Muitos, sobretudo no mundo árabe mais ocidentalizado, comemoram a premiação de ativistas tunisianos com o Nobel da Paz, o prêmio mais esperado da Academia Sueca. Foi na Tunísia o estopim da chamada "primavera árabe", que derrubou tiranias na Ásia e na África, com os efeitos colaterais sérios que vou comentar a seguir.
Outros acham um equívoco não premiar, por exemplo, o papa Francisco, considerado o mais cotado para ter recebido o prêmio, devido ás suas viagens e sua atuação no progressivo reestabelecimento das relações bilaterais entre Estados Unidos e Cuba. Afinal, a "primavera árabe" teve várias consequências negativas, como o fugaz regime democrático no Egito (a eleição do radical Mohammed Morsi), que foi derrubado por um golpe militar e gerou uma nova tirania no país banhado pelo rio Nilo, e o enfraquecimento de um outro regime despótico, o da Síria, para dar espaço ao Estado Islâmico, a maior ameaça à humanidade atualmente.
Enfim, para muitos, parece ser a vitória do "Ignobelistão" sobre a Academia.
Porém, espera-se que um dia o mundo árabe realmente conheça, de verdade, os benefícios dos regimes democráticos. Tudo indica que o processo terá de levar bastante tempo e precisar de muita habilidade e vontade políticas, pois há interesses econômicos das potências (e dos líderes do mundo árabe) em jogo e os povos locais ainda não estão habituados a viver sem opressão.
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