terça-feira, 30 de abril de 2013

O último dia

Com o mês de abril, vão terminar duas coisas: 

- o prazo para declarar o imposto de renda;
- o MSN Messenger, serviço da Microsoft para bate-papo on-line. 

No primeiro caso, ainda há muita gente que precisa declarar e ainda não fez isso. Corre-se o risco de enfrentar demoras para enviar a documentação pela Internet e evitar a malha fina da Receita. 

Já o MSN Messenger vai dar lugar ao Skype. Ainda dá tempo de abandonar os bonequinhos verde e azul e se cadastrar no programa substituto, que nem é assim tão novo, pois foi criado em 2003 e adquirido pela Microsoft em 2011. O MSN, embora mais recente, de 2005, foi desenvolvido a partir do Messenger de 1999. 

Um deles vai deixar saudades de muitos e não volta mais. Já o outro ...

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O que é pior?

Jogar uma caxirola no gramado ou tocá-la, como foi feito ontem durante a partida entre Vitória e Bahia, em mais um Ba-Vi, durante a "estréia" da coisa como instrumento "sonoro" no Fonte Nova? 

Louva-se a inteligência do Carlinhos Brown, mas aquele chocalho inventado por ele, cada um deles capaz de imitar o som de mil cascavéis, é coisa mais de doido do que de gênio. Se alguém achava que a vuvuzela foi obra de Satã, vai mudar de idéia quando ouvir uma caxirola. Aliás, nem é uma invenção tão original. É um caxixi, chocalho tocados nos ritos do candomblé, feito de plástico da Braskem. O caxixi original é feito com palha, mais caprichado no acabamento. Para piorar, vai custar R$ 30,00, talvez menos nas barracas de camelôs.

Parece uma granada de brinquedo, mas o estrago é de verdade. A versão definitiva é verde com alças amarelas. 

Por outro lado, lugar de jogar lixo é no cesto, e não no gramado, como fizeram alguns mal-educados torcedores do Bahia. Existem formas melhores de protestar contra um time do que isso. 

Dessa forma, torço para que 2015 chegue logo, se o Brasil existir até lá.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Da série 'Oitentolatria', parte 16

Oitentolatria tem limites. Muita gente idolatra aquela época brega, mas nem mesmo o mais fanático adepto quer certas coisas de volta. Vou listar algumas.

1. Inflação. Era um tormento na vida dos brasileiros, durante toda a década de 1980. Tentaram controlá-la por meio de dois grandes planos econômicos, o Cruzado, de 1986, e o Verão, de 1989, todos fracassados. No primeiro caso, cortaram três zeros da moeda, que também mudou de nome: de cruzeiro para cruzado. No segundo, o cruzado virou cruzado novo, perdeu mais três zeros, mas continuou a ser corroído. No final das contas, a moeda nacional perdeu SEIS zeros à toa, pois um cruzado novo, que em teoria valia um milhão de cruzeiros antigos, passaria a ter o mesmo poder aquisitivo, ou seja, nada. Acabou sendo, na prática, substituída pelo dólar em muitas transações comerciais. Agora, a inflação ameaça voltar, mas ninguém mais a quer, pois a "cultura inflacionária", espécie de jeitinho brasileiro adaptado à economia, está morta e mal enterrada.

2. Certas marcas de tênis, muito famosas na época, como o Montreal ("anti-microbial"), anunciado pelo Programa Sílvio Santos, e outras fábricas de chulé como o Bamba e o Conga; saudade, mesmo, só do Kichute. Para se ter uma idéia, tinham qualidade inferior até às porcarias fabricadas na China hoje em dia.

