Com a eleição de Eurico Miranda para presidente do Vasco da Gama, agravou-se a sensação desagradável de falência iminente do futebol brasileiro.
Miranda, ex-dirigente do Vasco, foi uma espécie de Mussolini do futebol, autoritário, populista, fanfarrão e temido até pela cúpula da CBF, quando o futebol brasileiro tinha muito mais projeção. Tinha influência no clube carioca desde a década de 1970, durante os "anos de chumbo". Na década de 1990, era apenas o vice-presidente, mas suas decisões atropelavam as do presidente Antônio Soares Calçada.
Em 2000, foi eleito presidente, aproveitando a boa fase do clube, que havia ganho a Libertadores da América pela primeira vez dois anos antes e saído de uma polêmica final contra o São Caetano pelo Brasileirão, quando mostrou sua habitual truculência após o episódio da queda do alambrado em São Januário, o estádio do clube onde foi jogada a partida.
Uma das características do agora presidente do Vasco da Gama é o hábito de fumar charutos (Globoesporte.com)
No entanto, o clube experimentou só fracassos depois desses episódios. Já há tempos era motivo de deboche dos rivais por ficar constantemente em segundo lugar nos torneios. Na gestão de Eurico, o Vasco não conseguiu nenhum grande resultado. Visto como corrupto e ultrapassado, sua imagem se desgastou.
Em 2008, teve de deixar o poder após acusações de fraude eleitoral, que prejudicou Roberto Dinamite, da chapa oposicionista. Dinamite assumiu, mas sua gestão foi também considerada desastrosa. O time foi rebaixado em 2013 no Brasileirão após campanha fraca, e agora ele tem de lutar para voltar à série A.
Depois do trauma sofrido no 8/7, parece que a dirigência do futebol brasileiro tomou um caminho bizarro. Dunga voltou à Seleção, Marco Polo del Nero vai presidir a CBF e Eurico voltou à presidência do Vasco - com o apoio de Romário, visto como um dos defensores da modernização no futebol.
Nosso país vai ter de valorizar outros esportes. Em 2016, há a grande chance de fazer isso, com as Olimpíadas no Rio.
P.S. 1: A Seleção Brasileira vai fazer um novo amistoso contra a Turquia, com o pretexto de testar novos jogadores, como Luís Adriano do Shakthar Donetsk e Anderson Talisca, do Benfica, este último considerado um grande talento. Pode representar também mais uma fase para redimir velhos conhecidos da "Vergonha na Copa", como o caso de Thiago Silva, David Luiz, Fernandinho, Luiz Gustavo, Oscar, William e o superastro Neymar. No fundo, é mais uma maneira da CBF arrecadar fundos, mas desta vez sem jogadores do Campeonato Brasileiro. Os clubes respiraram aliviados.
P.S. 2: Os clubes cariocas não tem nada a comemorar neste ano: além do Vasco estar sofrendo mais que o normal para poder voltar à Série A, o Fluminense tem chances bem remotas de estar na Libertadores em 2015, o Flamengo está no meio da tabela no Brasileirão após a humilhante desclassificação na Copa do Brasil, e o Botafogo está quase rebaixado. Quem tem motivos para comemorar o ano é o futebol mineiro, com Cruzeiro e Atlético-MG no G-4 e na final da Copa do Brasil. A primeira partida será hoje à noite.
P.S. 2: Os clubes cariocas não tem nada a comemorar neste ano: além do Vasco estar sofrendo mais que o normal para poder voltar à Série A, o Fluminense tem chances bem remotas de estar na Libertadores em 2015, o Flamengo está no meio da tabela no Brasileirão após a humilhante desclassificação na Copa do Brasil, e o Botafogo está quase rebaixado. Quem tem motivos para comemorar o ano é o futebol mineiro, com Cruzeiro e Atlético-MG no G-4 e na final da Copa do Brasil. A primeira partida será hoje à noite.
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