terça-feira, 18 de março de 2014

Vem aí uma possível bomba

Querem organizar, pelas redes sociais, no dia 22 de março (sábado), uma espécie de reedição da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", feita em 1964 e parte da trama que derrubou o então presidente João Goulart. 

A "Marcha" foi um protesto contra a suposta tomada do poder pelos comunistas, por meio de Jango, visto como um serviçal dos "vermelhos" mas, na verdade, apenas um populista que agiu de forma inábil contra a crise e não assimilou as lições dadas pelo seu mestre Getúlio Vargas, o ditador. O desastre representado pelo governo Jango mais as conspirações contra ele acabaram por entregar o Brasil ao autoritarismo. 

Era também uma resposta contra a situação vigente no Brasil: inflação, corrupção, incompetência e falta de visão para solucionar os problemas do país na época. Mais ou menos como agora. 

A proposta dos manifestantes é protestar contra o governo federal e indicar medidas radicais cujo resultado pode desandar facilmente: impor intervenções no Planalto, no Congresso e no STF, intervir politicamente a pretexto de combater o "Foro de São Paulo", agremiação que reúne governos simpatizantes do socialismo e do "bolivarianismo", e organizar novas eleições apenas com "fichas limpas". É uma versão mais politicamente correta daquela marcha de 1964, com a facilidade da Internet. 

Para combater a manifestação, alvo de desdém ou de repulsa, os movimentos ditos "de esquerda" querem formar uma outra marcha chamada de "marcha anti-golpista", contra os chamados "fascistas" e "viúvas da ditadura". Pode haver um possível confronto aqui em São Paulo, palco dessas maluquices, com estragos, vandalismo, quebra-quebra, principalmente se houver um entrevero entre eles. Os locais e horários são muito semelhantes: a Marcha "da Família" sai da Praça da República às 15h em direção à Catedral da Sé. Os "antifascistas" vão começar a manifestação também na Praça da Sé, às 15h30, e dirigir-se à antiga sede do Doi-Codi, na r. Tutóia. Ai de quem não tem nada a ver com isso: eles vão bloquear as ruas por onde passarem, principalmente os defensores da "legalidade", que vão fazer um caminho mais longo e provavelmente vão passar pela Av. 23 de Maio, uma das principais vias da cidade.

Vejamos o que realmente irá acontecer no próximo sábado.

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