Certas coisas a gente não entende por que fizeram sucesso. O tênis Montreal era bem feioso (do blog "É da sua Época?" - http://edasuaepoca.blogspot.com.br)

3. Jejum de títulos da Seleção Brasileira: em 1982 e 1986, o futebol brasileiro tentou reviver o futebol-arte presente nas décadas de 1950, 1960 e na Copa de 1970, mas fracassou, diante da Itália de Paolo Rossi e da França de Platini. A Seleção só viria a ganhar uma Copa do Mundo em 1994, jogando de forma mais pragmática (e mais feia, também), graças ao estilo imposto por Parreira. O técnico nas copas de 1982 e 1986 foi o mestre Telê Santana. Com o atual marasmo, corre-se o risco de haver uma nova década perdida, mesmo considerando a próxima Copa, de 2014, em pleno Brasil.

4. Cortes de cabelo de gosto duvidoso, lançados pela Cyndi Lauper, pelo personagem McGyver do seriado "Profissão, Perigo" e pela dupla Chitãozinho e Xororó, entre outros. É difícil dizer o que é pior: aqueles montes de mato crescendo naquelas cabeças ou as seguidas cabeleiras do Neymar.


O engenhoso McGyver e a cantora Cyndi Lauper (fotos: blog Anos 80 - www.anos80.com.br)

5. Epidemia de AIDS. Naquela época, uma estranha doença atacou homossexuais e usuários de drogas, e depois se espalhou; era conhecida como "peste gay", mas isso só no começo, pois a doença também era transmitida pelo sangue, agulhas contaminadas, e relações sexuais sem o uso da camisinha, tanto homo quanto heterossexuais. Naquela época muita gente morreu por causa do HIV. Aparentemente, a doença perdeu seu aspecto letal nos dias de hoje, porém ainda não tem cura. 

6. Certos brinquedos eram o cúmulo da bizarrice, como o boneco do Fofão, que era monstruoso e alimentava lendas sobre poderes malignos. Ou o nojento boneco extraterrestre Neb, que estimulava as crianças a reproduzirem a suposta cena de Roswell, dissecando um cadáver alienígena. 

As estranhas deste "alien" eram uma gosma só... (também do blog "É da sua época?")

7. Não havia Internet, nem redes sociais, nem blogs. Os computadores eram pouco mais do que meros instrumentos caros para guardar receitas de culinária e outras banalidades nos disquetes (lembram-se daqueles quadradinhos de 5 polegadas que estragavam após 2 ou 3 anos de uso?) e substituir as velhas máquinas de escrever, pois eram mais "chiques".

8. Como já havia citado num post anterior da série, falei sobre os carros da época, que eram verdadeiras carroças. Deixei de citar com mais detalhes o Fiat 147, aquele italianinho feioso, e a Brasília, produzida até 1982, para me concentrar naqueles dez carros. Um aspecto naquela época foi o lançamento da medonha Kombi movida a diesel, cujo motor era lentíssimo, rugia como louco e era um atentado ao meio ambiente de tanta fumaça e óleo que soltava. Podia-se argumentar que duravam muito mais do que as aberrações atuais, também muito aquém da qualidade dos carros estrangeiros, mas matavam do mesmo jeito quando colidiam. 

9. Aquelas boy bands eram um pé no saco, e isso já citei em outro post anterior. Estavam para aquela época como o funk horroroso (do tipo "lelek lek lek lek" e outras cacofonias) de agora. A diferença é apenas no nível de testosterona dos intérpretes.

10. Os enredos de novelas eram, em geral, mais simplistas e muita asneira era escrita - e o telespectador achava o máximo. Está certo que os folhetins atuais são uma porcaria, mas pelo menos se livraram de algumas idéias arcaicas, como a da suposta incompetência das mulheres para gerir empresas e a caipirice parva dos moradores da periferia, temas explorados por um grande sucesso da época, a hilária Guerra dos Sexos, de 1983. Um "remake" dessa novela foi feito, mas a história, muito datada, não podia ser atualizada. O autor Sílvio de Abreu bem que tentou, mas a novela passou a ter o pior ibope do horário em todos os tempos. Terminou hoje, e mesmo com um elenco afiado (Tony Ramos, Irene Ravache, Glória Pires, Drica Morais, etc.) não vai deixar saudade.
A novela original (foto do blog "Mundo Novelas") deixou saudade. Já o seu "remake"...

