois como administrador apostólico da diocese de Natal, e finalmente alcançou o cardinalato em 1969. Foi nomeado arcebispo do Rio de Janeiro dois anos depois. Teve de combater a Teologia da Libertação e outras ideologias que misturam catolicismo e marxismo. Ao mesmo tempo, precisou salvar muitas vidas da perseguição política exercida pela ditadura militar, e se preocupava com outras causas sociais, como a miséria. Condenava o comunismo tanto quando o arbítrio, e apoiou a redemocratização "lenta, gradual e segura". Afastou-se do arcebispado em 2001, mas manteve o título de cardeal emérito. 

Na época de sua morte, ocorrida ontem à noite, o Brasil tornou-se um país menos católico, devido à falta de empenho da Igreja Católica em manter seu "rebanho" enquanto o neo-pentecostalismo arrebanha fiéis. Hoje 22% se dizem 'evangélicos', título dado a quem segue as diversas seitas neo-pentecostais. Existem minorias de luteranos, presbiterianos, espíritas, judeus, islâmicos, umbandistas, seguidores do candomblé, agnósticos e ateus declarados, algo normal para um país que agora, pelo menos nominalmente, é uma democracia plena. O papa agora é Bento XVI, que tenta se fazer ouvir num mundo em relativa paz, mas atualmente descrente e temeroso de ataques islâmicos fundamentalistas e outros terroristas, enquanto casos de pedofilia e outros abusos cometidos por sacerdotes maculam a imagem da Igreja Católica.

D. Eugênio contribuiu para manter o bom nome da igreja enquanto esteve na ativa, e é bem lembrado inclusive por pessoas cujo pensamento é totalmente oposto ao dele, como os seguidores do comunismo perseguidos durante a ditadura. Ele continuará a fazer parte da História do Brasil, mesmo após seu passamento.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sim. Ele ganhou

Anderson Silva não deu chance a Chael Sonnen, principalmente no segundo round. Após um começo nada promissor, ele reagiu e aplicou uma bela surra no adversário em Las Vegas. 

O americano prometia dar uma surra no brasileiro e, assim como na política, na UFC as promessas são diferentes das realizações (fonte: Terra/Super Lutas)

Depois da luta, eles fizeram as pazes. O "Spider" até convidou Sonnen para um churrasco, tentando provar que a UFC é um esporte e não uma briga aparentemente sem regras. 

Se o matador com voz de contratenor fez bonito, o mesmo não se pode dizer da Globo, que insistiu na mentira de dizer que transmitiu a luta ao vivo, quando na verdade foi depois do programa Altas Horas. Mesmo tão tarde, quando a luta de verdade já havia terminado, muita gente foi assistir e a emissora conquistou uma boa audiência: 19 pontos. É quase o Ibope do "remake" da novela Gabriela (com suas cenas sensuais para segurar os telespectadores quase no fim da noite) ou da novela das seis.

sábado, 7 de julho de 2012

A hora do Spider está chegando

Será que Anderson Silva vai calar a boca do Chael Sonnen na UFC 148?

É a pergunta que muita gente está fazendo, para ser respondida no ringue, daqui a algumas horas. Só há uma certeza: o narrador, na Globo, será o Galvão Bueno (Valha-me Deus...). E ele não calará a boca, nem se o "Spider", como Anderson Silva é conhecido, apanhar do americano. 

Voltarei a comentar mais tarde, excepcionalmente amanhã, que é domingo...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A descoberta do bóson de Higgs e outros sinais

Após vários experimentos no Grande Colisor de Hádrons, o gigantesco acelerador de partículas situado entre a França e a Suíça, os físicos conseguiram provas da descoberta da única partícula elementar ainda desconhecida do chamado 'modelo padrão' (que reúne o elétron, o neutrino, o fóton e os quarks), o bóson de Higgs. Este bóson homenageia o físico britânico Peter Higgs, atualmente com 83 anos, da universidade de Edinburgh. 

As partículas elementares do 'modelo padrão' formam os prótons e os nêutrons, que por sua vez são os componentes do núcleo de cada átomo. Toda a matéria, portanto, é formada por um conjunto dessas partículas, inclusive o bóson de Higgs, conhecido como 'a partícula de Deus'. 

Se os cálculos estiverem corretos, eles conseguiram completar a peça que faltava para explicar a formação do Universo. 

...

A provável descoberta do que foi apelidado de partícula de Deus é um sinal... que nos remete ao calendário maia (aquele mesmo!) e nos faz lembrar do último livro da Bíblia (aquele mesmo!!). Assim como os outros sinais, abaixo:


Política: 

- Lula e Maluf, antes inimigos irreconciliáveis, agora são aliados. 
- A rainha Elizabeth II cumprimentou o líder do grupo guerrilheiro irlandês IRA, que já ameaçou destruir a monarquia britânica.


