sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A disputa pelas batatas

Enquanto Dilma Roussef faz uma reforma política a la Victor Frankenstein visando tentar se manter no poder - e pelo visto de maneira precaríssima, cedendo ainda mais de seu poder para Lula e o PMDB, sem garantia de que vai conseguir terminar seu mandato - o presidente da Câmara Eduardo Cunha, imbuído do poder de decidir se vai haver ou não impeachment, está encrencado com novas acusações de manter contas secretas na Suíça.

Caso isso for verdade, Cunha não terá condição moral alguma de presidir nada, quanto mais a Câmara. E isso considerando os seus atuais adversários políticos, isto é, o PT e o governo, igualmente execrados pelos defensores da ética na política.

Esta disputa entre facções políticas descompromissadas com o interesse público parece a versão moderna, mais sofisticada e cheia de blefes, das guerras narradas por Quincas Borba, o filósofo do livro homônimo escrito pelo imortal Machado de Assis. Quem vencer, fica com as batatas, restando aos derrotados apenas ódio ou compaixão. Para o povo faminto e sem acesso ao prêmio, só resta torcer para que os aludidos tubérculos estejam todos brotando, tornando-se impróprios para o consumo. Assim, restaria aos ganhadores a tarefa de fazer as plantas crescerem a partir dos brotos e fornecerem novas batatas, estas sim comestíveis. Ou seja, para bom entendedor...

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