Obs.: Já escrevi a respeito das novelas dos anos 80 em posts anteriores, falando de Guerra dos Sexos, Roque Santeiro, Vale Tudo e Ti-Ti-Ti. Esta última também virou remake em 2010 e também não fez lá muito sucesso

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Dupla vergonha

No novíssimo e bonito estádio do Mineirão, a Seleca, digo, Seleção Brasileira não conseguiu sair do empate com o Chile, tradicional freguês. 

Sem conseguir valorizar a posse de bola, os amarelos levaram o primeiro gol, já aos 7 minutos. Conseguiram empatar depois, com Osvaldo, e virar o jogo, com Neymar com assistência de Pato, mas cederam o empate graças ao golaço de Vargas. Poderia ser pior, porque dois pênaltis a favor do Chile não foram marcados. Para compensar, o Brasil foi lesado no segundo tempo, ao ter um pênalti a seu favor não marcado.

Devido à mediocridade do resultado, a torcida começou a xingar e torcer para o time chileno.

Com essa, seria melhor comentar assuntos mais relevantes, como o conflito iminente entre o Congresso e o STF, por causa de uma proposta de emenda constitucional que dá ao Legislativo, serviçal do Executivo, o poder de vetar a decisão do Judiciário. Ou seja, um achincalhe, tentativa de rasgar a Constituição, feita por alguns criminosos que se dizem servidores da Pátria, mas a parasitam descaradamente. Nem se dão ao trabalho de esconder para que fazem isso: defender a quadrilha do mensalão.

Dupla vergonha de ser brasileiro.


P.S.: e o todo-poderoso Barcelona tomou de 4 do Bayern...

terça-feira, 23 de abril de 2013

O acórdão finalmente saiu

Os 11 ministros do STF divulgaram a documentação sobre o julgamento do maior roubo ao NOSSO DINHEIRO em tempos recentes. 

Todo o conteúdo pode ser visto AQUI. Pelo menos nas primeiras horas não foi possível acessá-lo. O texto tem 8605 páginas, isso porque vários trechos do julgamento foram suprimidos, principalmente por Luís Fux e Celso de Mello.

Os réus têm 10 dias a partir de hoje para apresentarem suas últimas defesas, antes de sofrerem as penas previstas em lei

Obs.: o termo usado é acórdão (com acento no primeiro "o") e, sim, tem a ver com acordo. No entanto, não pode ser lido como acordão (sem o acento), um termo pejorativo atribuído a muitos atos feitos por muitos políticos, governantes, juristas, que extrapolam as suas responsabilidades para atender interesses escusos

sábado, 20 de abril de 2013

Cervejas que você não gostaria de beber

A madrugada de sexta para sábado lembra "happy hour", e, consequentemente, cerveja. Nada como saborear uma "loira gelada" de vez em quando, após uma semana de trabalho duro. O problema vai ser depois, se estiver de carro, para não ser enquadrado na Lei Seca... mas isso é outra história. 

Existem cervejas muito boas para se beber, mas outras são um desafio ao paladar. Infelizmente, ou não, são raras e caras. Não costumam ser servidas nem no bar com a maior variedades de bebidas da nossa São Paulo. Algumas dão ressaca só de serem lembradas. 

O blog Beercrew mostra algumas delas (leia mais AQUI). As beberagens seguintes são tiradas de lá:


Pizza com cerveja é bom, mas pizza DE cerveja é outra história. Uns malucos de St. Charles, Illinois (EUA) colocaram alho, orégano, tomate e queijo para fazer essa "delícia" (ARGH!!)

Esta não tem tanta mistura: leva apenas mostarda. Feita na Bélgica, é uma tipo Ale bem estranha. 

Nos EUA a marca Harpoon é muito conhecida. Mas esta Stout, do tipo Caracu, leva ostra, aquele animal marinho viscoso metido numa concha. Sem comentários!

