Querem organizar, pelas redes sociais, no dia 22 de março (sábado), uma espécie de reedição da "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", feita em 1964 e parte da trama que derrubou o então presidente João Goulart.
A "Marcha" foi um protesto contra a suposta tomada do poder pelos comunistas, por meio de Jango, visto como um serviçal dos "vermelhos" mas, na verdade, apenas um populista que agiu de forma inábil contra a crise e não assimilou as lições dadas pelo seu mestre Getúlio Vargas, o ditador. O desastre representado pelo governo Jango mais as conspirações contra ele acabaram por entregar o Brasil ao autoritarismo.
Era também uma resposta contra a situação vigente no Brasil: inflação, corrupção, incompetência e falta de visão para solucionar os problemas do país na época. Mais ou menos como agora.
A proposta dos manifestantes é protestar contra o governo federal e indicar medidas radicais cujo resultado pode desandar facilmente: impor intervenções no Planalto, no Congresso e no STF, intervir politicamente a pretexto de combater o "Foro de São Paulo", agremiação que reúne governos simpatizantes do socialismo e do "bolivarianismo", e organizar novas eleições apenas com "fichas limpas". É uma versão mais politicamente correta daquela marcha de 1964, com a facilidade da Internet.
Para combater a manifestação, alvo de desdém ou de repulsa, os movimentos ditos "de esquerda" querem formar uma outra marcha chamada de "marcha anti-golpista", contra os chamados "fascistas" e "viúvas da ditadura". Pode haver um possível confronto aqui em São Paulo, palco dessas maluquices, com estragos, vandalismo, quebra-quebra, principalmente se houver um entrevero entre eles. Os locais e horários são muito semelhantes: a Marcha "da Família" sai da Praça da República às 15h em direção à Catedral da Sé. Os "antifascistas" vão começar a manifestação também na Praça da Sé, às 15h30, e dirigir-se à antiga sede do Doi-Codi, na r. Tutóia. Ai de quem não tem nada a ver com isso: eles vão bloquear as ruas por onde passarem, principalmente os defensores da "legalidade", que vão fazer um caminho mais longo e provavelmente vão passar pela Av. 23 de Maio, uma das principais vias da cidade.
Vejamos o que realmente irá acontecer no próximo sábado.
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