'Mondo cane': 

- Casos de canibalismo infestam o mundo, como o 'zombie de Miami' e o canibal de Maryland, a venda de empadinhas com recheio 'humano' em Pernambuco e a descoberta recente de uma seita antropofágica em Papua Nova Guiné. Além disso, inventaram uma droga, chamada de Bath salts ('sais de banho'), pior do que o crack e o óxi juntos, capaz de transformar gente normal em monstros violentos, como os personagens do jogo Resident Evil e o Hulk. 


Artes: 

- A MPB está numa crise tão séria que, para homenagear Renato Russo, convidaram não um cantor, mas o ator do momento, Wagner Moura, para cantar com os antigos membros do Legião Urbana (ele é um grande ator, mas como cantor...). A cacofonia, aliás, homenagem, ocorrido em fim de maio, só não foi pior do que a epidemia de coisas capazes de fazer não só o Renato Russo mas o Tom Jobim, o Vinícius, o Pixinguinha, o Adoniram, o Noel Rosa e outros se revirarem em seus túmulos (leia-se Michel Teló, 'Quero tchu quero tchá', Kuduro, et caterva).


Futebol: 

- O Chelsea ganhou a Liga dos Campeões da Europa. 
- O Corinthians ganhou a Taça Libertadores da América.
(Os dois estarão no Mundial de Clubes, e poderão se encontrar na grande final, em Yokohama, Japão)


E muita coisa vai acontecer até o dia 21 de dezembro...

Batalha da final - Segunda Parte (ou um novo campeão)

Na segunda e decisiva parte da batalha da Libertadores, verificou-se uma grande disputa. Era o poderoso Boca Júniors, na busca por um título que o igualaria ao Independiente, seu grande rival argentino, contra o Corinthians e sua campanha invicta - mas 'virgem' de títulos e motivo de gozação dos adversários por isso. 

A conquista da taça do torneio mais importante das Américas era um requisito fundamental para o time paulista ser considerado realmente grande. E um torneio como a Libertadores exige maturidade, sangue frio, malícia. Ainda mais quando o adversário é um time argentino calejado como o Boca. 

E o Corinthians ainda tinha a pressão de fazer bonito diante de uma torcida ávida. Imagine se perdesse quando o título estava tão perto... Para piorar tudo, alguns jogadores importantes como Leandro Castan, Ralf, Paulinho e Liedson estavam para deixar o elenco. E o chavão chauvinista 'O Corinthians é o Brasil na Libertadores', bolado pela Globo (como sempre) não pegou. Muitos palmeirenses, são paulinos e santistas, entre outros, foram torcer pelos argentinos.

No primeiro tempo, o time paulista sentiu a pressão. O Boca já era conhecido por ser perigoso fora de casa, ainda mais em etapas decisivas. E eles tinham Riquelme. Porém, se o alvinegro estava nervoso e um tanto inseguro, deixando o rival dominar a etapa inicial, o Boca também ameaçou pouco o gol de Cássio. As investidas corinthianas pararam nas mãos de Orion, que também seguia a escola de irritar os adversários e ganhar tempo. E ficou no 0 a 0. 

Já o segundo tempo foi diferente. Os corinthianos não se deixaram levar (muito) pela catimba portenha e Riquelme esperava ganhar tempo discutindo com os fotógrafos. Ao longo do tempo final, o Timão cresceu e incorporou o espírito da Libertadores. Emerson Sheik, aos 8 minutos, fez a diferença. E abriu o placar. 

O time das multidões de Buenos Aires tentou absorver o 'baque' e buscou o empate, percebendo que tentar ganhar tempo seria inútil. Não pararam de provocar os jogadores brasileiros, às vezes com cotoveladas e outras agressões. Mas o outro time das multidões - paulistanas - estava consciente de seu papel e aproveitou que o 'bicho-papão' portenho não era tão feio assim. 

Aos 27 minutos, houve outro gol. E de novo, Emerson Sheik, para fazer história de vez. 

Para dar mais tempero ainda ao jogo, ele parecia ter incorporado o espírito da Libertadores e também respondeu à altura as provocações, mostrando que também sabia catimbar. 

Nos minutos finais, houve um equilíbrio de forças. Os hexacampeões do torneio tentaram atacar e ameaçar, mas erraram passes demais e Cássio resguardou bem a meta nas finalizações argentinas. Por outro lado, o time paulista foi administrando o resultado. Conforme o tempo passava, o Golias azul-e-amarelo, notadamente irreconhecível, se apequenava diante do Davi alvinegro.

Por fim, o sonho de pelo menos 34 anos, desde que o time conseguiu pela primeira vez correr atrás de seu 'Santo Graal', foi finalmente conquistado. 