Esta deve ser a invenção mais bizarra, digna de estar na série "Mondo Cane": tem nome agourento, é rosa (ui!) e mistura maple (aquele xarope bem doce consumido nos EUA) com bacon... melhor passarmos para a próxima!


Outro blog, "Qual é a boa", mostra outras maravilhas do mundo da cevada: 

Esta é de Hokkaido e mistura cerveja com... leite, daí o nome "Bilk"

Quem está a fim de uma cerveja tipo Ale feita à base de... galo? Sim, foi feito à custa do penoso. 

Uma cervejaria japonesa em Kochi inventou uma bebida à base de... peixe. Cuidado com o teclado do seu PC ou notebook ou com seu tablet após ver isso!


São diversas cervejas, com diversos graus de fermentação e de toda qualidade, com a erva. Será que dá barato?

Esta é uma das cervejas mais caras, uma stout dinamarquesa feita com café. Não é qualquer um: é aquele tirado das fezes de um animalzinho chamado civeta, que parece um gato selvagem ... ECA!

Alguém ficou com vontade de experimentar qualquer uma das cervejas acima? Ou seria melhor ter comentado sobre a caçada a um ativista checheno suspeito de ter espalhado aquelas bombas em Boston?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Assim faz o governo, e assim irá fazer

Na estranha interpretação da democracia feita pelos "çábiuz" da Terra Brasilis, todos têm direito de fazer o que quiser, mas uma entidade parece ter mais direito do que os demais: é o governo. 

Foi assim desde o tempo do Martim Afonso de Souza, perdurou ao longo dos séculos, sobreviveu à independência e, muito mais tarde, ao fim dos regimes discricionários com a queda do Estado Novo. O hábito parece ter ganhado força com o golpe militar de 1964, perdurou galhardamente com Sarney e Collor. No governo FHC, fez engessar as reformas políticas, tributárias, sociais, e ainda garantiu mais um mandato ao presidente, à custa da compra de votos que consumiu valiosos milhões do NOSSO DINHEIRO. Sob Lula, tornou-se um vício incontrolável e gravíssimo, quando o PT e seus aliados se apossaram do Estado e transformaram-no numa entidade degenerada, graças ao Mensalão, sanguessugas, tráfico de influência, criação de cargos comissionados, tudo em nome do que eles chamam de "governabilidade". 

Nesta semana, de acordo com o status quo, a Câmara aprovou uma lei que limita a criação de novos partidos. Não fez isso antes, quando o então prefeito Gilberto Kassab criou o PSD, um monstrengo de várias cabeças e nenhuma idéia em comum, a não ser uma: adaptar o velho bordão para "Hay gobierno, soy a favor". Agora vai dificultar a vida da Marina Silva, que quer criar mais um partido, a 'Rede Sustentabilidade', e do Eduardo Campos, potencial presidenciável e ex-aliado, possível benefiado de um novo partido de oposição reunindo PPS e PMN.

Velhos hábitos são mais difíceis de curar do que tratamento de dependentes de crack. Portanto, é de se esperar novos atos casuísticos vindos de Brasília, enquanto não se faz uma reforma política cada vez mais improvável.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

15 de abril de 2013

Após o 11 de setembro de 2001, os EUA reforçaram a segurança interna e impuseram regras válidas até hoje para os aeroportos, tornando a vida dos viajantes bem mais difícil, apesar de inibirem novos ataques usando aviões. 

Infelizmente, contra o terrorismo todo cuidado é pouco. E ele atuou novamente, em Boston. Não importam os números: são 3 vítimas fatais e centenas de feridos. O que importa é a vida de inocentes sendo ameaçada novamente. Atletas e espectadores do mundo todo, participantes de um evento esportivo tradicional como a Maratona de Boston, vítimas de criminosos entrevados pela inveja e obscurantismo.

O FBI foi acionado e está investigando o caso. Várias entidades terroristas são suspeitas. Nenhuma delas foi apontada como autoria deste ato covarde e merecedor de enérgica reprovação internacional. 

 Infelizmente não foi o único ato terrorista do dia, mas foi o mais comentado (Steven Nelson/USNews)

Essa tragédia ocorrida numa das mais importantes cidades norte-americanas roubou as manchetes no mundo todo, mas não foi o único ato terrorista. Outro, muito mais sangrento, ocorreu num país já devastado pelos atentados, o semi-destruído Iraque: 55 mortos e centenas de feridos após explosões de carros-bomba em Bagdá, em represália à prisão de terroristas infiltrados entre os rebeldes na vizinha Síria. Aliás, o conflito nesta região está perigosamente fora das atenções ultimamente, apesar do perigo de se espalhar em outros países da Ásia Ocidental. 

Outra notícia merecedora de atenção foram as festividades pelo aniversário do tirano que governou a Coréia do Norte pela primeira vez, Kim-ii Sung, sem o prometido teste nuclear mas cheia de uma simbologia que indica a opressão e a desolação de um país isolado. Também se falou bastante, aqui no Brasil, na morte de uma das mais talentosas atrizes do Brasil, Cleyde Yáconis (1923-2013), e na brutal queda na Bovespa (3,6%) após os "maus" resultados econômicos na China no primeiro trimestre deste ano - "maus", na verdade, seriam excelentes diante da taxa de crescimento do Brasil no mesmo período: 7,7% contra 0,7% (projetados).

Sem falar, enfim, na repercussão do pleito para eleger o presidente da Venezuela, ocorrido ontem. O candidato oposicionista Henrique Capriles promete fazer barulho para protestar contra os resultados da eleição. Já o vencedor já insinua que o partido Primero Justicia, de Capriles, e outros oposicionistas, estejam querendo fazer um golpe de estado. O clima no país vizinho está tenso.

Este dia foi particularmente terrível, para marcar um ano pavoroso. 2014 só chegará daqui a oito meses, sem garantias de que vá ser melhor que 2013.

Maduro, o sucessor de Chavez

Nicolás Maduro foi eleito presidente da Venezuela, cargo que ocupava interinamente desde a internação de Hugo Chavez, que acabou morrendo devido ao câncer.

 Este bigodudo semi-desconhecido até 2012 foi eleito para suceder Chavez (foto da Wikipedia)

O sistema eleitoral afirma que 50,7% dos votos foram dados a Maduro, contra 49,3% faturados por Henrique Capriles, candidato da oposição. É uma diferença muito pequena, suscitando o não-reconhecimento da derrota pelo candidato anti-chavista. Também mostra como a Venezuela está dividida. As idéias "bolivarianas" estão mais fracas do que nunca, e já vinham mostrando sinais de debilidade já quando Chavez ainda estava forte no poder. A crise econômica de 2008-2009 afetou seriamente a Venezuela e o país teve de racionar energia e água, além de ter problemas no fornecimento de alimentos, já que, ao contrário do petróleo, a agricultura não é a base da economia local.

Isso faz parte do passado, e agora o caudilho está morto. Seu sucessor tem pouca projeção e, apesar de ter ocupado a presidência desde 2012, por motivo de saúde de seu mestre, Nicolás Maduro nunca exerceu um cargo administrativo. Ele foi motorista de trem e deputado pelo MVR, o Movimento V República, fundado por Chavez, além de ser nomeado ministro das Relações Exteriores, cumprindo docilmente as ordens do comandante. Logo, parece estar 'verde', em contraste com seu sobrenome.

Boa parte dos venezuelanos duvidaram da sua capacidade para gerir um país desigual, com ainda muita pobreza apesar das medidas populistas tomadas nos últimos anos, daí a expressiva votação em Capriles, um jovem político de 40 anos - 10 a menos que Maduro - que já presidiu a Câmara dos Deputados e governou por 12 anos o Estado de Miranda, conseguindo fazer isso em pleno regime chavista, apesar de ser um dos líderes do partido Primero Justicia, conservador e a favor do alinhamento com os Estados Unidos. O fato de Capriles também ser inclinado para o populismo e ter certos arroubos a la Collor não o ajuda muito diante daqueles que só o vêem como um títere dos "ianques".