O 'Santo Graal' das Américas, segundo a Fiel Torcida...

O Corinthians tornou-se o nono time a ganhar uma Libertadores, de acordo com a lista a seguir: 

1 - Santos: 1962, 1963, 2011
2 - Cruzeiro: 1976, 1997
3 - Flamengo: 1981
4 - Grêmio: 1983, 1995
5 - São Paulo: 1992, 1993, 2005
6 - Vasco da Gama: 1998
7 - Palmeiras: 1999
8 - Internacional: 2006, 2010
9 - Corinthians: 2012

Como se pode ver, nos últimos três anos, os brasileiros venceram e estão diminuindo a diferença em relação aos argentinos, que ganharam 21 vezes: o Independiente venceu 7 vezes, o agora vice-campeão Boca Juniors, 6 vezes, o Estudiantes, 4 vezes, o River Plate, 2 vezes, o Argentinos Juniors e o Velez, 1 vez cada.

4 de julho de 2012 será uma data para os corinthianos nunca mais esquecerem.

 O que muita gente NÃO esperava aconteceu. Alessandro ergue a taça. À direita dele, Emerson, o homem do jogo (Fonte: iG)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Demóstenes próximo da cassação

O CCJ aprovou o processo de cassação do senador Demóstenes Torres, ex-filiado ao DEM. É mais um passo para ele perder o mandato, após acontecimentos que beiravam o grotesco, como ele se defender diante de um plenário quase vazio, em plena época de recesso parlamentar. 

Muitos temem que ele seja o bode expiatório da vez. A tradição política brasileira é a cassação de uma minoria de acusados para aplacar a ira da opinião pública, e deixar impunes os outros responsáveis. Desse modo, vão alimentar mais sentimentos contra a normalidade institucional, como o fechamento do Parlamento e outras medidas inaceitáveis, típicas de ditaduras e países onde vale mais o direito da força do que a força do direito. 

Infelizmente, por aqui o assunto mais comentado é outro. Vou abordá-lo no próximo post.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A 'coerência' dos líderes do Mercosul

Os presidentes do Mercosul decidiram suspender o Paraguai, um membro fundador deste bloco comercial, devido ao processo de impeachment relâmpago sofrido pelo ex-presidente Fernando Lugo no dia 22 passado. Alegaram que houve uma violação da democracia naquele país. E, de fato, foi um julgamento rápido demais para ser democrático. A Constituição do Paraguai de 1992, como todas as outras, assegura o direito de defesa dos acusados de crimes, inclusive o presidente, cujo governo populista fracassou na tentativa de melhorar a vida dos paraguaios, a maioria deles abaixo da linha de pobreza e sem acesso a um sistema de saúde e educação decentes.

Esse direito não foi negado, logo estaria dentro da Constituição. É verdade que o prazo foi curto demais. Todavia, Lugo já sofria desgaste no Congresso e na opinião pública há muito tempo, principalmente após o escândalo provocado pela revelação de seus casos extraconjugais, a partir de 2009. O Legislativo é dominado pelo Partido Colorado, opositor de Lugo, e mesmo se o ex-bispo e ex-presidente tivesse o tempo de Collor para se defender (cerca de três meses), o resultado dificilmente seria diferente.

Mas ao invés de aguardar os argumentos do novo presidente, Federico Franco, os líderes do Mercosul anunciaram a inclusão da Venezuela, um país geograficamente muito longe do Cone Sul e governado por Hugo Chávez, cujo apreço pela democracia não pode ser nem comparado ao de Franco - é muito menor. Pelo menos no Paraguai houve um processo feito pelo Congresso. Na Venezuela, ele é refém de Chávez. No Paraguai, como expus aqui, há uma Constituição. Na Venezuela, não se fala nisso. Lugo recorreu à Corte de seu país, que possui independência segundo as leis paraguaias. Chávez controla a Justiça de seu país com mão de ferro. 

Mesmo diante dessas evidências, anunciaram até a data de inclusão do novo membro: 31 de julho. Quem contribuiu para isso foi, principalmente, o governo argentino. Já o brasileiro, relutantemente mas de acordo com a sua ideologia pró-Chavez, concordou. Por outro lado, o presidente uruguaio José Mujica foi o que mais resistiu a essa idéia.

Portanto, em nome do respeito às liberdades democráticas, os justicialistas neo-peronistas de Cristina Kirchner e os petistas de Dilma Rousseff puniram o Paraguai e premiaram a Venezuela, oprimida por uma... ditadura. Neste ponto de vista, é uma incoerência sem tamanho. Mas as afinidades dos líderes argentinos e brasileiros por Chavez mostram que o ato não é tão incoerente assim.