A tarefa de Maduro será espinhosa, e muitos acham que ele não vai conseguir se sobrepor à oposição, ainda mais com Capriles como um dos mais combativos líderes. Os indicadores sociais, como já foi citado aqui, estão longe de serem considerados aceitáveis, e as medidas autoritárias tomadas por Chavez já não são mais aceitas por lá. A inflação anual de 30% corrói o salário dos trabalhadores venezuelanos, e aqui no Brasil já se sente o estrago com um índice de 6,5%. Violência, déficit fiscal, dependência excessiva do petróleo, são outros problemas. Na verdade, ninguém sabe ao certo qual será o futuro da Venezuela.

sábado, 13 de abril de 2013

Dilemas

Um adolescente perto dos 18 anos matou um universitário por causa de um celular. A vítima nem reagiu, mas foi baleada e morta assim mesmo. Isso é fato, assim como a indignação gerada diante do caso. O problema é resolver essa questão. 

Para punir criminosos menores de idade, é necessário mexer na Constituição novamente. Ela diz: 

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.

Esse artigo causa polêmica pois muitos juristas estão divididos quanto à possibilidade de emendá-la. Não são poucos os defensores da idéia do art. 228 como uma cláusula pétrea, ou seja, tentar mudar a maioridade penal para 16 anos dependerá de outra Constituição e, mais do que isso, uma efetiva reforma do Código Penal, feito em plena ditadura Vargas (1940) e, portanto, incompatível com o sistema democrático atual e em desacordo com o estado de evolução da nossa sociedade. 

No caso de, sim, poder mudar o art. 228 e tornar mais dura a legislação especial referente aos menores infratores, será que isso resolverá o problema? Se os menores criminosos já têm uma mente formada, eles irão se recuperar ou tenderão a aprimorar-se nas artes de lesar e agredir a sociedade? Caso contrário, até que ponto é culpa dos pais, das escolas, do meio onde vivem? Existiria uma tendência inata ao crime? Ou ele é uma tendência inata aos problemas sociais (a meu ver uma explicação extremamente simplista, assim como achar que há qualquer tipo de predisposição para fazer atos anti-sociais)? 

A simples revogação ou mudança da lei iria desestimular os chefes de quadrilha, que usam menores de idade para cometerem assaltos, aproveitando a relativa inimputabilidade dos mesmos?

Quanto ao sistema prisional já saturado, o que dizer? Colocar menores de idade nesse depósito de gente seria, por um lado, violação aos direitos humanos e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, e por outro, eles teriam a oportunidade de se aperfeiçoarem na "arte" da criminalidade e saírem das prisões ainda mais perigosos. 

Devemos aguardar passivamente novos casos de menores infratores? Ou, por outro lado, agir de forma precipitada e midiática, atacando essa questão de forma pontual e ignorando as causas? 

E a questão da falta de espírito estadista por parte dos homens públicos e os preocupantes casos de corrupção e carreirismo que envenenam nossas práticas políticas? Não se pode esquecer que são os legisladores, ou seja, os políticos, responsáveis pela criação das leis.

Tudo isso deveria preocupar muito mais do que a Copa do Mundo ou as Olimpíadas.

Os tropeços do gigante

Nos últimos anos, erros considerados crassos feitos pela toda-poderosa Microsoft já alimentam rumores de que ela irá sofrer um abalo fortíssimo, a ponto de perder mercado e entrar em decadência. 

Seu sistema operacional Windows 8 é motivo de irritação para muitos usuários devido à sua interface totalmente diferente das versões anteriores. Ficou uma versão do Windows Phone - outro produto mal visto no mercado - para computadores. Muita gente aproveitou o preço baixo da atualização (R$ 69,00) ao comprar seu notebook ou PC com o Windows 7, atualizou e depois se arrependeu.

O mercado de computadores de mesa nunca ficou tão minguado, por serem considerados pesados e sem mobilidade. Os notebooks também sofrem com a concorrência dos tablets e smartphones. Empresas de informática viram seus produtos sofrerem queda brutal nas vendas. Dois exemplos dramáticos são a HP, com queda de 23% nas vendas, a Acer, cujo baque foi ainda maior: 33%. É o pior desempenho do setor em 20 anos.

Para piorar tudo, uma atualização liberada no dia 9 prejudicou milhares de computadores no Brasil. É a KB2823324, responsável por "telas azuis da morte" e falhas de inicialização dos sistemas Windows 7 com 32 bits. A atualização é incompatível com softwares de terceiros - diga-se, da Microsoft - principalmente "plug-ins" (aqueles programinhas usados para facilitar o uso de determinados sites) bancários. O suspeito principal foi o G-Buster, usado pela Caixa Econômica Federal. Pode ser mera falha por parte dos desenvolvedores do G-Buster, mas alimentou várias críticas contra a Microsoft e criou "teorias de conspiração", dizendo que a Microsoft está "forçando a barra" para fazerem os usuários migrarem para o Windows 8. 

Toda empresa, grande ou pequena, comete deslizes, e isso é normal. Mas a Microsoft parece ter cometido erros demais, e bastante grandes, nos últimos anos, desde a criação do famigerado Windows Vista. As críticas são muitas, duras e ferozes contra ela. Para sorte da gigante, ela tem cacife para reagir e corrigir-se (por exemplo, quando lançou o Windows 7, uma evolução direta do Vista). Empresas menores não poderiam nem sonhar em ter o privilégio de errar tanto, sob pena de irem à bancarrota.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Deu no blog do Josias

O jornalista Josias de Souza, da Folha, reproduziu um fato acontecido na Câmara sobre a criação de novos partidos. 

Leia AQUI

Só não concordo que o assunto e o modo como ele foi abordado seja "impróprio para maiores". Seria ótimo assistir essa parte da TV Câmara, se o resto da programação não fosse tão enfadonho. Lembra um reality show piorado, mas ao mesmo tempo revela muita coisa feita por lá. 

Eu só mudaria a recomendação para "não indicado para cardíacos".

terça-feira, 9 de abril de 2013

Alívio nas estradas

O governo paulista vai desonerar um pouco os usuários das rodovias estaduais sob concessão, graças a acordos com as empresas que as administram. Os acordos, no entanto, ainda estão em andamento. Só houve avanços na CCR e na EcoRodovias, esta última responsável pela rodovia Anchieta-Imigrantes, onde existem os pedágios mais caros do Brasil (R$ 21,20).

Nos dois casos, o governo teve de fazer concessões, como diminuição dos repasses cobrados da CCR e a prorrogação dos termos do contrato antigo assinado entre o governo e a EcoRodovias, responsável pelos aumentos assustadores no preço daqueles pedágios no caminho para o litoral. Ou seja, se tudo der certo o alívio promete ser grande - mas temporário - para motoristas comuns e empresas transportadoras de carga. 

Mesmo assim, parece ser um peso a menos no noticiário carregado de fatos desagradáveis, como eleições impugnadas em 16 cidades que precisaram ser refeitas, a morte da 'dama de ferro' Margaret Thatcher, os novos vazamentos de Fukushima, a ameaça representada pelo governo norte-coreano, atentados terroristas, etc.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Estamos perto de ser uma democracia?

Tão perto quanto o inferno do céu!

Os fundamentalistas de ambos os lados da briga entre o pastor Marco Feliciano e os manifestantes que querem a saída dele mostraram ainda desconhecer o que é democracia. Querem impor seus pontos de vista e se descontrolam diante de uma opinião contrária. Existe o direito de protestar, mas muita gente quer impor suas vontades, usando sua influência sobre os demais. E a democracia prevê um minimo de respeito a quem pensa de forma diversa.

Marco Feliciano, do PSC, partido dominado pelos evangélicos e tido como "conservador" apesar de ser da base aliada do governo petista, mostrou que está lá para comprar briga, causar polêmica. Com atitudes radicais e escandalosas, ele mostrou que não é a pessoa mais indicada para ocupar a liderança da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara. Porém, não é na base do grito que ele deve sair de lá. Cabe aos outros membros da comissão, sem passionalismo e com critérios, decidirem isso.

Ele parece fazer parte de um circo maior armado por vários integrantes do Congresso para desviar a atenção diante dos escândalos (mensalão, caso Carlinhos Cachoeira, sanguessugas, e outros que usam o NOSSO DINHEIRO como se fosse de ninguém) e tem o perfil certo para isso: evangélico, boquirroto e com vários processos nas costas, embora ainda não seja formalmente acusado de nenhum deles, como o fato de usar a cota parlamentar para enriquecer a sua igreja, a Vigília Assembleia de Deus, e seus negócios particulares. 

Mostra também a grande distorção representativa do Congresso, motivada por um sistema hediondo, causado pelo voto proporcional, currais eleitorais ainda existentes e pouca representatividade dos partidos, que não podem ser chamados assim porque não possuem coerência ideológica, atuando ao sabor dos interesses particulares. Marco Feliciano representa os evangélicos, cuja representatividade no Congresso é muito grande. Os adversários dele representam, fundamentalmente, os homossexuais, artistas militantes e pessoais ditos "de esquerda", um termo desgastado para defender quem simpatiza com o PT, o comunismo, Cuba, o finado Hugo Chavez, ou outros inimigos da chamada "direita". Pode-se argumentar que os militantes também defendem as causas dos negros e das mulheres, que não são minorias, e também foram ofendidos por Feliciano, mas essas defesas são relativas, guiadas por pensamentos ideológicos.

Ou seja, as minorias se manifestam à vontade enquanto a maioria impotente não tem condições de fazer isso. Isso é democracia?

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Haddad começa a implantar seu projeto mais famoso

A mais conhecida das propostas de governo do prefeito Haddad está em processo de implementação e deve vigorar em novembro deste ano. 

Como ele já antecipou, o valor da tarifa será maior do que os R$ 140,00 ditos pela campanha. Se isso for verdade, muita gente será lesada se optar por esta modalidade. Isso se houver direito de opção, e essa informação é difícil de obter porque só se fala dos prazos de implementação. 

Também há dúvidas se o bilhete único mensal servirá para o metrô. Se não servir, milhares de pessoas serão prejudicadas, pois dependem do metrô como meio exclusivo de transporte ou para chegarem mais rápido. Isso seria muito ruim para a imagem da prefeitura, já bastante mal vista por muita gente devido ao currículo comprometedor de seu chefe, conforme já foi apontado por este blog em outras postagens.

Este "mensalão" do transporte, como já dizem os inimigos do PT, vai ser acompanhado por profundas mudanças operacionais. Na prática, essas mudanças já estão em curso, desde a gestão Marta, e aprofundadas por Kassab, devido à adoção do bilhete único. Azar dos moradores de muitos bairros, que passaram a depender de baldeações para se locomoverem, enquanto o problema da superposição dos itinerários, ou seja, linhas fazendo praticamente o mesmo percurso, ainda não está resolvido.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O blog vai ser descontinuado

Por falta de leitores, o blog "Assuntos 1000" vai ser encerrado.

Este espaço foi bom enquanto durou. Em 2009, quando foi criado, a blogosfera estava em plena expansão, apesar do avanço das redes sociais. 

Durante este tempo, o blog procurou abordar diversos assuntos, mas alguns deles dominaram, como a nossa triste situação política, os acontecimentos do futebol e séries como o polêmico "Mondo Cane". 

Agora ele vai acabar...


... e já tem data para terminar: 

 PRIMEIRO DE ABRIL!

Verdade, gente. Este blog vai acab... pô, meu nariz!